Luís Bento

“Cavalheiro, culto e educado recita poemas …’. LUÍS BENTO nasceu em Lisboa no ano em que Jean Paul Sarte foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura e parece-lhe ser tempo de voltar a ser criança. Incomoda-o o facto de não ser eterno, não ter certezas, não conhecer Marte. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade (Clássica) de Lisboa e concluiu o mestrado em Ciências da Comunicação na Nova de Lisboa. Foi professor e bancário, mas é a ficção que mais o preenche. Assume-se como autor freelancer, contista, ghost-writer e poeta. Escrita criativa, revisão, biografias e teses são, igualmente, o seu mundo. Tem uma prosa irrequieta e surpreendente, é patrão do blog "bento-vai-pra-dentro-bento": crónicas e outras coisas, tiro aos dardos, pitta shoarma e batatas fritas onde publica sobre temas ligados à crítica de costumes com algum sarcasmo e ironia.”

Assim começa, com muita simpatia, uma pequena biografia sobre a minha pessoa, numa entrevista concedida há cerca de quatro anos a que falta acrescentar mais alguns pormenores.

O nome ganhei-o em homenagem a Luís Alberto Del Paraná, cantor mexicano que, nos anos sessenta, aquecia os corações das donas de casa no constante circular das setenta e oito rotações, aos microfones da Emissora Nacional, não tendo sido, por isso, de estranhar, o beneplácito e submissão de pais e avós rendidos ao nome de influência artística estampado na certidão de nascimento: Luís Alberto Gonçalves Bento.

Alfacinha de gema, para além do eterno cliché de querer ser astronauta ou bombeiro quando fosse grande, a escrita tomou o lugar por via das leituras compulsivas e das redacções a eito. Sempre me interessou ter uma voz, uma intervenção e marcar de alguma forma o panorama literário, com aquela ideia romântica do autor de casaco de malha, sentado à secretária com uma vista desafogada e a viver do ofício.

Passei pelo ensino, pela banca, pela indústria farmacêutica, tendo ainda um doutoramento em ciências da comunicação da FCSH NOVA, pendente da entrega e defesa da tese sobre a Apropriação artística da imagiologia oncológica como estrutura de resistência ao dispositivo de poder.

Nos últimos anos, a par da minha actividade profissional de Business Analyst na área de suporte tecnológico, tenho tentado não perder de vista a paixão pelos textos e desenvolver uma carreira literária.

Participei na Colectânea Balaio de ideias, Sete Pecados, Antologia de Poesia Contemporânea (Vol.VI e VII), Antologia de contos originais da editora Colibri e publiquei, no Brasil, o livro Lusitânia Online. Mantenho colaboração dispersa na revista online Athena, Revista Caliban e na Via Latina, da Associação de Estudantes da Universidade de Coimbra.

Tive o privilégio de ter sido distinguido com o Prémio Novos Talentos FNAC da Literatura 2012, Prémio Eça Agora do jornal Expresso, Poesia da Vila de Fânzeres 2015 e 2018, Prémio de Literatura Lions 2017 na categoria de romance com o livro Psicopatia das Pessoas de Bem. O conto A Pintora em Festa foi selecionado em 2018 para a terceira antologia de contos do Centro Mário Cláudio.

No dia a dia tento conciliar a actividade profissional com o desenvolvimento da escrita onde procuro reflectir sobre a sociedade portuguesa contemporânea, compondo textos com registos diferenciados embora seguros e coesos, veiculando uma sensibilidade e acutilância ao rigor formal e fechado das palavras.

Nos meus textos pugno por ter uma intervenção social com as temáticas do quotidiano, as vidas, a doença, os desencontros, a ideia do declínio, procuro ter uma voz activa, fiel à memória e à consciência crítica e que obrigue o leitor a leitura(s) conscientes e múltiplas.

Dono de uma fina ironia e algum sarcasmo a maior parte das vezes, sou apaixonado pela imagem, pelo texto, por viagens e animais e procuro deixar através da escrita, a defesa das grandes e pequenas causas.

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