Diogo Iendrick
Colabora no Meer desde março de 2024
Diogo Iendrick

Eu deveria ter nascido na Bahia. Sempre achei. Desde que fiz a biblioteca da escola de refúgio contra o bullying. Folheava os livros de imagens, encantado com jangadas, coqueiros, pescadores, cores, praias e candomblé.

Mas nasci em Curitiba, fiquei 21 dias e então fui levado por meus pais para o Rio de Janeiro, onde cresci carioca, transformando ‘s’ em ‘x’ e falando muito palavrão. Bem da gema mesmo.

E no Rio de Janeiro aconteceram duas graduações, duas especializações, um mestrado, o início de um doutorado, uma iniciação no candomblé, um casamento e um divórcio. Amei, fui amado, joguei World of Warcraft, fui a sambas, frequentei terreiros, chorei de rir, ri após chorar, fiz boas amizades. Tudo meio junto, meio misturado, fora de ordem como a vida tem que ser.

Dei aula para o ensino médio durante uma década, onde descobri que o afeto é a maior ferramenta pedagógica e também tecnologia de existência e resistência para a vida. Ensinei e aprendi na mesma medida, com o mesmo amor.

E agora, para viver a melhor fase da vida, depois dos 40, chego a Salvador um homem gay, jornalista e antropólogo, escritor, editor e professor, gamer e religioso. Tudo meio junto, meio misturado, fora de ordem como a vida tem que ser.

E apaixonado por leitura e escrita. É onde me encontro, onde me questiono, onde me refugio e onde vivo melhor.

Leio desde que me entendo por gente. Ainda tenho aqui O pequeno príncipe com dedicatória da minha tia, de 1989.

Leio de tudo um pouco. De Jorge Amado a Chimamanda Adichie e Casey McQuiston. De Nnedi Okorafor a Larissa Lair e J. R. R. Tolkien. De bell hooks a Agatha Christie e Frank Herbert. De George R. R. Martin a Lélia González e Ailton Krenak. De Pierre Bourdieu a Carla Akotirene e Alice Oseman. De Elena Ferrante a Bruno Latour e Hanya Yanagihara. De Anne Rice a Maya Angelou e TJ Klune.

E escrever, a paixão maior. Aquela vontade incessante de tentar encaixar indizíveis em palavras. De escrever para se conhecer, para conhecer o mundo, pra fazer do mundo mundo e colocar nele as histórias que não li, as questões que me inquietam. Escrevo ficção especulativa (fantasia e ficção científica), romances LGBTQIAPN+, artigos científicos sobre branquitude, candomblé, estudos de gênero, literatura e antropologia.

No momento sigo lendo e escrevendo. Finalizando as revisões para publicação do meu primeiro romance, Rei de Sangue (uma fantasia LGBTQIAPN+), lendo sobre literatura e ficção científica para meu doutoramento em Antropologia, escrevendo artigos científicos sobre branquitude e gênero para publicação, escrevendo artigos sobre cultura, ciência e tecnologia para a Meer.

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