Ricardo Pontes Nunes é antes de mais nada um curioso atrás de entender a condição e a conduta humanas. Sua porta de entrada para esse universo de enlevo e inquietação foi a literatura, mas também o atrairiam algumas forma de arte, a filosofia e, mais tarde, a economia política. É ensaísta, tradutor e autor de “Entre Fados e Tumbas”, livro no qual procura compartir um pouco de – seus encantamentos e perplexidades –.
Nascido em 1976 no interior do Maranhão, Brasil, segundo filho de uma família de sete irmãos, Ricardo Pontes Nunes migrou há quase três décadas para passar a viver entre Rio de Janeiro, Amazonas e São Paulo. Apesar dessas muitas andanças, afirma que os acontecimentos mais marcantes de sua vida se passaram todos em sua infância e adolescência.
A par de sua atividade como mecânico de aviação, interessou-se por linguística, economia política e antropologia, o que ao final o fez enxergar essas e outras disciplinas como incapazes de, isoladamente, proporcionarem uma percepção profunda sobre a vida no mundo real; seriam apenas recortes desencontrados, parciais, procurando interpretar os desdobramentos dos mesmos fatos originários.
Dividido entre o ensaio e a narrativa ficcional, em 2021 procurou conciliar esses dois gêneros em Entre Fados e Tumbas (e outros relatos mundanos), seu primeiro livro autoral. Em uma conversa acerca deste seu trabalho afirmou descrer “da desalentada máxima teosófica de que, em essência, na ficção sejamos incapazes de criar coisas novas; como se nos limitasse um pequeno círculo de mitologemas que apenas se rearticularia e voltasse a se repetir. Pensar assim é acreditar que a vida já está dada. Demonstrar isso talvez tenha sido uma das metas de Entre Fados"
Instado a opinar sobre o recente acirramento da polarização no espectro político em âmbito mundial, citou uma expressão do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, segundo a qual direita e esquerda seriam apenas duas opções que alguém podia eleger para se tornar um idiota.
Criador e articulista do site de cultura letteramundi.com, ali busca um reservado cantinho onde compartilhar suas impressões sobre música, literatura, cinema e antropologia (a qual tem preferido chamar de “antroposofia”).
Há algum tempo vem sondando a noção de que o conhecimento, ou melhor, a sabedoria, talvez esteja menos nos textos em si do que em uma espécie de intuição que certos autores comungam com quem os lê.
Pensa em devotar-se à horticultura e em montar uma pequena oficina doméstica de cerveja artesanal. Ultimamente, tem se dedicado a desenvolver a trama do seu segundo livro; aos filhos, Pedro e Pilar; e a sair para caminhar ao entardecer.