Quando jovem apareceram as agressões contra o status quo, sistema, política dominante, ao então nacionalismo brasileiro com fatores preponderantes: ignorância, desconhecimento, discernimento; havia ainda uma desconfiança que gerou um pouco de medo naquilo que me tornava coerente. Foram tempos sombrios noutros cantos, mas em Brasília onde fui morar aos 9 anos de idade, tudo era normal e vida que seguiu ao estranhamento na primeira viagem que fiz em busca de sonhos à cidade do Rio de Janeiro, aos 15.

E assim era contra a TFP, contra os militares, contra a "ditadura" sem saber porquê, e mal sabia que cairia noutra, noutra e na do estado pelo estado. Enfim, criança, adolescente, é como ‘Maria vai com as outras’ ou bosta n'água – boia em águas paradas ou em corredeira abaixo, longe ou perto das margens.

Nessa caminhada percebi na infância para a juventude vividas em Brasília, que as lutas são as mesmas: mudam-se atores, ativistas e as necessidades continuam as de sempre, se não as que pululam do sindicalismo pelo poder. Agora são piores, já no idadismo, porque o estado num amplo sentido que não atende a população deixa que as sandices se perpetuem à sombra da lei e o que ele constrói fica à margem da sociedade, como se oportunista fosse para o bolso de um ou de uma corja instalada desde então.

Li outro dia um texto sobre invasões de propriedades na Espanha, em que o proprietário se vê na Justiça pagando multas em euros por ter expulsado o invasor nominado sem teto e com direitos. Na cidade de São Paulo acontecia ou acontece o mesmo, com um retrato também parecido ao judiciário espanhol.

No Rio de Janeiro ainda é pior, tanto quanto a invasão em São Paulo, porque se torna um empreendimento, "inovação" no negócio imobiliário. Na capital paulista, com a sigla MSTST (Movimento dos Sem Terra e Sem Teto), que tem como líder o deputado federal Guilherme Boulos, filho de classe média alta, ex-candidato à prefeitura da cidade, invade os prédios para moradia.

Os invasores por necessidade ou não, ao contrário do que se espera de ações sociais, são obrigados a pagarem aluguel, e esse valor, segundo o deputado, vai para um fundo de moradia e assentamento. Esse dinheiro que vai para o Movimento é um fundo de “resistência” para os sem teto, que tem destinação duvidosa tal qual a do dízimo nas milhares de igrejas evangélicas que a cada dia surgem mais uma... Aqui não ignoro o banco do Vaticano, um dos mais poderosos do mundo; a igreja católica banhada de ouro ainda tropeça na indústria da miséria.

No Rio de Janeiro a invasão é dividida entre empresários espúrios, milícias (aqui entram policiais e pessoas comuns com conhecimentos militares ou não), traficantes, ou àqueles com queixo duro: assumem o espaço na pancada – é, de fato, estamos retroagindo, vivendo a lei do mais forte e não por cidadania.

Já os trabalhadores que compraram ou construíram suas casas, ainda com dívidas desse patrimônio, saem de suas “casas” por volta de 3h, 4h da manhã. Viajam numa condução até chegar no trabalho às 8h e voltam em outras conduções às 19h para chegarem em casa às 22h, e após 3h de descanso, retomam a rotina até seu dia de folga.

É um ciclo que não paga suas contas, e se veem mais distantes de seus trabalhos em busca de alugueres menores, consequentemente mais distantes do seu trabalho. Os que têm prestações arcam com juros absurdos, são mensalidades caras por moradias frágeis, que têm financiamento alto da Caixa Econômica Federal. Este banco tem slogan de ser o maior banco público das Américas.

Essas moradias são imóveis de conjuntos habitacionais populares: de um lado o estado, a CEF, cobrando prestações caras. De outro, o 2° estado, travestido de milícia ou do tráfico (depende do Comando), têm participação em todas as contas básicas necessárias ao funcionamento de uma casa, desde água, luz ao botijão de gás de cozinha.

O valor de R$120 (em 20/11/2024 chegou a R$150) num botijão de 13kg, não usa, devolve. Se não pagar a taxa do 2° estado - repito: a milícia, o corpo do tráfico, a bandidagem, aos malandros armados -, no dia seguinte ou antes a família será posta pra fora do apartamento sem direito de levar os pertences.

E o governo, a prefeitura, as secretarias de habitação e de segurança? Passam bem, engordando seus cofres pessoais e o que praticam, além das publicidades enganosas, ninguém sabe, nem se atreve a comentar quem são e quando saem da política.

As prestações dos imóveis populares são altas para o poder aquisitivo do contratante. A Caixa é o maior banco público do Brasil que pouco serve às políticas públicas, tem lucros absurdos (“Cadê o dinheiro que estava aqui?”), e é detentora do maior cassino de apostas do mundo (loterias da Caixa). Os lucros das estatais brasileiras não sabemos para onde vão neste governo, e muitas delas dão prejuízos escandalosos por conta do acharcamento político dos ‘companheiros’. A petroleira Petrobras deu lucros altíssimos de 2017 a 2022, hoje tem rombo bilionário seguindo a trágica malversação do capital público – impostos da pagos pela população...

Pasmem, quem pega mais leve nessa história toda do acharcamento condominial, território, é o traficante. Você caminha por entre meninos e meninas soldados armados até os dentes, e num local ou outro paga o "gatonet" pongado de empresas do ramo e repassado para as casas ao custo de R$60 a R$90 por mês. Um ou outro, que dependendo do comando da facção cobra pelo botijão de gás, mas o certo é que existe segurança contra roubos e latrocínios.

Na área que tem ação do tráfico é comprovado pelos grandes condomínios na parte do asfalto, classe média alta, próximo ao morro, local preferido dos traficantes, que a segurança é uniforme e concreta – não há roubo, só venda de drogas (sic?).

Basta não mexer com os senhores morro acima.

A única quebra da tranquilidade é abalada por guerras entre eles, ou avanço de milícia, adversária ferrenha, que hoje conta com ex-militares expulsos ou aqueles policiais, servidores militares de má índole, outros ainda da ativa, e traficantes agora X9 ou não, mais a cooptação dos jovens em troca de vida ‘glamourosa’, curta, é farta.

É um mundo atípico duplicando-se enquanto há crescimento populacional e agora mais ainda com apoio e aproximação do estado; o atual presidente do Brasil ao ser anunciado eleito, foi ostensivamente ovacionado por bandidos nos presídios de todo país.

Essa atipicidade aqui no Rio, principalmente, deu-se lá na abertura política, em 1985, quando Leonel de Moura Brizola, "El Raton", segundo o ex-ditador Fidel Castro, voltou ao Brasil e fez cadeira para o governo do Rio de Janeiro e transformou a cidade maravilhosa, sede do governo, num caos total.

Seu então Secretário de Segurança negociou sobre paz com vários traficantes, esquadrão da morte, com a milícia pequena ainda, e a subida ao morro com ações policiais foi proibida, tal como hoje por decisão do presidente Lula e do STF.

Quando citei a sigla TFP, não dei o significado de propósito. Lembro de um trato comercial para sua campanha com um político muito afinado em Salvador, capital do estado da Bahia, considerada nos dias atuais como a mais violenta no país, e na conversa comentei sobre a TFP, arguindo se ele era contra ou a favor. Me perguntou o que era. Ri, e assustado ele me questionou se era alguma ferramenta de marketing. Tradição, Família e Propriedade são princípios vivos na maioria da população brasileira, e mundial, acrescento.

Na década de 1960, quando em 1962 começaram a trazer para o Brasil a moda comunismo da então Cuba, com viés da União Soviética, os militares brasileiros com alguns acenos muito fortes de alguns formadores de opinião se surpreenderam com a vontade popular contra a possibilidade de ditadura, ou deste estado totalitário (meu conhecimento da época).

E aí cresci nessa vibe: contra os ditames militares.

Junto aos estudos e conscientização política após algumas carreiras, e fugas para não ser preso, aprendi o discernimento sobre o que era bom para mim, para minha família, amigos, colegas de trabalho, e para o Brasil. E dividi para somar desta forma e vejo que minha escolha sobre pátria, tradição, família e propriedade ainda é um avanço, porque foge ao descalabro de termos um semianalfabeto curtindo os melhores hotéis, vinhos, prazeres da vida, sob a alegação de que ele ajuda aos pobres – engodo.

Ainda bem que o desconhecimento dele não chega à literatura para imitar o ditador Dictator perpetuo, ou dictator in perpetuum ou dictator perpetuus, cargo ocupado por Julius Cesar de 26 de janeiro ou 15 de fevereiro do ano de 44 a.C. até sua morte em 15 de março do mesmo ano, que teve seu antecesssor, também ditador Caio Julius Cesar (12 de julho de 100 a.C. – 15 de março de 44 a.C.), o então general e estadista romano. Mas que eu iria adorar a empáfia afeminada no Lula, ah, isso adoraria ver...

É certo que a TFP deve vingar no mundo, afinal estamos aqui de passagem, e levar dólares, euros, ouro, pedras preciosas para o caixão – essas pedras são as maiores idiotices humanas de valores absurdos –, por quanto a vida não é eterna.