Qualquer pessoa que tenha se aventurado no universo da criatividade ou da inovação sabe o quanto é empolgante acompanhar o surgimento de novas ideias e projetos. E se você que lê não está diretamente envolvido nesse meio, aposto que já ouviu frases como: “Esse projeto é tão inovador”, “Essa ideia é disruptiva para o mercado”, “Essa empresa está transformando a maneira como fazemos as coisas”, entre tantas outras.

Seriam esses criadores e empreendedores visionários exagerados? Ou, pior, sonhadores descolados da realidade? Arrisco-me a dizer que são apenas apaixonados pelo que fazem! Por mais que soe clichê, a criatividade é uma força motriz, um impulso para transformar o presente e construir um futuro mais sustentável, inclusivo e próspero.

Agora sejamos realistas: uma ideia criativa não se torna inovadora apenas porque é original, mas certamente transforma o dia de quem a concebe, que logo compartilha seu entusiasmo nas redes sociais ou entre colegas, gerando um movimento de inspiração.

Dizem que o impulso criativo é primitivo, instintivo, uma resposta à nossa necessidade de evolução. Mas nem todos têm essa vontade de empreender. Como professor que sou, lido com turmas de 40 jovens, entre 15 e 20 anos, em pelo menos dois períodos por dia, ou seja, sou brindado com opiniões, medos e aspirações de cerca de 80 jovens diariamente. E, como aprendo com eles, tenho certeza de que eles também me ensinam muito.

Voltando ao tema deste texto, a “economia criativa”, uma parte considerável desses jovens expressa o desejo de trabalhar em áreas que lhes permitam criar algo novo e significativo. Muitos me relatam que buscam profissões que não sejam convencionais, como: “Professor, quero ser um designer de games”, “Sonho em ter meu próprio canal no YouTube”, “Eu quero abrir um negócio sustentável”, “Quero criar algo que faça diferença”. Confesso que, quando essa conversa surgiu pela primeira vez, me surpreendeu.

Talvez pela minha geração, em que empregos tradicionais eram vistos como o caminho mais seguro. Cresci ouvindo que o ideal era buscar uma profissão estável, trabalhar em uma empresa sólida e garantir meu sustento. Então, seria essa nova geração uma antítese à anterior? Estariam eles certos em valorizar a criatividade e a inovação? Estariam errados? Serão eles os protagonistas de uma nova era econômica?

Essas são reflexões que insisto em fazer, sem a pretensão de oferecer respostas definitivas, mas com a curiosidade de quem observa um fenômeno em pleno movimento.

Agora, com mais cautela, percebo que o mundo mudou. As formas de trabalhar, criar e viver são outras. A revolução digital e as transformações sociais têm permitido que novas profissões e modelos de negócios surjam e se consolidem. No entanto, também vejo que essa geração, muitas vezes, é impulsionada pela busca de significado, liberdade e propósito, algo que nem sempre foi uma prioridade em gerações anteriores. Para muitos desses jovens, o trabalho não é apenas uma forma de ganhar dinheiro, mas uma maneira de expressar quem são e de contribuir com algo maior.

Em meio a essas reflexões sobre o que é a economia criativa, torna-se claro que estamos diante de uma nova configuração econômica, onde a inovação e a criatividade são fundamentais. O orgulho dos empreendedores ao ver suas ideias ganharem vida reflete não apenas a singularidade de cada projeto, mas também a esperança de transformar o mundo à sua volta.

Contudo, ao observar a perspectiva dos jovens que desejam explorar essas novas fronteiras, surge um panorama mais amplo. A complexidade do mercado, a influência das tecnologias emergentes e a conscientização sobre a própria capacidade criativa moldam o futuro de maneira significativa. Talvez a nova geração esteja, de fato, redefinindo o conceito de trabalho e negócios. Nesse contexto, cabe a nós apoiar e fomentar essas novas formas de criação, reconhecendo que a verdadeira riqueza da economia criativa está na diversidade de ideias e soluções.

No final das contas, a compreensão e o respeito pelas diferentes formas de trabalho são as bases para construir uma sociedade onde a inovação e a criatividade sejam vistas como motores do desenvolvimento econômico e pessoal.

E você, já pensou em como a criatividade pode transformar sua vida ou seu negócio?