Derrubados os medos, tantos, procurava algo de furtivamente possível de expressar… Os algoritmos da criação são muito difusos, repetidamente, alacres e sedentos de exploração, obviamente elusivos e alienados… almejados, provavelmente sussurros inacabados, truncados…
Cada linha alinhada a ferros, emotiva, trémula de ver luz, …por ela ofuscada… Cada parágrafo rarefeito e refeito no fluir emotivo, desfasado e desabado… no borrão abandonado, agora…para represar adiante, escapando o oblívio do momento adiante…
Aqui voltarei, parece dizer o que ficou rabiscado como registo tintado, negro na laguna alva de mais uma página…
Do quotidiano dos dias incertos, em mundo incerto, vai vagueando, navegando mais por intempéries do que por bonanças, ser poético, pouco autoral, demasiado marcado pelos percursos palmilhados anonimamente, quixotescamente, com comédia de Sanchos, esporádicos, alegres, ajuizadamente viventes, tolerantes, inteligentes… livres por demais…
Na ânsia cavalheiresca da demanda, vai-se continuando, sonhando, um pouco…, pois tanta coisa se vai olhando, e, presumindo na manhã fresca, nevoenta de estio ainda temeroso de mostrar luz explosiva…
Um quarto de dia, de página tenta percorrer pistas para almejar a frondosa meta final da sombra fresca, banal, apaziguadora de mais uma etapa adquirida, conseguida, mesmo esbaforida no calor intenso, interno, indizível do caminho, agora já poeirento da quase jorna alcançada…
Goin'...
Sometimes
Sailors
Sail...Sometimes,
Sailin'
Saves
Souls...Somewhere
Sailin',
Goin'
Gets
The
Gist...Goin',
Goin',Gone…
Mas ainda…
[Indo...
Às vezes
Marinheiros
Navegam...Às vezes,
Navegar
Salva
Almas...Em algum lugar
Navegar,
Ir
Apanha
O
Sentido...Indo,
Indo,Foi-se...]
…Nos pilares de Gibraltar,
Dos antigos fenícios...
A espuma,
Das ondas,
Devolveu
A Zeus
Uma
Réstia
De
Esperança ...Na
Noite
Da
Névoa,
Regredi
No
Mar,
Esperei
Nova
Madrugada
Insone,
Demasiado
Longa,
Em tempos
Incertos
De
Cóleras
Várias,
Incertezas
Tantas,
Corações
Impantes
De
Calma
Nunca
Esperada,
Sempre
Ausente,
Trôpega
Ânsia
De
Coração
Navegante...
…
E continua a saga dos dias, do caminho errante da mente acesa na profundidade azul, verde de mares, alvoradas, dias e noites viajantes, vividas, atlantes, de nortes e suis equatorialmente separados por tempos, memórias e paisagens indizíveis de tanto sentidas, de marcantes e indeléveis, como tintas milenares, expostas na crueza nua da página tentas vezes amarrotada e amarelecida, de diário de bordo alarve, tantas vezes esquecido e ressuscitado noutras tantas andanças…
Das incertezas se vai fazendo o dia, deambulante por pedaços de céus estranhos, sem estrela do norte, com cruzeiro do sul tropical, verdejante em floresta virgem, praia calma de água límpida, intocada…fugitivo aos desertos escaldantes, para trás deixados na sua paz só renovada pela areia ríspida e fatal da tempestade que neles nasce e repousa, fenece…
Das incertezas se vão quebrando as rotinas urbanistas, acimentadas, acinzentadas, rotinizadas ao movimento pendular da aurora à noite iluminada do neon que faz esquecer as estrelas, cada vez menos observadas, seguidas e olhadas com infinito prazer desmedido de infinidade feito, de viagem estelar faccionada, ainda apenas por muito poucos vivida na embrionária idade saganiana, optimisticamente visionária…
Do tempo e espaço perdidos à lonjura, para lá da montanha íngreme, da lonjura virtual, imagem inventada precocemente, manipulada no soçobro do algoritmo equacionado ao bit fragmentário se esvai a vaidade superior de ser dominante…tão anestesiado pela vertigem da conquista a qualquer custo… tão solitário, em multidão apinhada nas avenidas e torres onde luta e labuta nas metrópoles insanas e imparáveis, só belas nas noites insones…
Das incertezas esboroadas em discurso narrativo ilógico, porque livre, misturado e renascido sem sentido, ao acaso dos dias de diáspora silente, poética, remetida a emoção de coração diametralmente estilhaçado entre entrelinhas de imortalidade tentadas, ou só imaginadas, vivem criadores de estórias, poetas de mundos infinitos, pintores de gritos ou inversos paraísos perdidos na espuma dos dias e esculpidos nas pedras marmóreas ou graníticas das idades de ouro ou trevas letais.
Memoráveis restos de esparsas vitórias sobre o tempo fugitivo, incerto e inquebrantável, porque infinito, imperfeito ser narrante, poético… só humano…