Para muitos cristãos durante o século XI, Jerusalém era o centro do mundo, considerada a cidade santa. Havia muitas cruzadas pelos peregrinos à cidade; porém, eles eram ameaçados por saqueadores. Os muçulmanos estavam atacando os cristãos que peregrinavam à Terra Santa. Por isso, o rei Balduíno II de Jerusalém pediu ajuda para proteger esses peregrinos. Ele recebeu um grupo de cavaleiros que estavam dispostos a fazer a proteção desses peregrinos durante as caminhadas. Esse grupo de cavaleiros, que estavam dispostos a proteger os peregrinos cristãos, eram os “Pobres Cavaleiros de Cristo”, que conciliaram a vida militar e a vida religiosa. Seu líder era Hugo de Payens, e após várias reuniões, a Igreja reconheceu oficialmente a “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” (Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici).

O rei Balduíno cedeu a Mesquita de Al-Aqsa para que eles morassem. O Templo de Jerusalém foi construído ali, em cima do que sobrara do Templo de Salomão. Este grupo logo se consagrou, tornando-se poderoso nas esferas política, bélica e econômica.

São Bernardo de Claraval pensou nos detalhes de como os Templários deveriam viver, conciliando as virtudes monásticas com as virtudes militares de um digno cavaleiro de Cristo. Graças às regras de São Bernardo, eram cavaleiros que lutavam para permanecer humildes, castos e honrados em sua missão.

A Ordem começou a receber doações, pois a sociedade medieval os apoiava moral e materialmente e havia compreensão pública da importância da defesa dos Lugares Santos. Eles criaram o sistema precursor dos sistemas bancários de hoje em dia: depósito e saque. Os Templários tinham sob seu poder grande quantidade de tesouro, e para os peregrinos não era interessante sair levando grandes quantidades de ouro durante a viagem, então faziam um depósito e recebiam um recibo para sacar a quantidade quando chegassem ao seu destino.

Na Ordem, havia o Grão-Mestre, que era escolhido por eleição. Ele possuía autoridade sobre todos os Templários. Seu prestígio era tal que, por exemplo, nada no tesouro poderia ser tocado sem sua permissão. Com posse de grande quantidade de ouro, os Templários começaram a emprestar a juros.

O rei Filipe IV, o Belo, precisava de dinheiro e descobriu a fortuna dos Templários. Pediu uma enorme quantia emprestada, pois estava com problemas de dívida e teve de recorrer a empréstimos para financiar os negócios do seu reino. Como não tinha como pagar, decidiu ir contra os Templários e usou sua influência sobre o papa Clemente V, sob sua dependência, para acabar com a Ordem e confiscar todos os seus bens. Colocou em efeito uma estratégia de descrédito, acusando os Templários de serem hereges, apóstatas, sodomitas e de vários outros crimes. Entre os dias 19 de outubro e 24 de novembro de 1307, 138 prisioneiros Templários foram interrogados em Paris. Em 22 de novembro de 1307, pela bula Pastoralis Præminentiæ, o papa Clemente V recomendou a prisão dos Templários em todo o território da Europa.

A partir de 1310, a Igreja instituiu sua própria investigação sobre a Ordem, na qual chegaram a depor 573 cavaleiros. Todos em defesa da Ordem e afirmando que as confissões foram arrancadas no tribunal francês por meio de tortura. Depois do processo condenatório, muitos cavaleiros foram perseguidos, presos, torturados e queimados. A Ordem foi extinta em 1312 devido a pressões do rei da França Filipe, o Belo, que impôs a eliminação dos Templários. Chantageado pela monarquia francesa, o papa Clemente V acabou com a Ordem sem condenação nem absolvição, mas isolando-a em uma espécie de hibernação graças a um artifício do direito canônico. A Ordem do Templo foi extinta em 22 de março de 1312, pela bula Vox Clamantis. O papa Clemente V, através da bula Ad Providam de 2 de maio de 1312, transferiu todos os bens Templários para os Hospitalários (outra ordem existente na época).

No adro da Igreja de Notre-Dame, em Paris, fora instalado um cadafalso, para no dia 18 de março de 1314 anunciar a sentença de prisão perpétua aos cavaleiros. Em meio ao anúncio da sentença, Jacques De Molay (Grão-Mestre) levantou-se e gritou a todos que estavam ali sua inocência e a de todos os Templários, dizendo que todos os crimes e heresias a eles atribuídos foram inventados. Filipe, enfurecido com o ato de De Molay, no mesmo dia, mesmo sendo inocente, armou uma fogueira próxima ao jardim do palácio, onde foram queimados.

Após a descoberta de arquivos secretos do Vaticano, entre eles o "Pergaminho de Chinon", que foi esquecido durante anos no Arquivo Vaticano e redescoberto em 2001, comprovou-se que o papa Clemente V tinha dado a absolvição ao último Grão-Mestre dos Templários, Jacques de Molay, e aos cavaleiros da Ordem.