A Maçonaria é uma das instituições mais antigas em atividade no mundo. A sua forma atual surgiu em 1717, na Inglaterra, mas suas origens institucionais são da Idade Média; entretanto, suas origens filosóficas vão além, pois a Maçonaria é guardiã dos princípios de ética e moralidade que, desde o nascer da humanidade, têm permitido a sua constante evolução.

Existem várias histórias sobre como a Maçonaria começou, mas até então nenhuma ao certo. Para muitos estudiosos, ela surgiu na Idade Média com as corporações de construtores das catedrais e castelos. Há evidências, segundo outros autores, de que ela foi influenciada, em seus primórdios, pela Ordem dos Cavaleiros Templários, formada em 1118 para ajudar e proteger os peregrinos em suas viagens à Terra Santa.

A Maçonaria moderna é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica e educativa, que busca o progresso e o constante aperfeiçoamento dos seus membros, combatendo a ignorância, a superstição, o fanatismo, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios. A Maçonaria tem como objetivo a verdade, o exame da moral e a prática das virtudes, e entre os seus princípios destacam-se a liberdade, igualdade e fraternidade.

Muitos têm uma visão errada sobre a Maçonaria, considerando-a uma religião. Ela não é uma religião, mas a ordem possui uma ligação com a religiosidade e a espiritualidade, pois seus membros acreditam na existência de uma força superior que rege o universo. Para os maçons, essa força é chamada de "Grande Arquiteto do Universo".

Além disso, a Maçonaria não faz distinção entre as diferentes crenças religiosas que existem, sendo tolerante com todas as formas de fé. Pessoas de todas as religiões podem ser aceitas na ordem, e a única exigência é que o maçom acredite na existência do Criador do Universo.

A fraternidade tem como fundamento a ideia de que todos os seres humanos foram criados pela mesma força que rege o universo. Assim, todas as pessoas são iguais, devendo tratar umas às outras com respeito e solidariedade. A Maçonaria prega que o respeito à liberdade conduz a uma sociedade mais justa e igualitária, em que todas as pessoas devem desempenhar as mesmas obrigações e ter os mesmos direitos.

Ao contrário do que se supõe, os símbolos maçônicos não têm uma função ritualística nem comportam algum tipo de habilidade mágica. Entre os seus símbolos, o esquadro e o compasso são dos mais famosos. O compasso simboliza a busca pela perfeição do homem. A letra G vem de God, "Deus" em inglês. A representação de Deus se dá porque, para os maçons, Ele é o Grande Arquiteto do Universo. Os ângulos retos simbolizam a vida ética e honesta que todos os homens devem seguir.

A Maçonaria chegou ao Brasil no ano de 1797, com a Loja Cavaleiros da Luz, na Bahia. Logo após, mais lojas foram criadas no Rio de Janeiro. Entre seus nomes ilustres está José Bonifácio de Andrada e Silva, cientista e político brasileiro que teve papel destacado no processo de independência do Brasil. Entretanto, há vestígios da existência, em 1750, de um Grande Oriente Maçônico, em Salvador, vinculado ao Grande Oriente da França, com fortes tendências liberais e republicanas.

Kurt Prober, que sempre escrevia apoiado em sólida documentação, cita em sua bibliografia (Cadastro Geral das Lojas Maçônicas) que a primeira atividade maçônica brasileira que merece registro foi em 1724, na "Academia Brasílica dos Esquecidos", onde foi iniciado o Padre Gonçalves Soares de França, o Coronel Sebastião da Rocha Pitta, o Desembargador Caetano de Britto e outros. Mais tarde, todas as atas dessa sociedade secreta foram queimadas.

Criado em 17 de junho de 1822, o Grande Oriente do Brasil – GOB, única potência brasileira a deter o reconhecimento primordial, secular e definitivo da Loja-Mãe da Inglaterra, inscrito entre as quatro ou cinco maiores potências maçônicas do mundo, tem cadeira cativa e fortemente destacada na história do país, tanto no período monárquico quanto no republicano.

No Brasil, a Maçonaria tem tido relevante papel histórico. O GOB participou ativamente em momentos cruciais da história brasileira, como a participação em vários movimentos de emancipação da pátria, que antecederam a independência; a Independência do Brasil de Portugal; o fim da escravatura; a Proclamação da República (90% do primeiro gabinete republicano era composto de maçons), além da constante luta pelo aperfeiçoamento de nossas instituições e sociedade.

Durante sua existência, teve algumas pessoas ilustres que foram maçons, como filósofos: Voltaire, Goethe e Lessing; músicos: Beethoven, Haydn e Mozart; militares: Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; poetas: Byron, Lamartine e Hugo; escritores: Castellar, Mazzini e Espling. No Brasil, os nomes de destaque foram D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luís, Rui Barbosa, entre muitos outros.

Muitos têm uma visão errada sobre essa sociedade discreta, mas não estão dispostos a estudar sobre o assunto, fazendo com que um certo preconceito se perpetue. A falta de conhecimento nos faz tirar conclusões precipitadas; por isso, a busca pelo conhecimento deve ser sempre contínua.