Apesar dos obstáculos, a importância do jornalismo na sociedade nunca foi tão evidente, e os jornalistas continuam a desempenhar um papel vital no mundo e na procura pela verdade.
A transformação do jornalismo na era digital não é meramente a criação de novos tópicos, teorias e assuntos para os investigadores estudarem e complementarem as preocupações existentes nesta área. Em vez disso, as mudanças que estamos a assistir desafiam e contestam até as preocupações teóricas mais duradouras e fundamentais do jornalismo, levando os investigadores a enfrentar novamente, ainda que num contexto diferente, perguntas como: o que é o jornalismo? Quem é o jornalista?
Além disso, é também um desafio para os próprios jornalistas, nomeadamente aqueles que exercem a profissão há mais tempo e estão já rotinados quanto a métodos e ferramentas de trabalho.
As alterações significativas nas práticas profissionais dos jornalistas e nos produtos do digital requerem agora novas ferramentas metodológicas e estratégias de pesquisa para gerar novos argumentos que ofereçam conteúdo às investigações referentes ao jornalismo na era digital.
Assim, a era digital tornou a internet uma ferramenta de pesquisa integrada para os jornalistas no seu quotidiano de trabalho. No fundo, a chegada da internet mudou o jornalismo, mas mais especificamente do que isso, mudou a profissão em, pelo menos, três maneiras diferentes: primeiro, a internet tem o potencial de tornar o jornalista como uma força intermediária essencial na democracia, depois, oferece aos profissionais uma vasta gama de recursos e possibilidades tecnológicas infinitas para trabalhar e, por fim, criou o seu próprio tipo de jornalismo na internet, o jornalismo digital.
No entanto, a integração de práticas digitais no jornalismo não é novidade. É um processo em desenvolvimento desde que começou até hoje e por ser um processo que vai acontecendo, à medida que a evolução vai aparecendo e sendo implementada, torna-se objeto interessante e fulcral de estudo na área das ciências humanas e do jornalismo.
A mais recente grande mudança no mundo jornalístico aconteceu com a chegada do digital às redações, foi um processo de adaptação por parte dos próprios meios de comunicação, das administrações, dos técnicos, dos públicos e principalmente dos jornalistas. É crucial entender como os jornalistas se adaptaram a esta inovação: o que mudou nos seus trabalhos diários, a habituação às novas ferramentas, aos programas, à nova linguagem, aos métodos inovadores e às formas de organização.
Este é, sem dúvida, um tema da atualidade, cuja pertinência pode ser confirmada diariamente nas variadas redações pelo mundo, seja através das rotinas de produção, da pressão do tempo, da qualidade da informação dada ao consumidor e até do próprio fator geracional, que têm implicações na forma como se lida com o digital no jornalismo.
Com as mudanças que são confirmadas com o trabalho jornalístico elaborado ao longo das várias gerações de jornalistas que passam pelas redações, é possível afirmar que este é, de facto, um tema que traz novos dados à comunidade científica, às ciências humanas e ao jornalismo. Dados esses que dão informações sobre a capacidade humana, técnica, criativa e profissional dos jornalistas que se tem vindo a adaptar às novas realidades de trabalho.
É importante perceber o que isso traz de positivo e igualmente de negativo à vida do jornalista e como é que um jornalista mais experiente lida com o digital em comparação com um jornalista mais novo na profissão. Questões que contribuem para a história do jornalismo, assim como para a sua evolução tanto para problemáticas do presente como do futuro, até porque estamos em constante progresso e as formas de adaptação utilizadas agora podem servir como alavanca para futuras mudanças do amanhã.
Vivemos num mundo de evolução constante, em todos os sentidos, e as profissões precisam também de se adaptar à mudança. O jornalismo passa diariamente por esta adaptação, especialmente os jornalistas que todos os dias exercem a profissão, o que nos leva à questão: “Como estão os jornalistas a adaptar-se à era digital?”
Com esta pergunta dá-se o mote para várias pesquisas e para questionar sobre quais são as estratégias que os jornalistas estão a utilizar para se adaptarem à era digital e às alterações que com ela são trazidas, de que maneira se estão a adaptar, as dificuldades e as facilidades que a tecnologia trouxe e que ainda hoje se refletem no quotidiano de trabalho.
Além disto de adaptações e habituações ao digital, o jornalismo também tem encontrado oportunidades emocionantes com a era digital em que vivemos. Os jornalistas estão cada vez mais a produzir conteúdo multimédia, tal como vídeos, podcasts e infografias, de forma a alcançar uma audiência mais ampla e interagir com os leitores de novas maneiras.
As redes sociais tornaram-se uma parte crucial do trabalho jornalístico, permitindo que os jornalistas alcancem públicos maiores, partilhem histórias e recebam feedback em tempo real. Ser jornalista nos dias de hoje é usar também as redes sociais para descobrir novas fontes e tendências.
Com a cada vez maior quantidade de dados disponíveis online, os jornalistas estão a tornar-se mais proficientes em analisar informação e dados para contar histórias de forma mais impactante e informativa.
Com a proliferação de informações falsas online, o papel dos jornalistas na verificação de fatos e na desmitificação da desinformação tornou-se ainda mais importante na era digital e o seu trabalho é cada vez mais valorizado.
A adaptação dos jornalistas à era digital é um processo contínuo, marcado por desafios e oportunidades. À medida que a tecnologia continua a evoluir, os jornalistas devem permanecer ágeis e inovadores, explorando novas formas de contar histórias e de se conectar com o público. Apesar dos obstáculos, a importância do jornalismo na sociedade nunca foi tão evidente, e os jornalistas continuam a desempenhar um papel vital na procura pela verdade.