Not in any way, shape, or form [I am a conspiracy theorist]. I am much more of a skeptic. I don't believe in UFOs or that the world is going to end in 2012. I think one reason my books have found mainstream success is that they're written from a skeptical point of view. My protagonista /…/ doesn't buy into any of it. As an intelligent person, you can read them and say, "Oh, that's cool - I wonder if it's possible." But you're constantly connected with a character who thinks, "That's ridiculous." If I'm doing my job, what happens is that you, the skeptical reader, move through my stories and start to say, "Oh my God. Maybe. Maybe.

(Dan Brown)

[De forma alguma [sou um teórico da conspiração]. Sou muito mais um cético. Não acredito em OVNIs ou que o mundo vai acabar em 2012. Acho que um dos motivos pelo qual meus livros têm alcançado sucesso no mainstream é que são escritos de um ponto de vista cético. Minha protagonista /.../ não acredita em nada disso. Como uma pessoa inteligente, você pode lê-los e pensar: 'Ah, isso é interessante - eu me pergunto se é possível.' Mas você está constantemente conectado a um personagem que pensa: 'Isso é ridículo.' Se estou fazendo meu trabalho direito, o que acontece é que você, o leitor cético, segue pelas minhas histórias e começa a dizer: 'Meu Deus. Talvez. Talvez.]

Detectives malgré eux

O que reúne Cotton Malone, de Steve Berry (n. 1955), Robert Langdon, de Dan Brown (Daniel Gerhard Brown, n. 1964), e Tomás Noronha, de José Rodrigues dos Santos (n. 1964), “alter-egos” dos seus autores, fascinantes pelas suas capacidades especulativas e de decifração de enigmas, pelos seus conhecimentos enciclopédicos, pelas suas ligações institucionais, por conflitos íntimos e pelas suas presenças marcantes. Movem-se em thrillers de crescente tensão, perseguidos pelo perigo e atraídos pelo enigma. Observemos alguns dessa numerosa galeria.

Começo com Cotton Malone. E com seu autor. Steve Berry (n. 1955)

Why did you write thrillers? You leave the world behind. I was a divorce lawyer that's what I did: I divorced people. And I was a criminal defense lawyer. I saw people at their worst… so, thrillers were a way to escape!... 1

[Por que você escreveu thrillers? Você deixa o mundo para trás. Eu era advogado de divórcio, era isso que eu fazia: eu divorciava pessoas. E também era advogado de defesa criminal. Eu via as pessoas em seus piores momentos... então, os thrillers eram uma forma de escapar!]

Traduzido para 41 idiomas e com mais de 17 milhões de cópias em 52 países, foi membro do Smithsonian Libraries Advisory Board (2011–2018) e co-fundador da History Matters (2014) , uma fundação dedicada à preservação histórica, e da da International Thriller Writers, um grupo de mais de 2.600 escritores de suspense de todo o mundo de que foi vice-presidente (2006–2010). É considerado como o próximo John Le Carré e aficcionado de Dan Brown, Clive Cussler, Robert Ludlum, James Rollins, Frederick Forsyth, Steve Martini, Ken Follett, Lisa Gardner, Sharon Kay Penman, Lee Child e David Baldacci.

Entre suas distinções, conta com o Royden B. Davis Distinguished Author Award, o Barnes & Noble Writers for Writers Award (da Poets & Writers), o Anne Frank Human Writes Award e o Silver Bullet (da International Thriller Writers).

Sobressai na sua obra a Série de Cotton Malone, já com 19 volumes 2, mas também escreve em co-autoria com Grant Blackwood (Red Star Falling e The 9th Man, da série Luke Daniels Adventures) e com M. J. Rose (The End of Forever,* The House of Long Ago, *The Lake of Learning, and The Museum of Mysteries, contos de Cassiopeia Vitt) e com James Rollins (em De Devil’s Bonnes, da antologia FaceOff, fazem contracenar Cotton Malone e Gray Pierce, ambos ex-militares e de agências secretas, excelentes profissionais).

As ideias surpreendem-no nos lugares e momentos mais inesperados. A ver o Canal Discovery (A Sala Âmbar), numa visita ao Kremlin (A Profecia Romanov), num evento (O Elo de Alexandria), durante uma pesquisa (A Ameaça Patriota), etc… As viagens têm sido motivadoras e/ou necessárias para trabalho de campo: a Salt Lake City (O Mito de Lincoln) ou à Virginia, Carolina do Norte, Washington DC e Nova York (The Jefferson Key e The Lost Order), à Flórida (The Bishop's Pawn), mas também internacionais, à Rússia (The Amber Room e The Romanov Prophecy), a Roma (The Third Secret), a França (The Templar Legacy e The Paris Vendetta), a Belém/Portugal (The Alexandria Link), a Veneza (The Venetian Betrayal), à Alemanha (The Charlemagne Pursuit), a Praga e à Jamaica (The Columbus Affair), a Londres (The King's Deception), a Veneza e à Croácia (The Patriot Threat), ao Lago Como/Itália e à ilha de Malta (The Malta Exchange), às minas de sal de Cracóvia/Polónia (The Warsaw Protocol).

A sua experiência no Conselho Consultivo das Bibliotecas Smithsonian motivou-o a trazer Cotton Malone para instituição, mas a personagem nasceu em Copenhague, quando Steve Berry estava num café em Højbro Plads, uma popular praça dinamarquesa onde Cotton adquire uma livraria para se afastar da vida perigosa. Com esse passado e suas relações, é capaz de se tornar heróico, mas as falhas humanizam-no.

Com uma memória eidética, Cotton Malone vive um permanente conflito íntimo: o seu casamento fracassou, tem um relacionamento difícil com seu filho adolescente e com mulheres. Tem uma ficha confidencial da agência de investigação a que pertenceu (Magellen Billet Dossier) com informação física, psicológica e biográfica que chega a surpreendê-lo quando acede a ela.

A intriga começa logo com o perigo e avança com a investigação, em geral, relacionando tempos na história moderna, mas não sempre, pois Steve Berry não resiste aos grandes mitos históricos: a Biblioteca de Alexandria, Qin Shi, o primeiro imperador da China, os Templários, Colombo, Carlos Magno, Napoleão… até Lincoln e Jefferson… passando pelo Vaticano. Move-o a ânsia de preencher o buraco informativo, o que se perde no tempo e no espaço, aquilo a que a História não consegue responder, o desejo de decifrar o enigma que partilhamos, propondo uma solução tranquilizadora…

Passo a Robert Langdon. E a Dan Brown (Daniel Gerhard Brown, n. 1964)

Será que existe uma fórmula Dan Brown? Se existe, gostaria que alguém me explicasse qual é, porque tornaria a escrita muito mais fácil. É verdade que há elementos comuns aos vários livros, como esses que referiu. Mas não creio que seja possível criar romances com este grau de complexidade a partir de uma qualquer fórmula. Isto é apenas a minha maneira de escrever. /…/

Mas essa insistência numa forma muito particular de thriller histórico-cultural, com uma forte carga mítica, não pode tornar-se cansativa para os seus leitores? Não creio. O gozo destes livros está na sucessão de códigos e segredos para desvendar, que são sempre diferentes. Se vir bem, os leitores do Ian Fleming nunca se cansam do James Bond. E os livros do James Bond também são todos iguais. Os martinis, as raparigas bonitas, as cenas de acção, etc. Eu acredito que o truque para contar uma boa história é dar ao leitor o que ele espera, mas de uma forma inesperada. Toda a gente sabe que no fim o James Bond vai desarmar a bomba e ficar com a miúda, mas ainda assim queremos saber o que é que ele faz antes de chegar até ali. 3

Segundo a imprensa, o “rei dos best sellers4. Com mais de 250 milhões de cópias de romances e sua tradução para 56 idiomas, até se juntou à Master Class (Dan Brown Teaches Writing Thrillers), a empresa de tutoriais de celebridades online.

Geralmente, escreve a solo, embora tenha experimentado a coautoria com Danielle Brown, no humorístico 187 Men to Avoid: A Survival Guide for the Romantically Frustrated Woman (1995). E chega a estabelecer fortes nexos entre a música que compõe e a escrita sobre ela, como acontece com Wild Symphony, complementada por um livro homónimo.

Tem uma obra dominada pelo cruzamento de arte, religião e simbolismo (fortemente auxiliada na pesquisa por Blythe Newlon durante o casamento 5) e centrada em Robert Langdon 6, pesem embora os isolados 7, que tende a ser adaptada ao cinema 8 pelo sucesso editorial. Considera o seu romance mais conseguido O Símbolo Perdido 9, mas foi The Da Vinci Code (2003), adaptado ao cinema (2006) e ao público infanto-juvenil (2016), que causou impacto e polémica pela matéria abordada: a configuração heterodoxa da vida de Cristo e da sua relação com Maria Madalena, retomando a ideia de uma conjugalidade que periodicamente se tem reactivado na cultura europeia, bebendo na tradição popular, mas também na aristocrática (v. famílias régias que se reclamavam descendentes do par) e que autores actuais como Lewis Perdue, Michael Baigent, Richard Leigh, Henry Lincoln e Jack Dunn popularizaram com a viva reprovação da Igreja Católica.

A ciência também o atrai, sendo Origem o melhor exemplo disso, que começa com uma anunciada revelação da descoberta que “mudará para sempre o rosto da ciência” por Edmond Kirsch, avançando por uma combinatória de história oculta e religião extremista até ao que nos passava despercebido…

The irony is that I've really come full circle. The more science I studied, the more I saw that physics becomes metaphysics and numbers become imaginary numbers. The further you go into science, the mushier the ground gets. You start to say, Oh, there is an order and a spiritual aspect to science. 10

[A ironia é que eu realmente fechei o ciclo. Quanto mais estudei ciência, mais percebi que a física se transforma em metafísica e os números se tornam números imaginários. Quanto mais você se aprofunda na ciência, mais o terreno fica incerto. Você começa a dizer: 'Ah, existe uma ordem e um aspecto espiritual na ciência.]

Sobre o seu processo de escrita, sintetiza:

Escrever romance é, de certo modo, pegar uma sequência, uma cronologia que correr numa determinada direção, dividi-la em várias partes e reorganizá-la de maneira mais interessante. Saber começar e encerrar uma cena é algo apreendido. Quando começo a escrever uma história, já sei o final. As tramas nos meus livros são cuidadosamente planejadas. 11

A ideia não precisa, assim, de ser original, pois o leitor, ciente de que o herói não morre, quer o “como” e uma simplicidade convincente que resume numa lição:

Build the foundation of your novel with a single brick: make it simple, make it easy to follow. Will Robert Langdon find the virus and save the world? Will Ahab catch the whale? Will the Jackal shoot his target?

[Construa a fundação do seu romance com um único tijolo: faça-o simples, faça-o fácil de seguir. Robert Langdon encontrará o vírus e salvará o mundo? Ahab pegará a baleia? O Chacal acertará seu alvo?]

E indica a regra dos 3 Cs para a construção do thriller: o contrato, o relógio, o cadinho.

The contract is the promises made to the reader that have to be kept, so earn readers’ trust.

The idea of a ticking clock: you go back to even something as gentle as The Bridges of Madison County. /…/ If they met in a town and there’s no husband coming back, and there’s no ticking clock, it’s not an interesting book.

[The crucible is] this idea of constraining your characters and forcing them to act. If you look at the end of Jaws, you’ve got these people sinking on a boat and a shark’s coming toward them. The ocean’s their crucible: they can’t go anywhere, they have to deal with the problem. If they had a perfectly healthy boat and some big engines, they could just outrun the shark and the book’s over. But they’ve got the crucible. 12

[O contrato são as promessas feitas ao leitor que precisam ser cumpridas, para conquistar a confiança dos leitores.

A ideia de um relógio em contagem regressiva: volte até algo tão suave quanto As Pontes de Madison. /.../ Se eles se encontrassem em uma cidade e não houvesse um marido voltando, e não houvesse um relógio em contagem regressiva, não seria um livro interessante.

[O cadinho é] essa ideia de restringir seus personagens e forçá-los a agir. Se você olhar para o final de Tubarão, você tem essas pessoas afundando em um barco, e um tubarão vindo em direção a elas. O oceano é o cadinho deles: eles não têm para onde ir, precisam lidar com o problema. Se tivessem um barco perfeitamente saudável e alguns grandes motores, poderiam simplesmente fugir do tubarão, e o livro acabaria. Mas eles têm o cadinho.]

Robert Landgon é, confessadamente, um alter-ego do seu autor, “o homem que e[le] gostaria de ter sido” 13, com algumas das suas referências biográficas, e homenageia, com o apelido, John Langdon, um professor da Universidade de Drexel conhecido pela autoria de ambigramas, desenhos tipográficos com leitura igual em todos os sentidos verticais e horizontais (v. Anjos e Demónios). Robert Landgon é professor de Iconografia Religiosa e Simbologia em Harvard, foi excelente desportista e sofre de claustrofobia devido a um acidente de infância. É o enigma da cifra que tudo move na sua ficção e que o escritor destaca no seu site (“Secrets”) até com uma Sephirot interactiva a desafiar-nos You have found the lock but not the key

Nas investigações a que é obrigado pelas circunstâncias, o seu movimento de fuga do perigo é progressivamente acelerado, vertiginoso até, e passa por uma geografia monumental que o turismo literário tem sabido explorar através de roteiros seguindo os passos do seu protagonista: é o chamado “efeito Dan Brown”. Sintomático disso é o facto de o último romance merecer títulos como Origem é a Volta a Espanha de Dan Brown”. E já há quem peça ao escritor que consagre a sua cidade no périplo do seu protagonista…

O núcleo duro da sua ficção é o fascínio que confessa e explora pelas sombras do real, pela história oculta(da), pela “mão oculta” que tudo manipula, enfim, pela conspiração:

I'm fascinated by power, especially veiled power. Shadow power. The National Security Agency. The National Reconnaissance Office. Opus Dei. The idea that everything happens for reasons we're not quite seeing. It reminds me of religion a little. The power that religion has is that you think nothing is random: If there's a tragedy in my life, that's God testing me or sending me a message. That's what conspiracy theorists do. They say, "The economy's terrible? Oh, that's not random. That's a bunch of rich guys in Prague who sat down and..." 14

[Sou fascinado pelo poder, especialmente o poder velado. Poder nas sombras. A Agência de Segurança Nacional. O Escritório Nacional de Reconhecimento. Opus Dei. A ideia de que tudo acontece por razões que não estamos percebendo completamente. Isso me lembra um pouco a religião. O poder que a religião tem é que você pensa que nada é aleatório: se há uma tragédia na minha vida, é Deus me testando ou me enviando uma mensagem. É o que os teóricos da conspiração fazem. Eles dizem: 'A economia está terrível? Ah, isso não é aleatório. É um grupo de homens ricos em Praga que se reuniram e...']

Não será, pois, casual que a sua biografia por Graham A. Thomas se intitule, sintomaticamente, The Dan Brown Enigma. The Biography of the World's Greatest Thriller Writer (2011).

Expressiva, também, do seu êxito e da manutenção de uma “fórmula ficcional” (segundo alguns, ele escreve sempre o mesmo romance 15) foi a criação de um “gerador de intrigas à Dan Brown” com o apelo “Create Your Own Dan Brown Novel” (como o faz Toby Inkster e outros 16)…

Conhece o gerador interactivo de sequelas de Dan Brown que foi criado pela revista "Slate"? Não, não conheço. O que é isso?

É uma aplicação na Internet que gera automaticamente, após a escolha de uma determinada cidade e seita, um enredo à maneira de Dan Brown. Soa-me muito bem. (Risos) Talvez a utilize um dia destes, se estiver menos inspirado. 17

Concluo com Tomás Noronha. E José Rodrigues dos Santos (n. 1964).

[Entrevistador:] A trama dos seus livros envolve, muitas vezes, mistérios históricos e científicos. Como equilibra a ficção com a pesquisa factual para criar uma história envolvente e, ao mesmo tempo, informativa?

Dominando o tema e depois procurando equilibrar uma parte ficcional, que pode ser um thriller, uma história de espionagem ou um policial, incluindo uma parte afetiva que faz parte da natureza humana, com uma parte não ficcional em que se procura expor um mistério verdadeiro.

A ficção só me interessa como meio de contar a verdade e refletir sobre o nosso mundo. Para mim, a literatura é a verdade coberta com as roupas da mentira (pois a ficção é uma mentira). A ficção só me interessa como meio de exprimir coisas verdadeiras sobre nós, o mundo, a vida, o universo, a realidade.

Assim o diz o autor cujo livro favorito é A Servidão Humana, de Somerset Maugham.

O seu mundo ficcional desenvolve-se de modo sistémico por séries, apesar de alguns independentes 18: de Tomás Noronha 19, de Calouste Gulbenkian 20, de Lótus 21, de Francisco Latino 22. Autor de best-sellers, conta com alguns prémios (Prémio Clube Literário do Porto 2009 e Prix d'Excellence 2023 do jornal europeu Interview), é um exemplo da tendência actual de jornalista de televisão-romancista, mas também de uma lição de escrita que bebe em casos internacionais e que aspira a adaptação cinematográfica (com destaque para a influência de Dan Brown).

Tomás Noronha é o seu protagonista mais destacado, nome onde ecoa o de D. Tomás de Noronha, filho de um fidalgo escudeiro de D. Sebastião, e que Jacinto Cordeiro muito valoriza no seu Elogio dos Poetas Lusitanos (1631). Professor de História da Universidade Nova de Lisboa, perito em criptoanálise e línguas antigas e consultor da Fundação Calouste Gulbenkian, move-se numa geografia central na cultura portuguesa, o que o torna, por isso, familiar, assim como os seus dramas íntimos e familiares (o casamento com Constança e a filha doente).

Também a geografia do conhecimento percorrida por Tomás Noronha é a que actualidade tenta mapear: faz-nos revisitar os bastidores suspeitados do poder (inter)nacional (A Mão do Diabo, “a verdade oculta sobre a crise”), perscrutar o terrorismo internacional (Fúria Divina), revisitar a História (O Codex 632, sobre a identidade de Colombo), cruzar a Religião e a Ciência (O Último Segredo, sobre a identidade de Cristo) e/ou o Hermetismo (Chave de Salomão, acerca dos escritos mágicos de Salomão), a vida alienígena (Sinal de Vida) e a Inteligência Animal (O Jardim dos Animais com Alma) e Artificial (Imortal, anunciando a temida Singularidade).

Da personagem, diz-nos o autor numa entrevista:

O Tomás, professor de História na Universidade Nova de Lisboa, nasceu para uma única aventura, a de O Codex 632. A seguir tive a ideia de fazer A Fórmula de Deus e percebi que precisava de um personagem com perfil académico. Mas para quê inventar um novo personagem com essa característica se já tinha um académico, o Tomás, da aventura precedente? Decidi assim retomá-lo... e ele tornou-se um herói recorrente. Ou talvez lhe devamos chamar anti-herói /…/, uma pessoa ordinária que se mete em situações extraordinárias e que se envolve em aventuras do conhecimento relacionadas com a ciência, a história ou a filosofia.

...Thrillers provide such a rich literary feast. There are all kinds. The legal thriller, spy thriller, action-adventure thriller, medical thriller, police thriller, romantic thriller, historical thriller, political thriller, religious thriller, high-tech thriller, military thriller. The list goes on and on, with new variations constantly being invented. In fact, this openness to expansion is one of the genre's most enduring characteristics. But what gives the variety of thrillers a common ground is the intensity of emotions they create, particularly those of apprehension and exhilaration, of excitement and breathlessness, all designed to generate that all-important thrill. By definition, if a thriller doesn't thrill, it's not doing its job.

(James Patterson)

[...Os thrillers oferecem um banquete literário tão rico. Existem todos os tipos: thriller jurídico, thriller de espionagem, thriller de ação e aventura, thriller médico, thriller policial, thriller romântico, thriller histórico, thriller político, thriller religioso, thriller de alta tecnologia, thriller militar. A lista continua e continua, com novas variações sendo constantemente inventadas. Na verdade, essa abertura para expansão é uma das características mais duradouras do gênero. Mas o que dá terreno comum à variedade de thrillers é a intensidade das emoções que eles criam, particularmente aquelas de apreensão e euforia, de excitação e falta de ar, todas projetadas para gerar aquela emoção tão importante. Por definição, se um thriller não emociona, não está cumprindo seu papel.]

Por vezes, a ficção responde às questões que a comunidade se coloca: não por acaso, Origem, Sinal de Vida e Imortal surgem entre 2017-19, período em que a net (media e redes sociais) registou como mais frequentes palavras referentes à origem, fim e destino da humanidade, à vida extraterrestre e à inteligência artificial…

Notas

1 Cit. de Steve Berry Interview.
2 The Templar Legacy (2006)/O Legado dos Templários (2007), The Alexandria Link (2007)/O Elo de Alexandria (2008), The Venetian Betrayal (2007)/Traição em Veneza (2009), The Charlemagne Pursuit (2008)/A Busca de Carlos Magno (2010), The Paris Vendetta (2009)/Vingança em Paris (2011), The Emperor's Tomb (2010)/A Tumba do Imperador (2012), The Jefferson Key (2011)/O Enigma de Jefferson (2012), The King's Deception (2013)/A Farsa do Rei (2016), The Lincoln Myth (2014)/O Mito de Lincoln (2017), The Patriot Threat (2015), The 14th Colony (2016), The Lost Order (2017), The Bishop's Pawn (2018), The Malta Exchange (2019), The Warshaw Protocol (2020), The Kaiser's Web (2021), The Last Kingdom (2023), The Atlas Maneuver (2024), The Medici Return (2024).
3 Entrevista de José Mário Silva a Dan Brown “Dan Brown: "Este é o meu melhor livro"”, Expresso, 1/11/2009, 21:09.
4 Entrevista de José Mário Silva a Dan Brown “Dan Brown: "Este é o meu melhor livro"”, Expresso, 1/11/2009, 21:09.
5 Cf. Sobre O Homem Por Trás De O Código Da Vinci. Uma Biografia Não Autorizada De Dan Brown (2005), de Lisa Rogak.
6 Angels & Demons, 2000; The Da Vinci Code, 2003; The Lost Symbol, 2009; Inferno, 2013; Origin, 2017.
7 Digital Fortress (1998) e Deception Point/A Conspiração (2001).
8 The Da Vinci Code (2006), dir. por Ron Howard e protagonizada por Tom Hanks; Angels & Demons (2009), dir. por Ron Howard com Tom Hanks; Inferno (2016), dir. por Ron Howard com Tom Hanks; The Lost Symbol (2021), dir. por Jay Beattie, Dan Dworkin, com Ashley Zukerman.
9 Na mesma entrevista, afirma ser ele “O mais complexo, aquele que tem mais códigos, mais símbolos, mais reviravoltas no enredo. E creio também que é o meu romance com material filosófico mais profundo.” “Dan Brown: "Este é o meu melhor livro"”, Expresso, 1/11/2009, 21:09..
10 Cit de entrevista de James Kaplan (September 13, 2009). "Life after 'The Da Vinci Code'". Parade. Retrieved February 25, 2022.
11 Entrevista a BIAL.
12 Cf. entrevista ao The Guardian, 18/11/2018.
13 Cf. entrevista ao The Guardian, a 12/12/2004.
14 Cit de entrevista de James Kaplan (September 13, 2009). "Life after 'The Da Vinci Code'". Parade. Retrieved February 25, 2022.
15 Cf. José Carlos Fernandes defendeu a tese em 18 nov. 2017, 19:25, aquando da publicação de Origem cuja sinopse se adapta, com variações de pormenor, a todos os outros romances de Dan Brown: “O detentor de um magno segredo que pode mudar o rumo da História é assassinado por um frio e implacável hitman tatuado que recebe instruções de uma poderosa organização secreta de inspiração místico-religiosa. Outras pessoas que, de algum modo, tiveram acesso ao segredo são eliminadas sucessivamente. Robert Langdon, professor de simbologia e iconologia religiosa em Harvard, vê-se envolvido no imbróglio e uma infeliz combinação de equívocos e urdiduras faz com que pareça estar implicado no(s) crime(s), de forma que, além de ter de decifrar uma série de charadas que permitirão deter uma conspiração à escala mundial e combater a seita maligna por trás dela (e que o toma como alvo), tem também de iludir a perseguição das autoridades. Na sua fuga/busca, que passa por vários monumentos históricos e pontos de interesse turístico, tem a cumplicidade de uma mulher atraente e inteligente, mas, apesar da óbvia química que se estabelece entre ambos, no final Langdon volta à rotina de professor universitário solteiro.”.
16 Um exemplo de resposta.
17 Entrevista de José Mário Silva a Dan Brown “Dan Brown: "Este é o meu melhor livro"”, Expresso, 1/11/2009, 21:09. A app deixou de ser suportada pelos browsers.
18 A Ilha das Trevas, 2002 e 2007; A Filha do Capitão, 2004; O Segredo de Espinosa, 2023.
19 Lembro: O Codex 632, 2005; A Fórmula de Deus, 2006; O Sétimo Selo, 2007; Fúria Divina, 2009; O Último Segredo, 2011; A Mão do Diabo, 2012; A Chave de Salomão, 2014; Vaticanum, 2016; Sinal de Vida, 2017; Imortal, 2019; O Jardim dos Animais com Alma, 2021; A Mulher do Dragão Vermelho, 2022.
20 O Homem de Constantinopla, 2013; Um Milionário em Lisboa, 2013.
21 As Flores de Lótus, 2015; O Pavilhão Púrpura, 2016; O Reino do Meio, 2017; A Amante do Governador, 2018.
22 A Vida num Sopro, 2008; O Anjo Branco, 2010; O Mágico de Auschwitz, 2020; O Manuscrito de Birkenau, 2020.