Impossível pensar em futuras gerações conscientes da importância da preservação ambiental se não houver uma sensibilização de tais gerações para as questões ambientais. Antes de tudo, privilegiar a relação ética do ser humano com o meio ambiente e não apenas em perspectiva de ações politicamente corretas no que concerne à ecologia. Por vezes, o ser humano pode relacionar-se com a mãe terra apenas de forma utilitarista e de maneira soberba; é preciso rever essa postura. É fundamental que o ser humano veja a natureza como uma parceira na produção, inclusive dos bens e serviços. Infelizmente, o respeito pela natureza parece um empecilho para o desenvolvimento econômico. Prevalecendo esse entendimento, infelizmente, teremos como reflexo uma relação deficitária entre o humano e o ecológico.
Sem respeito à sustentabilidade, dificilmente o progresso econômico atingirá seu fim último que é a promoção da dignidade da pessoa humana. Neste particular, é essencial formar as futuras gerações para saberem respeitar o meio ambiente e não explorá-lo indiscriminadamente. Pensar em sustentabilidade é formar também novas relações com o consumo. Se o mundo não deixar de ser menos consumista, teremos grandes desafios de sobrevivência num futuro muito próximo. É preciso que o ser humano pense a partir de outros valores que não sejam apenas materialistas. Diante da infelicidade que se antevê na espantosa forma como a natureza tem reagido à agressão humana, o homem deveria acordar para a preservação. Mas a humanidade, cegamente, busca bens materiais e o deus do consumo como forma de procurar sanar o vazio existencial que existe dentro de si.
O pensamento positivista de Augusto Comte impregnou a mente das pessoas no sentido de que a ciência e o progresso científico resolveriam todos os problemas da humanidade. O ideal do filósofo Francis Baccon de que “saber é poder” também acabou contaminando todos os setores, inclusive científicos. Saber pode até ser poder, mas é necessário pensar nas relações éticas. Sem ética, a humanidade poderá destruir-se, por não ser capaz de relacionar-se aprendendo a dialogar. Assim, é de grande importância que busquemos, das mais diversas formas, pensar na importância da ética na educação ambiental.
Desde a mais tenra idade, a educação ambiental deve estar presente. Será um trabalho imenso, mas é preciso desconstruir o paradigma de que o ser humano pode destruir a natureza visando aos bens materiais. É preciso superar a visão de inimizade que se instalou entre o ser humano e a natureza. Aí entra a noção de sustentabilidade, uma relação em que o ser humano deve busca sua sobrevivência numa atitude respeitosa com a mãe terra. O ser humano precisa conscientizar-se de que sua passagem por este mundo é passageira, e é fundamental garantir as condições de perpetuação da vida humana para as futuras gerações.
A humanidade, mais do que nunca, precisa, a partir da ética sanar as desigualdades sociais existentes no planeta, garantir o respeito pela dignidade da pessoa humana a todos os seres. Não se defende o igualitarismo, mas uma menor diferença de desigualdades de condições de vida. A educação ambiental certamente é a chave para o futuro para uma sociedade mais igualitária, ética e sustentável. De nada adianta, aumentar o Produto Interno Bruto, se as catástrofes ambientais não permitirem mais condições de vida minimamente salutares para a humanidade. O progresso científico deve existir, mas também urgentemente é preciso pensar na humanização, superar guerras com diplomacia, evoluir em tecnologias, romper as barreiras que promovem guerras que acabam apenas por prejudicar a humanidade. Que todos os educadores tomem consciência do desafio de formar as gerações para uma consciência ambiental.