Miles Dewey Davis III foi um trompetista, compositor e bandleader de jazz norte-americano. Miles esteve na vanguarda da evolução do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop, das primeiras gravações do cool jazz e do desenvolvimento do jazz moda. A partir do seu trabalho com outros músicos, no final da década de 1960 e começo da década de 1970, originou-se o jazz fusion. Como trompetista, Miles tinha um som puro e claro, além de uma incomum liberdade de articulação. Embora famoso pelo seu estilo baixo e minimalista de tocar, Miles era capaz de conseguir alta complexidade e técnica com seu trompete.

O norte-americano John William Coltrane é tido pela crítica especializada como o maior sax tenor do jazz e um dos mais importantes jazzistas e compositores do gênero. Sua influência no mundo da música ultrapassa os limites do jazz, indo desde o rock até a música erudita. Coltrane atuou principalmente durante as décadas de 1950 e 1960.

A fim de homenagear esses dois ídolos do jazz mundial, um grupo prodigioso de artistas reuniu-se para produzir o CD A Música de Miles e Coltrane. No disco é possível encontrar muitas reminiscências, contudo, elas são assimiladas e transformadas de modo único e pessoal. Assim, ao mesmo tempo em que as canções nos trazem algo do passado, algo novo também nos é apresentado.

O grupo já apresentou-se em casas como o Áudio Rebel, o restaurante Oscar, a livraria Arlequim e o Hotel Santa Teresa. Em maio de 2017, arrendaram o Clube dos Democráticos, tradicional reduto do samba no Rio, para o tributo a Miles e Coltrane.

Os arranjos: So What e Blue trane têm referências a ritmos latinos e, nos arranjos, a Conrand Herwig.Blue in Green, Seven steps to heaven e Theme for Ernie foram interpretadas de modo fiel ao original. All Blues tem um ritmo diferente criado por Roberto Rutigliano, uma superposição de Samba em ¾ com feel em 6/8. O álbum foi gravado em Setembro de 2017 na cidade do Rio de Janeiro, enriquecendo a emergente cena do jazz carioca.

“A ideia do diálogo entre o jazz e a música latina tem inspiração em Chucho Valdés e Conrad Herwig. Queremos mostrar ao mundo que o músico brasileiro sabe improvisar e tem boa sonoridade. O jazz é um patrimônio do Brasil também, desde Pixinguinha”, explica Rutigliano, que também dá aulas de bateria na Escola Pró-Arte, em Laranjeiras.

Músicos

As primeiras quatro músicas do CD contaram com as participações dos músicos: Altair Martins (trompete), Marcelo Magalhães Pinto (piano), Sérgio Barrozo (contrabaixo), Didac Thiago (percussão) e Roberto Rutigliano (bateria). Já as duas últimas músicas: Widor Santiago (sax e flauta), Alex Rocha (contrabaixo), Marcelo Magalhães Pinto (piano), Didac Thiago (percussão) e Roberto Rutigliano (bateria).

  • Alex Rocha. Bacharel em Música pela Universidade Estácio de Sá. É baixista, compositor e arranjador. Fez parte da banda do cantor Emílio Santiago de 2003 até 2013. Acompanhou artistas como Victor Biglione, Wagner Tiso, Celso Blues Boy, Bibi Ferrera, Itamara Koorax, Pery Ribeiro, Zé Renato, Leila Pinheiro e, também, grandes músicos da cena do jazz internacional, como Eddy Palermo, Phil DeGreg, Jeff Kunkel e Mark Lambert, entre outros.

  • Altair Martins. Músico desde 1986, é natural de Mafra - SC. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1990. Já tocou nas Orquestras De Cipó, Agostinho Silva, UFRJazz Ensemble e Orquestra Tabajara. Músico atuante na TV Globo por vinte e um anos, e nos estúdios Sony, Emi-Odeon, Warner, Universal e Polygran por vinte e três anos. Como educador, atuou em inúmeros festivais pelo Brasil. Atualmente trabalha para a TV Globo, Orquestra Imperial e lidera a sua própria banda.

  • Didac Thiago. Fotógrafo e percussionista.

  • Marcelo Magalhães Pinto. É natural de Belo Horizonte. E compõe, juntamente com Fausto Borém (contrabaixo) e Rita Medeiros (soprano), o Trio Musa Brasilis, com apresentações no Brasil e no exterior. Ainda em 2009, lançou pelo selo Karmim o disco Paisagens de Minas, trabalho autoral que tem sido apresentado em importantes festivais de jazz e que conta com a apresentação do compositor Russel Ferrante (Yellowjackets).

  • Roberto Rutigliano. Músico, compositor e educador argentino. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1988, a convite do Conservatório Brasileiro de Música para dar aulas.

  • Sergio Portella Barrozo Netto. É neto do pianista e compositor Joaquim Antonio Barrozo Netto. Estreiou no cenário musical, em 1962, no conjunto de Roberto Menescal. Em 1963 gravou A Bossa Nova de Roberto Menescal e seu Conjunto e, no mesmo ano, o disco “Baden Powell Swings With Jimmy Prath”. Já tocou com Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Dorival Caymmi, Maysa, Rosinha de Valença, Marcos Valle, Tenório Jr., Wanda Sá, entre outros.

  • Widor Santiago. De Anápolis, mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 1984. É saxofonista e flautista de jazz. Já tocou e gravou com artistas da MPB como Ângela Ro Ro, Baby do Brasil, Cazuza, Djavan, Erasmo Carlos, Emilio Santiago, João Bosco, entre outros. Também gravou inúmeras trilhas para novelas, minisséries, casos especiais e programas ao vivo da tv.

Participaram dos shows, além dos que gravaram o CD, os músicos Cliff Korman, Idriss Boudrioua, Jefferson Lescovich, Jessé Sadocc, Fernando Trocado e José Arimatea.