Desde a segunda república até então a assembleia da república sempre esteve representada por indivíduos que desconhecem a realidade que se vive nos bairros, e de eleição á eleição fomos solidificando um modelo de representatividade mais partidário e pessoal do que do povo em concreto.
Esta triste realidade tem estado a custar divisas ao estado em pagar salários e mordomias para pessoas estranhas e alheias ao povo, e como consequências disso os debates aqui apresentados são mais de gabinete partidário do que do terreno. A dura realidade do crime organizado nos bairros, a falta de transporte, iluminação da via pública, falta de vias de acesso, falta de água potável, hospitais, habitação, policiamento comunitário e segurança e tantos outros problemas nunca foram a agenda destes indivíduos que se dizem representantes do povo.
O modelo parlamentar actual esta mais ao serviço do partido e dos interesses individuais dos ditos representantes do povo, e em nada dignificam e representam aquele jovem lá daquele bairro recôndito. E com isso temos um parlamento repleto de indivíduos que já não estão em condições de discutir assuntos dessa geração jovem com uma outra visão de vida e com problemas urgentes para resolver.
O nosso parlamento está tão obsoleto que até dá medo, ver idosos a tremerem para defenderem o salário e as mordomias com tantos jovens e com capacidade para defenderem os seus interesses a serem renegados para o último plano por conta da agenda do partido. Precisamos de um parlamento jovem e repleto de gente que vem dos bairros onde vivem os reais problemas da nação, e não pessoas que vem dos partidos para defenderem interesses e agendas próprias.
O povo com o passar do tempo legitimou inconscientemente um modelo parlamentar perigoso e alheio a si mesmo e como consequência nenhum plano concreto e decidido a seu favor, senão, ao partido de proveniência. Os verdadeiros donos dos problemas estão nos bairros e excluídos por um sistema capitalista bem montado e estruturado, sem uma agenda clara dos ideais de um povo jovem em expansão, e ainda por cima sem compromisso com a nação.
Todas as leis aqui aprovadas só legitimam cada vez mais este modelo parlamentar feroz que ostenta uma democracia de fachada, os tempos mudaram e as exigências para hoje são uma instituição parlamentar que atende as necessidade e exigências do cotidiano dos povos.
A realidade africana de hoje merece mais do que uma democracia aparente, mais do que nunca precisa de instituições que estejam de concreto ao serviço do povo sem qualquer distinção de raça ou cor partidária. Há que se fazer uma cirurgia mental sobre o tipo de parlamento que a África deve construir para o seu próprio bem, este povo sofreu tanto com a escravatura. e hoje sofre ainda mais com a fraqueza existente nas instituições que deveriam dar respostas sobre os destinos da nação, e como devemos nos comportar diante disso, perante o mundo que nos observa, e que legado deixaremos para as gerações vindouras, ou que tipo de sociedade estamos construindo, e se é isso que nos dispomos a deixar.
Nossas acções negativas na gestão da coisa pública, e como nos dirigimos para com povo, no futuro não devemos esperar algo diferente que oferecemos quando dele precisou de nós, devemos nos contentar com que os tempos vão prover para o que estaremos colhendo como fruto do que plantamos quando tínhamos o poder de decisão e criar algo melhor para nação, de contrário estamos deixando marcas de destruição, e divisão social por que não conseguimos construir um conceito de unificação nacional, que pudesse expirar as novas gerações e passamos a vida a discutir assuntos cosméticos, e a profanar a casa do povo, com mal dizeres que mancham a nossa imagem pelo mundo fora assim é o nosso parlamento dos partidos.