A arquitetura de interiores, ou design de interiores, remonta à antiguidade, onde as primeiras civilizações, como os egípcios e gregos, que desenvolveram ambientes privados e públicos com atenção à funcionalidade sem deixar a estética de lado. Palácios, templos e residências eram adornados com arte, móveis e decorações elaboradas que refletiam a posição social e os valores culturais da época.
Com o passar dos séculos, o design de interiores evoluiu para se tornar mais personalizado e, ao mesmo tempo, diversificado e inclusivo, refletindo a necessidades dos indivíduos, estilos de vida e diferenças de culturas. A sustentabilidade e a tecnologia desempenham papéis cada vez mais importantes no projeto, com destaque na criação de espaços que sejam ecologicamente eficientes e adaptáveis às mudanças rápidas da vida moderna, sem perder a personalização e distinção de cada projeto.
Lembrando que a arquitetura deseja, por suas linhas, formas e texturas, modificar o espaço para a melhor execução das funções para que o mesmo foi criado, respeitando suas particularidades e uma execução sustentável. Do mesmo modo, o Design de Interiores agrega valor ao espaço, buscando traduzir graficamente, canalizar e direcionar os sentimentos gerados no espaço. Desta forma, podemos desvendar seus principais pontos: função, foco, iluminação, cores e adereços.
Inicialmente, ao planejar, é essencial saber qual a função do ambiente como: em uma cozinha, onde suas principais funções são a higienização e o preparo do alimento, não menos importante, temos o armazenamento de alimentos e utensílios como funções secundárias; em um dormitório sua principal função é o descanso; no living, as principais atividades são o convívio e o entretenimento; entre outros. A partir disso, podemos selecionar materiais, texturas, iluminação, quantidade de mobiliário e decorações para atender às necessidades específicas do projeto.
Todavia, em um projeto de interiores é importante saber direcionar e destacar os elementos visuais principais. Por exemplo: a cozinha, que tem como principal função a preparação dos alimentos, o grande destaque seria para a área de cocção e exaustão; em um espaço gourmet com churrasqueira, o foco deve ser o volume projetado para o assador, pois este é muito grande para ser ignorado, e a ilha deve ser complementar, devendo direcionar os olhares para a torre, tornando o conjunto mais harmônico. Sabendo a função e ponto de destaque do ambiente, pode-se dar sequência no projeto, fazendo com que as escolhas de iluminação, materiais, texturas e cores sejam feitas com mais segurança.
Entretanto, estes elementos trabalham em conjunto e devem ser utilizados como ferramentas para melhorar à experiência do usuário na ambientação. Os materiais, assim como suas texturas e cores, devem evidenciar as características do espaço. Continuando com os exemplos anteriores: em cozinha, utilizar superfícies claras e lisas, bem como uma iluminação mais clara e forte, traduzem ao usuário que este ambiente é propício ao preparo de legumes e de fácil esterilização; o dormitório, com texturas mais rugosas e macias, além de uma iluminação mais intimista, sugere o relaxamento e descanso.
Contudo, além de elementos focais, deve-se ter atenção aos itens secundários e decorativos. A confusão criada pela desorganização e/ou excesso de informações pode causar desconforto, insegurança, entre outros aspectos negativos. Bons exemplos são: cores vivas em quartos infantis e adultos, essa escolha pode gerar agitação desnecessária e não proporcionar um momento de resguardo. Este cuidado na escolha da decoração é essencial, pois, ela deve complementar os volumes do projeto e direcionar os olhares para o foco principal do ambiente, não distraindo o usuário.
Deste modo, pode-se concluir que ter um elemento de destaque dentro do espaço é essencial para os profissionais da área, sendo o ponto de partida para a elaboração de cada projeto. Para o usuário é fundamental no processo de identificação espacial e para quais atividades o ambiente foi criado, conduzindo o usuário a uma experiência mais agradável e harmoniosa.