O mundo é assim chamado por ser um espaço no qual cada um de nós tem a oportunidade de interpretar lugares, experiências e culturas de forma única. Para mim, viajar é sempre um mix de emoções. Em alguns casos, fico ansiosa antes de chegar no destino que sonhei conhecer há muito tempo; em outros, chego sem muita expectativa, mas, após algumas horas, ou o lugar me conquista de vez ou entra para a lista dos lugares que pisei, vivenciei, mas que não necessariamente mudaram minha vida. A cidade de Madrid, a capital da Espanha, se encaixa exatamente no segundo grupo.

Por mais que tenha ouvido falar muito bem da cidade, ela não estava entre as minhas prioridades para conhecer no momento atual. Já tinha sim pensado em ir para a Espanha, mas não era o foco. Quando a oportunidade surgiu, eu disse "por que não?". Fui e acabei me arrependendo. Mas o arrependimento não foi de ter ido, e sim de não ter ficado ao menos mais um dia para conhecer ainda mais as maravilhas da capital espanhola.

Minha passagem por Madrid foi bem curta, 8 horas para ser mais exata. Se você acha que não dá nem para sentir o cheiro da cidade e que é impossível visitar mais de dois lugares nesse curto período de tempo, está bem enganado. Não apenas conheci dois, mas sete lugares e meio (você vai entender o porquê do "meio" mais para frente no artigo).

Se o seu destino for alguma outra cidade da Espanha que não Madrid e tiver a oportunidade de passar ao menos um dia por lá, vá! Estava em Málaga, no litoral do país, a uma distância de 416 km. Peguei um trem bem cedo e, aproximadamente 3 horas depois, estava eu na Estação de Atocha, a principal estação ferroviária de Madrid. Claro que, no dia anterior, já havia feito um breve cronograma estratégico da sequência de lugares que gostaria de conhecer para não perder tempo indo e voltando de cada um deles. O que acabou funcionando para mim é o que irei compartilhar com você, mas lembrando que se você não gosta ou possui algum desafio em andar bastante, não recomendo seguir ao pé da letra a sequência aqui abaixo.

A primeira parada depois da Estação de Atocha foi o rooftop do Hotel Riu Plaza España, chamado de 360º Rooftop Bar, para ter uma visão panorâmica da cidade e uma das melhores vistas, na minha humilde opinião. Não é necessário estar hospedado no hotel para ter acesso, mas terá que pagar 10 euros por pessoa só para entrar. O lado bom é que não tem limite de tempo para ficar por lá e não precisa consumir mais nada além do pagamento da taxa se for apenas para apreciar a vista. Caso queira ficar lá sentado, aí já é outra história. Obviamente, o local possui dois cenários, de dia e de noite, mas se o seu tempo for curto, assim como o meu foi, vá de dia, assim não corre o risco de estar tão cheio.

A segunda parada foi na estátua do Dom Quixote, que fica bem em frente ao hotel. É só atravessar a rua que já dará de cara com ela. Caso não conheça esse nome tão famoso, Dom Quixote de La Mancha é um dos personagens clássicos da literatura mundial. Foi criado pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes no século XVII, e a estátua é uma homenagem ao cavaleiro mais icônico da história, que é símbolo de imaginação e até hoje faz milhares de pessoas refletirem sobre suas vidas.

Depois de conhecer e tirar foto com Dom Quixote, seu cavalo Rocinante e seu fiel amigo e escudeiro Sancho Pança, caminhei mais um pouco para chegar no terceiro ponto: os Jardines de Sabatini. Não sou a melhor pessoa para falar sobre espécies e cuidados com flores e árvores, mas minha vista é boa e, se tem um lugar elegante, é esse. Os Jardines de Sabatini são assim chamados em homenagem a um arquiteto italiano que trabalhou no Palácio Real, o Francesco Sabatini. Falando em Palácio, se andar mais um pouco, dará de cara com a quarta parada, o Palácio Real de Madrid. Esse é um dos pontos turísticos mais famosos da cidade, isso sem falar em toda sua história, já que é um dos símbolos da monarquia espanhola e considerado um dos maiores palácios reais da Europa. É na frente dele que você consegue ver a troca da guarda, que acontece por volta das 13 horas no horário local.

Se começar a bater fome, uma dica é conhecer o Mercado San Miguel, a quinta parada, e já aproveitar para provar alguma comida típica da região. O mercado foi construído no início do século XX e é bem famoso, então, dependendo do dia, pode ser que chegue e ele esteja bem lotado, com gente saindo por todos os lados, principalmente na janela de horário do almoço.

O sexto local do cronograma é outro ponto clássico, a Plaza Mayor de Madrid. Ela é toda cercada por edifícios de três andares, os quais formam a figura geométrica de um quadrado, e no centro há a estátua do monarca Felipe III, que teve uma influência significativa na transformação da cidade. Por ali também há diversas opções gastronômicas caso você não queira comer no Mercado San Miguel ou se o mesmo estiver muito cheio.

Se gosta de dar uma volta para aproveitar o clima, refletir, fazer algo diferente com a família ou quem está com você na cidade, ou mesmo observar as pessoas, meu conselho é que faça isso nesta sétima parada: o Parque de El Retiro. Depois da vista do 360º Rooftop Bar, esse é o ponto que mais gostei de conhecer, não apenas pela beleza e cuidado com a vegetação, mas porque dá acesso a uma vista maravilhosa do Grande Lago e do Palácio de Cristal.

Todos os pontos até aqui mencionados, tive acesso apenas andando. Claro que contei com o auxílio do tempo, sem chuva e sem aquele sol de derreter a pele, o que ajudou com o fato de conseguir fazer tudo a pé. Acontece que ainda havia um lugar que dava tempo de conhecer, mas esse sim precisaria pegar um Uber, táxi ou metrô. E que lugar é esse? O Estádio do Real Madrid.

Lembra que falei lá no início que conheci sete lugares e meio? Pois bem, o meio foi o Estádio do Real Madrid porque, infelizmente, só consegui ver por fora. A ideia era fazer a visitação e até tinha disponibilidade no horário que cheguei, mas apenas de um ticket e eu não estava sozinha. Então, aqui fica outra dica: caso queira fazer o tour e conhecer por dentro, faça a reserva com antecedência para que consiga aproveitar essa experiência da melhor maneira.

Como já estava na hora de voltar para a Estação de Atocha, peguei um metrô na entrada Santiago Bernabéu, bem próximo ao estádio. Cheguei a tempo, peguei meu trem de retorno para Málaga e dei mais um check na lista de cidades visitadas pelo mundo.