A princípio seria uma viagem de aniversário, era pra ser a famosa Itália, explorar Roma, que é um dos destinos mais sonhados por mim. Não foi nada disso, completei ano em maio, fiquei doente e não me levantei da cama. Dois meses depois, num calor de verão, sentada a beira da praia, encontro uma amiga e em 20 minutos decidimos, Madri, por que não?
Compramos a passagem alguns dias depois, achamos hospedagem em 1 semana e traçamos o roteiro em 24 horas. Estava planejada, a viagem secreta de aniversário.
Hola, Madri!
A capital da Espanha, Madri, fica no meio do país. É também uma das maiores cidades de toda Europa e andar por ela é como entrar num livro de história, toda a sua arquitetura, monumentos e obras parecem sair diretamente de uma outra época.
Meu foco aqui não é criar um roteiro turístico, mas trarei minha experiência daquele fim de semana. Posso dizer que para cada viagem feita é possível absorver a cultura local. Passei exatamente 3 dias na cidade, nosso roteiro foi planejado, e no nosso breve período de estadia, por estarmos hospedadas no centro da cidade, tudo ficou mais fácil.
Com uma mala de mão, embarquei no primeiro assento do avião, sorte ou azar? 1A. O voo foi tranquilo e quando menos esperei, cheguei a Espanha. O idioma automaticamente muda e já escutamos — "Salidas, salidas, aquí!" — Sim, estava em outro país. Em seguida pegamos um ônibus, depois o metrô. O Google Maps as vezes faz a gente fazer um trajeto maior que o necessário. Se tem uma coisa que me deixou perdida, e com isso a experiência ruim, foi o transporte, a falta de informação, auxílios inexistentes e tudo muito confuso, complicando o deslocamento.
Fora isso todo o trajeto correu bem, deixamos nossas bagagens no hotel e partimos para nosso roteiro turístico, e já aviso que foi incrível. Qualquer estresse causado do aeroporto ao centro, fora esquecido.
A Gran Vía, a avenida mais famosa de Madri foi nossa primeira parada turística. Conhecida por ter as melhores lojas, restaurantes, bares e cafés. Antigamente era conhecida como a Broadway e é nela que você encontra vários prédios famosos como o Metrópolis e o Carrión. Nos perdemos por ali, belíssima. Paramos em diversas lojas para conhecer e explorar as diferenças e novidades, e por ter uma localização bastante central, foi possível a locomoção nos demais pontos da cidade sem precisar utilizar algum tipo de transporte.
Apesar de lugares específicos que queria conhecer, me encantei com as surpresas do caminho. Por um acaso estávamos no Museu de História de Madri, que conta com uma enorme coleção que fica dividida em 3 pisos, contando desta forma a evolução e acontecimentos que marcaram a história da cidade. Como uma apaixonada por história e movida a curiosidade, os museus são meu ponto fraco e este em específico, por retratar de um pouco de tudo sobre a cidade.
Preciso pontuar que apesar de temos idiomas similares, eu ter estudado espanhol e compreender muito do que era falado, foi divertido o fato de tentar 'hablar' outro idioma, por mais simpáticos e gentis que foram os espanhóis, não me entendiam em absolutamente nada. Foi engraçado. Assim como no Porto, tinham muitos artistas de rua, e as pessoas vibravam, tinha um rapaz que se apresentava e dançava uma mistura de hip hop com pop que foi espetacular.
O mundo tem tanto pra ser explorado, conhecido, aprendido. Então morar fora do meu país natal, e agora ter tido mais uma chance de conhecer brevemente um outro, é surreal. Naquele dia de sábado, que começou com chuva, o sol apareceu e apesar do cansaço de uma semana de trabalho, só queria andar mais e conhecer.
Paramos a seguir na Plaza Mayor, que é por assim dizer o coração da cidade, é o símbolo da capital. Possui uma arquitetura preservada, edifícios e como peça central a estátua de D. Felipe III, Rei Espanhol. A poucos metros está o Mercado São Miguel, a Puerta del Sol e o Palácio real (meu favorito).
No Mercado São Miguel, foi pura agitação, haviam pessoas por todo lado em busca das especiarias culinárias locais. Cada uma das barracas possuía ofertas únicas, eram tacos pra um lado e todas as outras delícias do outro, com um fluxo tão grande, que foi quase impossível conseguirmos provar alguma coisa, mas o cheiro de comida boa...
Na Puerta del Sol, tem o Relógio da Casa dos Correios, o local onde na noite de réveillon se emitem as badaladas, desde o ano de 1962. Eu particularmente adorei conhecer a Estátua do Urso e do Medronheiro, construída em 1957, achei a obra linda, mas fora isso a história dele é muito contraditória e cada lugar em que olhei diz uma coisa diferente.
Logo, logo chegamos ao Palácio Real, que eu por ser a própria descendente de alguma família real, queria conhecer esse ponto em especial. Entretanto, contudo e, todavia, a fila dos ingressos estavam absurdamente longas e por termos um tempo apertado e, naquela altura já estávamos um tanto famintas e esgotadas, só admiramos do lado de fora, como meros plebeus. Que lástima! Estava com uma louca vontade de visitar, conhecer e explorar, e por isso minha volta a Madri é certeza em algum futuro próximo.
Poderia falar e escrever mais e mais, e ainda assim não dizer nada. Posso apenas afirmar que andar pelas ruas, ver as galerias que continham as grandes marcas da moda, a câmara dos deputados, o Museu do Prado e nossa pausa para comida e a nossa divertida e inesperada noite pelas baladas espanholas, as músicas, aqueles drinks e aquele agito da vida noturna tão vibrante e um dos melhores que conheci, Madri me encantas. Pude aproveitar durante o dia, a tarde e noite. Ainda assim não posso afirmar em qual período fica mais linda.
Para não me prolongar e tornar um texto cansativo, deixo a minha visita ao Parque da Warner Bros, um dos pontos altos da viagem para um outro artigo. E numa próxima visita de volta a capital da Espanha, conto tudo com mais detalhes, tenho certeza que ainda há tanto que não foi visto!