A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo – disse o antigo ativista social da África do Sul e ex-presidente, Nelson Mandela. E se a educação é uma arma, então podemos ter a certeza de que a informação é a maior munição. Porque simplesmente não existe educação sem informação.
Não acredite em tudo que você lê, escuta da boca dos outros ou assiste na mídia. Porque a mídia além de manipular as informações para o domínio em massa e proveito de alguns, ela também adora um sensacionalismo. Uma vez eu presenciei um acidente de ônibus envolvendo apenas 7 pessoas, sendo que na rádio foi divulgado 15 feridos, enquanto no jornal da TV foi anunciado 30 pessoas em estado grave.
E não se deixe levar pelo poder da mídia. Ela é muito mais forte do que você possa imaginar. Pois quando conto esta estória para meus familiares e amigos, eles geralmente dizem que “eu não enxerguei direito e não contei todas as pessoas que estavam ali”. Afinal, “onde já se viu a TV mentir pra gente, eles não tem nenhum bom motivo para isso...”.
A informação é uma arma. Saiba usá-la a seu favor. E lembre-se, que outras pessoas que buscam o poder também usarão a favor deles.
Quando eu estava na faculdade uma colega minha apareceu no jornal TeleDomingo da RBS em uma reportagem sobre o Frevo, dizendo que dançou Frevo a vida inteira e que adorava a cultura nordestina. No outro dia quando fui cumprimenta-la pela reportagem, ela me disse: “Rafael, eu nunca dancei Frevo, tampouco conheço o Nordeste. Eu apenas fui paga para fazer a reportagem e dizer aquelas coisas porque uma amiga minha conhecia a repórter e ela precisava fazer a matéria”.
Um outro dia em um telejornal também da RBS (olha que coincidência!) apareceu uma reportagem onde um garoto dirigindo um Golf preto (carro de playboy) acompanhado de uma garota (piriguete), foi espancado por um segurança que estava “trabalhando drogado”. As imagens registradas através do celular de uma pessoa que estava no local foram apresentadas, e era perceptível que havia cortes e que havia sido editada.
No final da reportagem, o playboy ainda arrancou o seu Golf a toda velocidade atropelando o segurança. Que ao se levantar correu para o câmera e perguntou: “E ai? Você conseguiu filmar isso?”. E no fundo o repórter da RBS enfatizou: “Caro telespectador, perceba o quanto drogado está o segurança do posto, pois foi atropelado e já se levantou como se nada tivesse acontecido”. Entretanto, o repórter não achou nada demais o fato do playboy ter atropelado o segurança e feito justiça com as próprias mãos.
Alguns anos depois eu estava assistindo um canal da TV a cabo com o programa “Os vídeos mais desastrosos”, elaborado no exterior. E apareceu esta mesma estória, porém com uma nova versão e imagens diferentes. Filmadas por outras pessoas que supostamente, segundo a reportagem exibida pela RBS, não estavam no posto de gasolina no momento do incidente.
Segundo o programa, o segurança do posto havia pegado em flagrante o playboy que estava tentando roubar gasolina, e quando o garoto reagira, o segurança se defendeu. Quando ele foi atropelado, acabou levantando-se ligeiro porque a adrenalina ainda estava correndo fortemente em seu sangue.
O que deduzimos aqui? Que esse playboy devia ser membro de alguma família tradicional “importante”, e a mídia estava mascarando o verdadeiro problema para proteger o filinho querido de alguém.
E por último, porém a mais importante de todas, porque esta se refere a domínio em massa.
Durante anos observei as mais diversas pessoas discutirem uma passagem bíblica, onde Moisés abre o Mar Vermelho com um cajado. Supostamente enviado por um tal Deus (eu não utilizo “Deus” na minha linhagem. Utilizo “Criador”. Afinal, ELE não tem nome). Repórteres, líderes religiosos, documentários, programas de debates com pessoas inúteis (tipo aqueles da Luciana Gimenez), e todo tipo de discussão que você pode imaginar. E como sempre todo mundo só falava besteira.
Então um dia eu conheci uma garota que era judia, havia morado em Israel por seis anos, e havia estudado o Torah original em Hebraico. E ela me disse: “Rafael, não existe nada de milagroso neste evento. O Torah original explica que naquela região na época existia a maré baixa e a maré alta, e quando a maré alta vinha uma vez por ano, ela trazia consigo um Tsunami”.
E sendo assim, o que deduzimos? Que Moisés apenas observou a Natureza (que não deixa de ser uma Criação) por anos, e no momento certo ele conseguiu fazer a passagem com seu povo, libertando a galera da escravidão. O que é muito mais racional do que um cajado que simplesmente abre o oceano porque um Deus qualquer resolveu exibir seu poder.
E com esta informação, ó meus estimados leitores, vocês conseguem perceber o tamanho do domínio em massa que uma “pequena” alteração em um livro pode causar?
A informação é uma arma nas mãos de uma minoria que possuem a permissão de tê-las nas mãos. Lembre disso sempre que você for ler, escutar ou assistir algo.