"Jamais houve alma mais amante ou terna do que a minha, alma mais repleta de bondade, de compaixão, de tudo o que é ternura e amor". Fernando Pessoa, in Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

Quando falamos de espiritualidade em Portugal, o nome do escritor Pedro Teixeira da Mota é uma referência. Mais do que escrito, é vivenciado o apelo constante à evolução do ser humano, no sentido da passagem do homo faber para o homo consciens. Basta lermos os índices dos seus livros para ficarmos com uma ideia bem clara que a proposta do autor, através de um caminho hermenêutico-ético, caleidoscópico até, é fazer pensar; é revolucionar a consciência de modo a tocarmos o fogo divino.

De entre os variadíssimos e sensíveis temas, destacarei três: Da Pureza; Da Educação para a paz em Portugal e Das Escolhas e da Meditação.

Pedro Teixeira da Mota é um escritor humanista, com um caminho espiritual que lhe permite falar sobre conceitos complexos de uma forma clara e simples. Da Pureza é um desses exemplos. Com um visualismo descritivo celestial, a paisagem da pureza torna-se imanente na sua transcendência, porque partilha universais valores num corpo humano. Na sintaxe da Vida cruza-se a comunhão de seres que transformam circunstâncias ordinárias em milagres extraordinários, só porque vivem a vida de um Modo extraordinário; mais profundo e consciente.

Já na Educação para a paz em Portugal, o escritor evidencia a sua familiaridade e convívio com os espíritos evoluídos que transitam entre nós, os mestres, os filósofos intemporais e que, segundo Pedro Teixeira da Mota, encarnam manuais vivos de sabedoria, exemplos de vida que muito ajudariam alunos e professores a desaprenderem, a desformatarem ideias feitas, currículos absoletos e desactualizados… porque permitiriam uma hermenêutica, isto é, uma auto e hétero-interpretação profunda da condição humana, do saber ser, do saber conviver, do saber pensar e sentir e avaliar… sem medos, tabus ou preconceitos. O escritor faz um apelo à criação de um magistério de paixão criadora e artística, pois a arte religa o nosso eu ao universo e torna as nossas expressões significativas. A par de uma visão que se deseja ecuménica é solicitada uma operação de selecção dos conteúdos que chegam até nós, nesta sociedade “ecranlizada”, sedutora comercial, provocando uma “ agonia hermenêutica” só resolvida com a evolução do auto-conhecimento e da auto-avaliação.

Por fim, e não menos importante, Das escolhas e da meditação é um texto que nos faz revisitar o Principezinho e o conceito de “Razão sensível” de Maffesoli. Ver com o coração tornando a razão sensível e unificando ao nosso Ser. Criar luz nas Sombras, fazer ressurgir imagens escondidas no nosso subsconsciente e mensagens aí encriptadas, para depois escolher. A vida é feita de escolhas, é um breve abrir e fechar de olhos e Pedro Teixeira da Mota alerta para o facto de morrermos sozinhos, para a responsabilidade dos nossos actos e convida a uma evolução de consciência pessoal, aqui e agora, neste presente em que o Universo, quando invocado para tal, nos ajuda a concretizar as nossas escolhas e os nossos sonhos.

Para mais informação: Da Alma ao Espírito, das Publicações Maitreya
www.publicacoesmaitreya.pt