Isto é um caminho, vivido entre etapas. De fora para dentro, de dentro para fora, recebemos desde o nascimento, tanto ensinamentos, quanto instruções, formatos, maneiras de aprender a ser humano pensante, sensitivo, intuitivo, cônscio de si. Isto vai depender do ciclo da vida que nos encontramos. Instruções aqui, dizem respeito a sermos capazes de receber ensinamentos internamente. Contudo, para isto acontecer, precisamos ser trabalhados, refinados, para na etapa seguinte ao ensinamento de fora, podermos ser instruídos com o ensinamento de dentro. Isto é, começarmos a receber os ensinamentos internos.

Ensinamentos ‘prontos e encaixotados’ de fora para dentro em nossas mentes desde criancinhas, tem a forma se alterando e acompanhando a nossa capacidade de recebê-los e compreendê-los, acompanhando a nossa evolução através dos tempos, se adaptando e se moldando ao nosso ponto evolutivo. Nos demonstram e nos explicam, tornando-se compreensíveis, naquela etapa em que estamos. Ensinamentos ‘desconhecidos e intuitivos’ de dentro para fora dos nossos sábios corações, são impulsos evolutivos que nos instrui o mover abstrato.

Ensinamentos são expressões de leis e energias, que a cada ciclo das nossas vidas, vão regendo a evolução.

Em certa etapa da vida, porém, isso se mistura. Ora essa capacidade de receber o ensinamento interno (a instrução), se inspira no que vem de fora, ora aquela que vem de fora é atraída para dentro magneticamente pelo nosso interior. Os limites daquilo que vem de fora e de dentro é muito tênue, afora as aberturas e níveis de penetração na consciência. Vale refletir que, transmissão de informações é uma coisa, ensinamento instrutivo, é outra, contém um pouco mais, porque tem em si impulsos para nos fazer aprofundar naquilo que traz.

De posse desse sentido, estes impulsos advindos dos ensinamentos, devem desvelar certos véus, nos suscitando para irmos descobrir aquilo de que precisamos e depois nos estimula a nos movermos para além do que precisamos, aqui é quando surge a insatisfação sabe? Mesmo tendo tudo que precisamos, sentimos faltar algo mais. Esse algo não nos é imposto. Ele chega intuitivamente e nos impulsiona a nos mover, a buscar o mais que está nos faltando. Já chegou nesse ponto de costuras da vida?

O ensinamento verdadeiro, real, deve transcender a transmissão de informações. A isto chamamos instrução espiritual.

Certos ensinamentos são bases da nossa elevação mais que humana. A busca do conhecimento, este interesse em autoconhecer, este movimento aerado e ígneo, isto é que vai suscitando a manifestação do ensinamento interno, a instrução que vai mudando profunda e lentamente a situação da insatisfação descoberta, e vai nos facultando ficar cada vez mais supridos daquilo que precisamos e não sabemos o que é, porém intuímos possuir, nos dando as chaves para fazermos o caminho de ascensão do espírito, desconhecido e distantes para muitos de nós.

É obvio e básico para certas etapas do nosso caminho, recebermos os impulsos dos ensinamentos externos para nosso processo de individuação, portanto, não há discrepância ou contradições, entre os ensinamentos externos e instruções internas, intuitivas, contudo, hão diversas formas de encaminhar o ensinamento para a instrução, para darmos o próximo passo dentro da escala evolutiva, que em certos ciclos da nossa vida, nos possibilita acessar outro tipo de ensinamento, que nos informa, mas se atém ardentemente ao processo evolutivo dos seres humanos e das manifestações cósmicas.

Nos transmite a essência da vida, quanto ao nosso caminho e forma de caminhar.

Ensinamentos instrutivos que expandem a consciência estão registrados no fluido etérico que permeia todo o planeta, chegando à humanidade, por meio de seres antenas, pelas aberturas sensíveis de instrutores já treinados na experiência de perfurar essa camada mais densa, para que transpassem a rigidez das informações cristalizadas, transmitam as instruções e certas luzes possam descer, fazer discernir e clarear as mentes e corações que buscam fazer o caminho, descobrindo ser a essência da vida em consonância com a criação universal.

Como atualmente a humanidade e o planeta, este corpo universal, atravessam crises profundas de purificação e transformações elementares, é necessário abrir o caminho para esta linguagem do ensinamento que vem do alto, instruções espirituais, ideais, impulsos abstratos, internos, pouco compreensíveis à mente inferior humana, emaranhada por sua vez, em disputas, ignorâncias estruturais, imaturidades emocionais carregadas de transtornos e condições de adoecimento integralizado. O trabalho hercúleo para despertar as 12 virtudes humanas e ir introduzindo na consciência, aquilo que é abstrato, desconhecido, ou aquilo que racionalmente não podemos compreender.

Ensinamentos abstratos que a mente não entende, vão dirigindo a nossa consciência que, desafiada, mantém-nos pré-dispostos a captar de outra maneira, profunda e íntima, as instruções internas, fazendo com que a nossa consciência aprenda a penetrar outros espaços mais sutis, aquilo que não é compreensível, mas é real, estimula a consciência a chegar aonde realmente precisa, de outra forma, ou mais que humana. Instruções internas apontam o caminho para o desconhecido. Expressa o que não há provas externas, porque estão dentro.

Diz respeito a você vivendo o ensinamento dentro de você. Impulsos e realidades vividas internamente.

É para aqueles que estão buscando desenvolver a intuição, essa capacidade supra-humana de sintonizar com frequências mais elevadas do sentir, pensar, agir, porque somente o seu nível intuitivo poderá acolher o desconhecido. É preciso habilidade para introduzir e penetrar, sensibilidade para manter aberto o canal intuitivo. É para seres receptivos ao desconhecido. Será que a ciência contemporânea reconhece a existência da alma? Isto é, este núcleo invisível que mantem acesa a chama da vida no corpo.

Quem ama isto, quem optou pela não ignorância hominal, trabalhando com afinco suas próprias idiossincrasias e pequenezas demasiadamente humanas, assume a tarefa de estar aberto para este conhecimento infinito, e torna-se canal mental de passagem, purificado e sintonizado com as leis universais para servir aos seus ensinamentos instrutivos de evolução. Há uma sutil diferença entre o ensinamento aqui abordado, que é a expressão de leis, daquilo que chamamos instrução. Fica aí na reflexão.

Ambas, todavia, dinamizam o nosso potencial em certas áreas da consciência e ciclos da vida. O ensinamento, vamos recebendo de fora, neste decorrer do tempo de nossas vidas materiais, objetiva, concretas, exatas, mas a instrução, esse ensinamento que vem dentro das nossas profundezas imateriais e superiores do inominável, chamado por alguns instrutores de Eu Superior, é quem impulsiona e acelera o desenvolvimento da alma e do corpo.

Algo mais é aquilo que nos transforma. É quando nós somos instruídos, não quando sabemos, que começamos a ter controle sobre nossos corpos. Já dominamos certas coisas que acontecem neles.

A instrução é mais refinada, mais sutil. É aquilo que nos transforma de dentro para fora. Não esqueçamos que nossos corpos nascem solidários a ser o que precisa fazer. A meta da instrução não é ensinar, mas ajudar você a irradiar a sua luz interna e começar a colaborar com o plano evolutivo, que com certeza absoluta não é mais neste plano individual.

A instrução tem direção, retidão, experiência de sensibilização e sintonia alquímica com a natureza e seus reinos, uma energia que nos leva irradiar o que está na essência, no âmago da instrução em si.

É preciso serenidade perante aquilo que não é compreensível, se manter neutro, isto é, sem polarizações, sem reações portanto, diante daquilo que não compreendemos, para sermos instruídos. Quando ignoramos a intuição, pressupomos que é porque ainda não estamos aptos a compreender. A reação, seja ela qual for, afasta a instrução. Os instrutores contemporâneos, porém, raros, estão suscitando em nós o nosso arquétipo, aquilo que devemos ser, estimulando aquilo que é modelo, trabalhando o nosso cerne. A instrução é alimento disso, uma forma de chegar à unidade, a unificação.