Tudo começou na infância, com o bom gosto de seu pai ao escolher criteriosamente as jóias que oferecia à sua mãe.
A. Sinai observava... nas férias grandes havia amigas dos seus pais que também, elas, possuíam montes de jóias e cofres e cofres que levavam nas malas e ela, já na altura preferia brincar com as jóias... punha e tirava colares e brincos e pulseiras e enfeitava os dedos todos das mãos com aneis... as suas jóias predilectas!
Qual bicicleta, qual parque, qual boneca... Não! Jóias? Sim!
Entre a infância e a adolescência, numa terra adorável chamada Monte Real, onde ia desde muito pequena, já era conhecida pela “menina dos aneis”, pois havia uma loja favorita de A. Sinai, cuja montra exibia um tabuleiro giratório com os mais variados aneis e ela, persistente, todas as manhãs pedia à mãe para ir vê-los e depois acabava sempre por seduzí-la a comprar um! Imagine-se a colecção!
Entretanto o tempo vai passando e chegou a vez do anel de curso, que teve de ser feito por um artesão, amigo do pai, em Gondomar, já que o desenho do anel, em hexágono, tinha que ser de A. Sinai e a pedra, o lápis-lázuli... e depois vieram os antiquários e as feiras do Hotel Medridien, no Porto, onde os seus pais se entusiasmavam a comprar candeeiros, pratas e numa das vezes, 2 esmaltes franceses aos quais A. Sinai forneceu uma moldura especial em ouro, imaginada e desenhada por si e que acabou nas mãos do mesmo fabricante de Gondomar.
Passaram-se alguns anos e entre eles algumas idas à Topázio (pois seu pai era amigo da família), com mais aquisições de aneis e gragantilhas e o faqueiro de prata e salvas de prata para A. Sinai, que sendo filha única, ia tendo o privilégio de escolher!
E é assim que as Artes foram tomando conta de A. Sinai, que pintou o seu primeiro quadro a óleo aos 18 anos, publicou o seu primeiro livro aos 15 e já quando professora universitária, começou , por brincadeira a fazer os seus próprios pins, os quais vendia sem parar, tal a beleza e originalidade dos mesmos...
Logo, logo, surge o seu anel mais original: O Ovo cósmico, em prata, com uma zircónia no centro de um ouriço do mar; o mesmo mar que o pai, com toda a sua sabedoria a ajudava a levar para casa com conchas, estrelas e búzios e ouriços... isto até que surgiu o luminoso ponto de interrogação:
-E por que não transformar os seus quadros em Jóias?
E o “ sim” surgiu nos 120 anos que celebravam F. Pessoa; mais precisamente nas 10 mandalas que havia pintado para o homenagear! Decidiu transformá-las em jóias, medalhões de prata, ouro e pedras preciosas, com a parceria de Alexandra Delarue.
O evento chamou-se “Uma Jóia de Pessoa” e foi apresentado no Palacete Viscondes Balsemão, no Porto.
Logo a seguir veio a Jóia do Douro, que celebra o Vinho do Porto e que teve a sua apresentação no Museu do Vinho do Porto e no Palácio das Artes e na Casa do Poema, na Foz, no Porto. Esta jóia que viajou até ao Palácio de Buckingham, que foi recebida pela Sua Majestade a Rainha de Inglaterra, que teve a gentileza de enviar uma carta a dar os parabéns pelo projecto único no Mundo: “transformar os seus próprios quadros em jóias!”!
Tinha acabado de pintar o retrato de Alice (a sua heroína favorita) e logo decidiu fazer a Jóia de Alice, que acabou numa exposição maravilhosa no Museu Nacional Soares dos Reis!
A partir desse momento, A. Sinai nunca mais parou.
Num dos almoços VIP do Hotel Infante Sagres, A. Sinai tinha conhecido 2 das colaboradoras da Topázio, que entretanto mudara da Rua do Heroísmo para Gondomar e resolveu propôr um projecto que tinha por tema: “A Geografia na Saudade Feminina” e assim nasceu: De Alma e Coração! Este projecto teve a sua apresentação no Palácio da Independência, em Lisboa. Mais tarde, os dois Corações estiveram na Loja do Museu de Serralves, para gaudio de muitos estrangeiros...
Depois, seguiu-se a Jóia Gnóstica (fruto dos seus estudos gnósticos que começaram numa viagem ao Egipto aos 25 anos e continuaram com a sua viagem a Alexandria em 2009) e depois a Jóia de Pessoa, apresentada no Consulado de Portugal em Paris; na embaixada de Portugal em Bruxelas por Nassalete Miranda. Depois, a Jóia de Camilo Pessanha, que teve o seu sucesso em Macau, no Clube Militar, por Rocha Dinis e no Casino Lisboa e na Fundação Casa de Macau, por Mário Matos dos Santos... seguindo-se-lhe a Jóia da Prosperidade, que nasce de um ritual, cuja figura de cera produzida dá lugar à jóia.
Agora era chegada a vez de celebrar uma escritora que a tinha influenciado desde muito cedo: Sophia de Mello Breyner e com parceria Eugénio Santos, fez a Jóia do Mar que teve o seu destaque expositivo na Cooperativa Àrvore e em Bruxelas, com o apoio do Instituto Camões, por Isabel Ponce de Leão.
Entretanto, A. Sinai, nas suas andanças culturais pelo Porto, conhecera David Ferreira, filho do célebre ourives Luíz ferreira e apresentou-lhe um projecto irrecusável; fazer a Jóia de Portugal (esgotadíssima) , que teve a sua apresentação na Sala do Tribunal do Palácio da Bolsa, por Joel Cleto.
Entretanto a sua amizade com David Ferreira dava os seus frutos nas Jóias que se seguiram: A Jóia do Fado, que foi apresentada em Casa de Amália, em Lisboa; a Jóia de Camões, que foi apresentada na Fundação Casa de Macau, em Lisboa; a Jóia Rosa Cubista, em homenagem a Picasso, que teve a sua apresentação na UNICEPE, no Porto, por Manuel Curado.
Houve também a Jóia da Romã, que teve a apresentá-la José Esteves Pereira, no Grémio Literário, em Lisboa; a Jóia O Floco de Neve, a sua primeira jóia natalícia; a Jóia da Rainha Santa, que teve a sua apresentação por Miguel Vieira Duque, no Café Santa cruz, em Coimbra e a Jóia da Paula Rego que nasceu a partir de um romance seu a propósito de uma quadro The Dance e que simbolicamente representa o tempo dos afectos.
A Jóia da Paula Rego teve a sua apresentação no MMIPO, Museu da Misericóridia do Porto, aquando a celebração dos 50 anos de A. Sinai a transformar Arte, assim como a sua segunda Jóia natalícia: A Bola dos Desejos, que igualmente nasce a partir de um seu Conto de Natal com o mesmo nome. Em 2025, a Jóia da Páscoa vai surgir em forma de Luz da Lua e do Sol, com uma homenagem a Van Gogh, à sua Noite estrelada e aos seus Girassois. Uma apresentação na Fundação Eng. António de Almeida, no Porto.
Entre Jóias de escritores; Jóias de pintores e temas da Portugalidade, podem encontrar A. Sinai!