Vamos falar sobre um hábito que muitas vezes passa despercebido, mas que pode estar atrapalhando a sua felicidade: o de se comparar. Talvez você esteja lendo isso e já pensando: "Mas isso é inevitável!" É verdade que as comparações parecem fazer parte de nós, como um reflexo que acontece quase automaticamente.
Elas surgem de maneira tão sutil que às vezes nem percebemos o impacto que causam em nossas vidas e na nossa autoestima. Mas eu te convido a refletir sobre esse tema de forma honesta e, quem sabe, enxergar as comparações sob uma nova luz.
Primeiro, é importante entender o que são as comparações e como elas funcionam na nossa mente. Quando comparamos nossas vidas, nossos corpos, nossos sucessos com os de outras pessoas, estamos caindo em uma armadilha cognitiva que distorce a realidade.
Essa distorção cognitiva acontece porque nossa mente, ao ver algo que nos parece “melhor”, automaticamente começa a desvalorizar o que temos, criando uma sensação de escassez e insuficiência. Esse processo, em psicologia, é conhecido como uma "distorção cognitiva" porque altera a percepção real que temos de nós mesmos e dos outros. É como se estivéssemos usando óculos que só nos mostram o lado bom dos outros e o lado ruim de nós mesmos.
Agora, vamos pensar em quantas vezes você já deixou de valorizar as próprias conquistas porque estava olhando demais para o que outra pessoa alcançou. Pode ser o sucesso profissional de alguém, o corpo de uma amiga ou o estilo de vida de uma figura pública. Em algum momento, todas nós já fizemos isso. Mas você já parou para pensar que talvez, enquanto está olhando para o que outra pessoa tem, está deixando de perceber o quanto você já conquistou?
Cada pequena vitória, cada passo dado até onde você está hoje, merece ser reconhecido. Nós costumamos nos esquecer do quanto somos boas naquilo que conquistamos porque estamos sempre focadas no que ainda “falta” alcançar. No entanto, essas conquistas são provas de que você é capaz, e reconhecer isso é um ato poderoso de amor-próprio.
Mas as comparações não só nos cegam para o que já conseguimos como também podem nos levar ao fundo do poço. Quando ficamos presas ao que os outros estão fazendo ou conquistando, corremos o risco de paralisar nossas próprias ambições. Imagine uma planta que, ao invés de crescer para cima, fica obcecada pela planta ao lado, querendo ter o mesmo tamanho, cor ou formato. No final, ela deixa de crescer e perde a vitalidade.
O mesmo acontece conosco: quando nos comparamos, gastamos energia que poderia ser usada para realizar nossos sonhos. Ficamos paradas, olhando para o que os outros têm, e acabamos desistindo de lutar pelo que queremos, simplesmente porque acreditamos que nunca seremos “tão boas quanto” a pessoa com quem nos comparamos.
É importante reconhecer que, embora a comparação seja prejudicial, ela é, até certo ponto, natural. Existem situações em que a comparação aparece sem que tenhamos controle, seja em uma conversa entre amigos, seja ao ver uma notícia sobre alguém que admiramos.
Esses momentos de comparação são quase inevitáveis e, por isso, não precisamos nos culpar quando eles surgem. No entanto, podemos aprender a nos observar e redirecionar nosso foco. Em vez de se perder no que o outro alcançou, tente pensar: “Qual é o meu próximo passo? O que posso fazer para me sentir melhor com minhas próprias conquistas?”
Quando as comparações se tornam uma presença constante, talvez seja um sinal de que precisamos de ajuda para entender de onde vem essa insegurança. Nesse sentido, procurar o apoio de uma psicóloga pode ser uma excelente escolha. A terapia ajuda a desconstruir essas distorções cognitivas e a construir uma relação mais saudável consigo mesma. Afinal, seu valor não depende do que outra pessoa tem ou faz; ele está nas suas próprias conquistas, no seu caminho e nas vitórias que só você conhece.
Que tal começar a olhar para elas com o carinho e a atenção que merecem?