Julho é o mês Rei em Avignon, pois o Festival de Teatro instala-se por toda a cidade; as ruas são animadas por inúmeras personagens, concertos, saltimbancos e bailarinos...A Place de l`Horloge, paragem obrigatória, é onde tudo se passa, desde o monumental Carrocel, que nos interpela a viver a vida, às esplanadas que convidam a relaxar e a saborear “Les moules” ou um “Crocque Monsieur”, ou um gelado de sabor único e que só existe nestas paragens: o “ Violeta”. Ah, e não esquecer de se deliciar com a “Cuisine” do La Cour d'Honneur, um restaurante cujo terraço possui árvores centenárias.

Mais à frente o gigantesco Palácio dos Papas que nos faz viajar no tempo e na História e ainda mais alto, um jardim delicioso, com paisagens soberbas sobre o rio Ródano e a célebre Ponte de Avignon.

O monumento mais importante da cidade de Avignon, a Ponte Saint Bénézet foi construída no século XII. Provavelmente, a história começou com o jovem pastor Saint Bénézet, chamado por vozes divinas para construir uma ponte de madeira sobre o Ródano, por volta de 1177.

Junto com o restante dos principais elementos arquitetónicos do centro histórico de Avignon, a Ponte Saint-Bénézet foi classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1995. De quando em vez, podemos assistir a grupos que cantam e dançam sobre a ponte a canção com o seu nome!

Para além das praças, pracinhas, ruelas e a sensação de se estar numa cidade muito muito arcaica, há que destacar a Rue des Tinturiers, que até moinhos de água possui e a Place Crillon, onde se situa o Hotel D`Europe, fundado no séc XVI e por onde passaram celebridades como Jacqueline Kennedy, Dali, Picasso, e antes destes, Victor Hugo, Lamartine, Dickens e até Napoléon Bonaparte! Ao deambular por Avignon vamos tendo sempre uma companhia simbólica muito especial: as cigarras, que, entretanto, se tornaram um símbolo da cidade!

Há que conhecer os locais ícónicos por onde passou e pintou Van Gogh: S. Rémy-de Provence e Arles.

Chegados a Arles só conseguimos imaginar a casa amarela onde viveu o artista, pois desta nada resta, a não ser o local onde foi construída e onde conviveu com o pintor Gaugin. Também em Arles, o nosso coração fica partido ao ver que o Café do artista , onde passava largos serões, fechou...enfim, em Arles o nosso imaginário do pintor fica agarrado à paisagem que se tem dos belos campos de girassóis e do belo quadro: o vaso de girassóis que pintou em Arles. No entanto, não pode deixar Arles sem provar os deliciosos Calissons, uma espécie de bombons típicos da cidade!

A contrastar temos o local onde Van Gogh pintou “A noite estrelada” e outros quadros célebres: em Saint-Rémy-de-Provence, junto aos restos da cidade romana de Glanum. Do lado de fora do sanatório (que atualmente pode ser visitado o quarto onde ele morava) encontramos as oliveiras, que lhe serviu de inspiração para pintar obras como "Alpilles com oliveiras em primeiro plano", "Olivo".

Ficamos encantados com os campos da famosa lavanda e com a escultura a celebrar o pintor nos lindos jardins de S. Rémy onde, decerto, a inspiração era fácil de encontrar…

S. Rémy é igualmente reconhecida pela mística e pelo mistério, pois lá nasceu Nostradamus em 1503 e por lá morou a família do Marquês de Sade...mas é decisivamente Van Gogh que reconhecemos, cada vez que ao longo de uma autêntica Via Sacra, nos são fornecidas pistas reais e adoráveis sobre os seus quadros!

Esta é uma viagem para quem é sensível à Arte, às suas várias facetas…para quem gosta de sentir as camadas do tempo nas ruas, nas obras arquitectónicas, nos Menus dos restaurantes...para quem gosta dos diversos perfumes da vida!