Se é sol, paz, água cristalina, liberdade e paisagens incríveis que você quer na sua próxima viagem, San Andrés pode ser o destino perfeito.

A pequena ilha no mar do caribe fica próxima a Nicarágua, porém, diferente da Ilha do Milho, San Andrés pertence a outro país da América Latina: a Colômbia. Então já vai preparando o seu espanhol que é o idioma oficial de lá e se escutar outro que não seja esse ou o inglês, pode ser que as pessoas ao seu redor estejam falando creole, o idioma nativo.

A história para chegar no resultado da ilha pertencer aos colombianos é comprida e envolveu diversas disputas territoriais entre os britânicos e os espanhóis até o século 19, e foi apenas no século seguinte, em 1928, que a confirmação aconteceu após um tratado com a Nicarágua. Se o território não tivesse ficado com a Colômbia, o idioma seria outro? Não, porque o espanhol também é a língua oficial na Nicarágua, então se não sabe ou não fala muito bem, mas tem o português como língua nativa, vai dar certo, acredite. Foi com espanhol nível básico que consegui me comunicar, viver e aprender a cultura local, tendo momentos incríveis durante três dias.

O que fazer?

Claro que quanto mais tempo ficar na ilha, mais poderá aproveitar as atividades e, principalmente, a beleza natural de San Andrés, mas em três dias é possível ter um gostinho de cada coisa e ainda renovar as energias.

Para não ter que gastar com táxi todos os dias, minha primeira dica é reservar um hotel próximo a região da Playa Spratt Bight, que é a praia mais famosa da ilha. Ela é bem central, perto de restaurantes, lojas, mercados e do ponto de saída dos barcos que vão para a ilha Johnny Cay, que é outro destino que recomendo ir, principalmente se gosta de descansar embaixo das palmeiras olhando ou nadando em uma água azul-turquesa. Minha ida para Johnny Cay, a ilha da ilha, foi no segundo dia, com início às 9h da manhã e retorno perto das 18h, mas esse não foi o único ponto que conheci e aproveitei o dia todo. Na verdade, optei por um pacote que incluía a ida para lá, para o Aquário Natural (onde você nada literalmente com os peixes), os Manglares e a Haynes Cay.

No dia anterior, já tinha conhecido uma outra parte da ilha ao ir para a Playa de San Luis, que segundo a recepcionista do hotel em que estava hospedada era a mais bonita depois da Playa Spratt Bight. Ela fica um pouco mais afastada do centro, então peguei um ônibus, pedi ajuda para o motorista e além dele me indicar onde descer, ainda me deu algumas dicas de onde poderia comer por ali. A Playa de San Luis é realmente linda, com a água quente e cristalina, típica água caribenha. Um lugar calmo e limpo que me deu um belo de um boas-vindas. Nesse mesmo dia, após voltar de ônibus, também fui caminhar pela rua central entre o fim da tarde e noite para conhecer um pouco mais da cultura caribenha e foi aí que descobri que a música faz parte do sangue deles, porque a cada cinco grupos de pessoas que passam por mim, quatro tinham uma caixinha de som com a música tocando (normalmente bem alta e sempre algo alegre para cantar e/ou dançar).

Já no terceiro dia, optei por alugar uma moto e dar a volta na ilha toda com total liberdade, sem depender de táxi ou ônibus, parando quando e onde eu quisesse para aproveitar as paisagens. Uma das paradas que fiz foi em West View, um local de mergulho natural, no qual pode pular do trampolim ou usar um escorregador para entrar na água. Mais tarde fui para a área do Hoyo Soplador, um buraco no chão rochoso no qual a água do mar é expelida com força quando as ondas batem, e antes de retornar a parte central, aproveitei para relaxar em Rocky Cay, outra praia superfamosa e conhecida por ter uma minha ilha que pode ser visitada de barco ou mesmo a pé quando a maré está baixa.

Eu não tive, mas se você tiver mais um ou mais dias em San Andrés, ainda pode conhecer Cayo Bolívar, uma outra ilha com praias isoladas e águas transparentes, e também a Cueva de Morgan, uma caverna que, segundo a lenda, foi usada pelo pirata Henry Morgan para esconder seus tesouros.

O que precisa saber antes de viajar?

Antes de começar a preparar as malas para conhecer esse paraíso colombiano caribenho, há cinco coisas que precisa saber para não ter perrengue durante a viagem ou correr o risco de não passar na imigração ou mesmo nem embarcar.

Tenha dinheiro em espécie

Por mais que o cartão facilite muito a nossa vida, ter apenas ele como forma de pagamento na ilha pode lhe dar um pouquinho de dor de cabeça, porque há estabelecimentos e comerciantes que só aceitam pagamento em papel ou moeda, e entre os que aceitam, há aqueles que cobrem uma taxa extra para pagar com o cartão. Então, antes de sair do seu país de origem, passe em uma loja de câmbio da sua confiança e compre Peso Colombiano.

Aplicativo de transporte não funciona

Uber, 99 ou qualquer outro aplicativo de transporte não funciona na ilha. Por que não tem internet? Não, porque só tem táxi, moto táxi e ônibus mesmo. Isso significa que quando chegar no aeroporto, se não tiver alguém lhe esperando para buscar e não for ficar literalmente hospedado do lado, vai precisar pegar um táxi e pagar como? Em espécie. E aqui uma curiosidade: se você disser que quer ir para a Rua X, eles não vão saber para onde ir, mas se falar que quer ir no Hotel X ou na rua do Mercado Y, eles sabem exatamente aonde ir.

Taxa de turismo

Para entrar na Ilha de San Andrés, vai apresentar o que eles chamam de "Tarjeta de Turismo", uma taxa que pode pagar direto na companhia aérea no dia do seu embarque, que custa COL$137.000, cerca de US$ 32 (valores de agosto de 2024) e cobrada apenas uma vez durante sua viagem. Você receberá um formulário de forma de bloco de papel com três cores distintas, irá preencher com seus dados (nome completo, documento de identificação, data de entrada e saída, número do voo, cidade de saída…) e entregar uma página no dia de entrada da ilha, no dia de saída e a outra fica com você.

Certificado de vacina febre amarela

É brasileiro ou passou pelo Brasil antes de ir para a Colômbia? Tenha em mãos o Certificado Internacional de Vacinação contra a Febre Amarela. O país exige o documento desde abril de 2017 e sem isso você não entra de jeito nenhum.

Para quem já tomou a vacina, o certificado pode ser solicitado à Anvisa de forma online e, a depender do período, eles disponibilizam em menos de 24 horas no sistema em formato de PDF. Caso ainda não tenha tomado, melhor fazer isso no mínimo 10 dias antes da sua viagem, pois os certificados só podem ser emitidos após 10 dias da vacinação. A vacina da Febre Amarela é dose única e caso você não possa tomar a mesma por recomendação médica, será preciso apresentar um atestado médico de contra-indicação/isenção de vacinação em inglês ou espanhol.

Controle no aeroporto

Não sei com qual companhia aérea você vai e nem de onde irá sair para chegar até San Andrés, então talvez essa informação chegue a você ou não. No meu caso, fui de Latam de Cartagena para San Andrés e na hora de despachar as malas e pagar a taxa de turismo, a colaboradora da companhia área comentou que tanto na saída de Cartagena quanto na chegada a Ilha, revistas aleatórias tanto em pessoas quanto nas malas poderiam ocorrer. Ao perguntar o motivo, ela informou que era procedimento padrão para o controle de drogas. Então, ao chegar no aeroporto de San Andrés, não se assuste com um número além do normal de policiais e de cães farejadores andando entre os viajantes.

Isso significa que a Ilha de San Andrés não é segura? Não. Não vi e nem mesmo tive problema ou me senti insegura andando pelas ruas tanto de dia quanto de noite, mas claro que, em qualquer lugar do mundo, é sempre bom ter o mínimo de atenção, não dar chance para o azar e não transformar a experiência maravilhosa que a ilha pode lhe dar em algo traumático.

O resultado de três dias em San Andrés foi: energia renovada, um bronzeado maravilhoso, muita limonada de coco e novas histórias para contar. E aí, vai colocar esse destino na sua lista?