Quantas vezes já pensou em viajar sozinho para um ou vários destinos pelo mundo, mas nunca teve a coragem de o fazer? Viajar sozinho é uma descoberta única de quem realmente somos e que pode trazer novas perspetivas quanto à vida e a nós próprios.
Viajar sozinho é uma aventura de uma vida, que requer uma boa dose de coragem e vontade, mas as mais-valias de uma experiência deste âmbito são mais do que muitas e vão ficar gravadas para sempre na personalidade, nas perceções do mundo e, especialmente, na memória de quem se aventura nesta viagem de bravura e conhecimento pessoal.
Em primeiro lugar, há uma enorme sensação de liberdade em fazer o que se quer e ir para onde se deseja. Além disto, há uma ampla diversidade de oportunidades e caminhos que estão à espera de ser descobertos e à completa disposição de quem procura criar histórias e conhecer o desconhecido. Pegar na mala, partir para um destino desconhecido e perceber que se consegue sobreviver sozinho num país completamente novo, é algo que dará uma enorme confiança para a experiência em si, mas também para a vida. Até porque, se consegue ir sozinho para um país desconhecido e lidar com tudo sem companhia e apoio, também será capaz de fazer qualquer coisa depois desta jornada. As inseguranças e os medos- muitas vezes infundados – e a pressão de atingir certo objetivo na carreira ou na vida, tornam-se apenas meros desafios quando já se ultrapassou testes maiores.
Ao viajar sozinho, passamos a conhecer os nossos limites ou a ausência deles e a perceber o que nos faz verdadeiramente bem ou não, assim como a perceber do que somos realmente capazes. Viajar sem ninguém acelera o processo de nos conhecermos e percebermos como funcionamos, é como se avançássemos 10 anos numa viagem de 1 ou 2 semanas. A par disto, também nunca estaremos verdadeiramente sozinhos. Seja uma pessoa introvertida ou extrovertida, acaba sempre por contactar com várias pessoas (turistas ou locais) e a viver momentos e experiências únicas, que são aceleradas por toda a própria experiência. O contacto torna-se mais simples e a “vergonha” de interagir ou tomar a iniciativa de fazê-lo fica mais leve. Conversar com alguém, criar amizades e partilhar experiências são instantes que ficam gravados a longo prazo, especialmente por estarem a ser partilhados com alguém novo.
No contacto com pessoas externas à jornada a solo, dá-se o enfase ao convívio com a população local, uma experiência sem preço para conhecer a cultura, os hábitos e os costumes do país. É neste contacto que, quando acontece o regresso a casa, se sente que verdadeiramente conheceu o lugar e se viveu em pleno o destino escolhido. Numa viagem a solo, acabamos por estar completamente embrenhados no ambiente em que se está inserido e a admirar, sem distrações, as paisagens, os monumentos, uma viagem de transportes públicos ou simplesmente a vida a acontecer enquanto se usufrui de uma bebida sentado na esplanada de um café ou de um bar ou de uma refeição num restaurante. É nesta viagem de conhecimento pessoal que estamos mais abertos a apreciar detalhes que, se estivéssemos acompanhados, deixaríamos mais facilmente passar. Isto significa que começamos a sentirmo-nos parte integrante do destino, seja no adotar de novas rotinas como a abraçar novos hábitos. E quanto mais diferente for o destino do nosso país, maior será este sentimento e até maior será a aprendizagem.
O sentimento de pertença ao mundo, e não só ao nosso país de origem, torna-se maior e decide-se aproveitá-lo e vivê-lo como nunca pensámos fazê-lo. Tornamo-nos parte de algo maior, algo que, possivelmente, nunca sentimos ao viver no nosso mundo confortável. As prioridades podem mudar e os padrões que dávamos como certos e definidos, desfazem-se, porque percebemos que existe mais (e passamos a querer até mais). Viajar sozinho pode virar o nosso mundo do avesso, mas no bom sentido, e não há que ter medo de pôr a mala às costas e ir.
A pessoa que volta de uma viagem sozinha pode ser um indivíduo completamente diferente: mais confiante, mais livre, mais aberto a novas experiências, a pessoas e a formas de pensar. Antes de uma experiência tão enriquecedora como esta, há dicas a ter em conta para que a jornada seja somente repleta de boas memórias.
Pesquise sobre os destinos
Ter conhecimento sobre o lugar ou lugares para onde vai viajar traz muito mais confiança relativamente à viagem e quando está efetivamente nos locais. É ainda de frisar a importância de pesquisar pelas zonas a evitar no destino, pois, como bem sabemos, existem sempre lugares menos seguros para visitar, especialmente sozinhos.
Veja as avaliações dos alojamentos
É importante verificar os comentários de outros hóspedes do alojamento para garantir que encontra um local seguro e de confiança. Além disso, é essencial ter atenção à localização, de forma a ter a certeza de que fica hospedado num local que combine bem com o roteiro que vai fazer.
Chegue ao destino ainda durante o dia
Por questões de segurança, é sempre preferível chegar a um local novo de dia para melhor nos conseguirmos orientar, pedir indicações ou informações e para nos sentirmos também mais seguros.
Informe os amigos e familiares para onde vai
É essencial contar a familiares e amigos próximos para onde vai e até o roteiro que pretende fazer, garantido assim que, caso algo aconteça, tem sempre quem esteja atento e possa agir.
Tenha sempre internet no telemóvel
Esteja sempre comunicável, mais por uma questão de segurança caso alguma coisa aconteça. Até porque, caso esteja perdido ou precise de informação, tem sempre onde recorrer.
Tenha cuidado a quem e onde pede informações
Cuidado com os bairros ou zonas ditas problemáticas. Embora, muitas vezes, seja mais falatório do que realidade, existem, de facto, lugares a evitar em qualquer país do mundo. Se vai viajar sozinho, tenha isto em consideração quando pesquisar por informação sobre o destino e verifique também comentários de outros viajantes, pois a experiência no terreno de outros é sempre uma mais-valia.
Faça passeios de grupo
Além de criar conexões novas e interagir com outros viajantes ou pessoas locais, é também uma ótima forma de conhecer zonas mais remotas do seu destino e saber mais sobre o lugar.
Fale diariamente com algum familiar ou amigo
Dar informações diárias de onde está ou o que pretende fazer não é sinal de insegurança ou medo, é uma forma relevante de garantir que alguém próximo tem informações recentes sobre a sua viagem.