Nos dias atuais, o amor acabou se tornando um sentimento de fracos. O "eu te amo" tem o mesmo peso que um "bom dia". De fato, com o passar dos anos, cada vez menos vemos casais que duram alguns anos juntos. Mas será falta de amor, empatia, resiliência ou simplesmente falta de maturidade? A verdade é que nossa geração veio com upgrade no nosso coração, onde o software de segurança está cada vez mais sensível e, a qualquer sinal de instabilidade, se fecha e quer afastar a pessoa com medo de se machucar. Muitas vezes esquecemos a tal empatia; muitas vezes esse software vem com erro onde não detecta que a outra pessoa pode realmente querer invadir seu coração com sentimentos puros, e esse ato pode ter feito uma atualização no software do coração da outra pessoa como uma nova forma de decepção.

A empatia está cada vez mais rara. As pessoas querem que as outras se coloquem no lugar delas, mas não estão dispostas a se posicionar no lugar das outras pessoas, onde muitas vezes a mágoa toma conta desses lugares. O sentimento de amor, quando é verdadeiro, é um dos sentimentos mais puros que alguém pode experimentar. Mas será que ainda vale a pena tentar na sociedade em que vivemos, onde o que é valorizado é ser indiferente e frio? Cabe a cada um de nós tirar nossas próprias conclusões. Mas se não arriscar, nunca saberá como poderia ter sido. Então, você prefere chegar na velhice com essa dúvida ou prefere ter a certeza da tentativa?

O medo de arriscar e nos machucar faz com que não aprofundemos em nossos sentimentos. O medo de investir nosso sentimento em uma pessoa que pode não estar na mesma sintonia nos faz não nos entregarmos por completo como uma forma de segurança. É o nosso software avisando que pode vir decepção pela frente. Então, vamos pingando sentimentos, pois será mais fácil superar após se decepcionar. Com isso, acabamos vivendo sentimentos rasos, onde a profundidade não é explorada e muito menos vivida. O nosso software nos impede da possível decepção, mas também nos impede da vivência e da experiência, se tornando uma linha tênue onde sua escolha definirá seus resultados.

Li uma frase cuja autoria é desconhecida por mim, que dizia: "A vida é muito curta para cafés fracos, amizades mornas e amores frios". A vida vivida com intensidade muitas vezes pode te magoar, mas será que no final de nada valerá? Nem um aprendizado? Será que o medo irá nos impedir de viver? Cabe a cada um de nós decidir qual preço vamos pagar por nossas escolhas. No final, só queremos ter vivido da melhor forma e mais felizes que conseguimos.

Fecho meu artigo com um texto de Wandy Luz, que diz:

Em um mundo de sentimentos rasos e descartáveis, interações vazias, egos inflados e muito desapego, faça questão! Viva intensamente sim, só não confunda intensidade com desequilíbrio. Transborde, mesmo que isso assuste aqueles que não se atrevem a sentir, por medo, por insegurança. Não deixe de viver tudo aquilo que há para se viver. "Vamos nos permitir, porque não há tempo que volte." Faça questão de fazer alguém feliz, faça questão da generosidade, sinceridade, faça questão do amor. Não perca nenhuma oportunidade de elogiar alguém, ou de fazer o bem a quem quer que seja. Olhe menos para o relógio, olhe mais nos olhos, e quando sorrir, deixe a energia vir do coração. Faça questão de você, faça questão de ser e dar o seu melhor. Eu gosto de olhares que falam, eu gosto de sorrisos que se declaram, eu gosto de gente que faz questão de amar e transbordar.