A princípio, é salutar compreender que o amor é a essência de tudo e, sobretudo, da própria humanidade. Ele nasceu da dádiva da vida que Deus nos concedeu. Bem, quando falo de amor, é fato que alguém sonhou, planejou e interagiu por almas para a concepção de sua criação. Em seguida, sacrifícios foram concedidos em prol dessa vida como cuidados, zelo, atenção, compreensão, desprendimento, sonho, etc. O amor é uma força sublime e majestosa, tão poderosa que transcende o nosso saber e se alastra por todos os princípios. É a base que se divide em milhares de sentimentos: interação sexual, abraços, saudades, apertos de mão, alegria, acolhimento, prazer, entre outros. Inconscientemente esperamos por tudo isso ao longo do dia...
À medida que evoluímos, nos afastamos do amor. A conturbada e insana rotina do mundo globalizado não nos poupa e nos lança ao precipício do vazio, da ausência, da falta e do esquecimento. O relógio é um grande carrasco do amor! Não existe vida sem amor! Sem ele, nos sentimos vazios, despercebidos, desconectados. A solidão, na maioria das vezes, nos leva à procura de um abraço, que nos libera oxitocina – hormônio que reduz o estresse –, que reforça o equilíbrio do corpo e a segurança. É esse tipo de amor incondicional que ajuda nosso cérebro a permanecer ativo.
A Pandemia do Covid-19 nos trouxe a realidade do confinamento, da sobrevivência diante do nosso próprio espelho, dos diálogos ao vento, da falta de abraços e acenos, aqueles que até então passavam despercebidos e que se tornaram fundamentais. O mundo teve de aprender que a solidão deixou de ser mero ator participante para desempenhar papel principal no teatro da vida.
O que antes passava despercebido se tornou vital. Quem poderia imaginar que um ingênuo mergulho no mar pudesse ser um ato proibitivo e passível de prisão? Quem poderia imaginar que viveríamos com máscaras diante daqueles que amamos? Desta forma, sentimos o quanto o amor é indelével! O amor é poderoso, a ferramenta necessária para superarmos pensamentos negativos, desmotivados pela cansativa rotina. Precisamos dele para nos conectarmos ao divino, à natureza, ao mundo espiritual. Sua falta nos remete à falta de habilidades, à baixa autoestima, ao obscuro, às armadilhas dos perigos do abismo de nossa própria consciência.
Richard Schwartz, terapeuta familiar, é professor associado de psiquiatria na Harvard Medical School e consultor dos hospitais McLean e Massachusetts General. Ele diz que nunca foi provado que o amor deixa você fisicamente doente, embora aumente os níveis de cortisol, um hormônio do estresse que demonstrou suprimir a função imunológica. O amor também ativa o neurotransmissor dopamina, conhecido por estimular os centros de prazer do cérebro. Junte isso a uma queda nos níveis de serotonina – o que acrescenta uma pitada de obsessão – e você terá o amor louco, agradável, estupefato e urgente da paixão.
O amor é uma explosão de conexões positivas, que você compartilha com outro ser, com a natureza, os animais ou qualquer outra coisa. Basta que do outro lado a porta esteja aberta. O amor é tão extraordinariamente complexo que pode até mesmo nos causar dor e solidão. Estudos mostram que a pessoa pode se tornar mais controladora ou exigente, como forma de tentar evitar sentir a dor do amor, e isso cria um apego inseguro, vinculado ao medo do abandono ou da solidão. O amor está por toda parte, estamos rodeados dele. Ele se apresenta em diferentes formas: romance, paixões, amizades ou laços familiares. É tão sufocante que pode dificultar sua manutenção, visto que sua complexidade pode se apresentar de forma inédita, ou seja, de linhas inimagináveis.
O mundo é amor, está ao nosso redor, nos espreitando a alma. Ele está num simples sorriso, num despretensioso aperto de mão, no colo da pessoa amada, no abraço desmedido, ou até mesmo na cruel ausência. Ele pode nos arrematar a qualquer tempo e estação, não suporta a discriminação, está aberto a tudo e a todos. Viva a essência da vida, viva o amor!