Meu filho entrou na escola com 4 anos, e em menos de uma semana, já tinha um melhor amigo, vários colegas, e queria planejar uma festa do pijama. Com um mês, ele já era amigo de todos os coleguinhas da classe e pediu que sua festa de aniversário fosse lá para que todos participassem. Não recordo de como me saí no infantil, mas acredito que tenha feito amigos com a mesma facilidade, porque quando criança, basta o outro nos dar um “oi”, e nós já convidamos para ir à nossa casa brincar. A vida se intensifica, e saltamos dessa facilidade de conexão para uma fase onde começamos a nos distanciar dos amigos por inúmeros motivos, e fazer novos se torna uma tarefa quase impossível.

Fazer amigos e socializar, algo que era natural durante a infância e adolescência, se perde. À medida que ultrapassamos a barreira dos 25 anos, alguns de nós percebem que a construção de novas amizades não será mais como antes. A questão que se coloca é: o que motiva essa dificuldade, e será que podemos superá-la? Após os 25 anos, muitos adultos experimentam uma mudança significativa em seu estilo de vida. As demandas profissionais, a busca por estabilidade financeira e a inevitável evolução das prioridades podem fazer com que as oportunidades para socializar se tornem mais escassas. À medida que a rotina se intensifica, as relações sociais muitas vezes se tornam secundárias.

Mas o curioso é que, apesar dos momentos de solidão que surgem, esses períodos solitários nem sempre são suficientes para impulsionar a busca ativa por novas amizades. Muitos adultos podem se sentir confortáveis em sua própria companhia e podem até mesmo preferir momentos de introspecção em vez de se permitir interações sociais.

No meu caso, mudar de país certamente foi um motivador para tornar a tarefa de fazer novos amigos ainda mais difícil. Cheguei a conhecer algumas pessoas, ótimas conversas, risadas, histórias compartilhadas, mas não passou de alguns cafés durante a tarde.

O match da amizade me parece ser mais difícil do que em um relacionamento amoroso quando somos adultos. E quando se é casado ou tem um relacionamento, o grau de dificuldade aumenta porque é preciso que seu companheiro também goste da pessoa, e vice-versa. E quando esse novo amigo também está em um relacionamento, a complexidade torna tudo mais desafiador. São quatro adultos que precisam se entender. Passei então a me questionar se gostaria realmente de novos amigos. Passar o final de semana em casa, pedir comida e ver uma série não me parece ser uma vida ruim. Mas é preciso reconhecer a importância de poder ter, poucos ou mesmo um amigo para poder contar. Dividir uma boa notícia, comemorar uma conquista, em momentos assim não queremos estar sozinhos.

Mas como fazer novos amigos? Aqui vão algumas sugestões. Confesso que já utilizei algumas e posso dizer que cumpriram seu papel.

Iniciar atividades em grupo: Participar de atividades que despertam interesse pode proporcionar a oportunidade de encontrar pessoas com interesses semelhantes.

Frequentar locais sociais: Bares, cafés e eventos locais são ótimos pontos de encontro para conhecer novas pessoas. Esse é ótimo para aqueles que têm facilidade em conversar com estranhos. Rever antigos conhecidos: Às vezes, antigos colegas de escola, faculdade ou trabalho podem se tornar bons amigos com quem podemos reacender relações. Busque por pessoas que você realmente gostava de conversar, tinham interesses em comum.

Embora a dificuldade em fazer amigos após os 25 anos seja uma realidade para muitos, é importante reconhecer que é possível superar esses obstáculos, se assim desejar. Encontrar um equilíbrio entre as responsabilidades adultas e a busca ativa por conexões sociais é fundamental para manter uma vida minimamente satisfatória. Ao explorar novas atividades e permanecer aberto às oportunidades, é possível construir amizades duradouras mesmo nessa fase da vida. Ao conhecer uma pessoa interessante, faça o esforço de sair, combine um café, um jantar, e permita-se ser o melhor amigo de alguém.