O mundo dos conjuntos envolve várias unidades de dezenas e centenas e geralmente não é uma conta exata.

Pois, bem…

Se o mundo fosse como alguns estudiosos gostam de afirmar o organizado faria conjunto com o desorganizado, porque assim um manteria a energia do outro, ui, que confusão!

Calma, porque essa rapidez em responder sem processar só é inteligência na cabeça de quem não sabe raciocinar direito.

A organização pode ter precisado do caos para surgir, mas para que ela continue plena, o caos deve morrer.

Então, talvez essa ideia maluca de se fazer encaixar e a busca cega pela perfeição, não faça conjunto com o amor. Já pensou?!

Diz-se que os opostos se atraem, mas isso é algo que ocorre apenas na física clássica, certo? Essa noção, embora intrigante, parece limitada quando aplicada ao complexo universo das relações humanas. No entanto, o que realmente atrai o quê nesse vasto e misterioso campo?

Será que nos interessamos pelo que é diferente de nós ou pelo que, paradoxalmente, rejeitamos? Não seria isso um complicador? Por que buscaríamos problemas em uma relação de amor, quando a ideia central deveria ser o bem-estar mútuo?

Existe uma maneira de entender qual é a energia que sustenta nossas conexões e, mais importante, por que não conseguimos atrair apenas coisas boas?

Felizmente ou infelizmente, a verdade é que o amor e suas relações vão além do mundo binário e racional de 0 e 1. Não é algo que possa ser completamente compreendido por lógicas simples ou evidentes. É um universo vasto, onde a simplicidade do preto e branco dá lugar a uma miríade de tons e nuances que desafiam o senso comum. Qual é, então, a força que mantém nossas conexões? Se observarmos atentamente nossas relações, talvez possamos descobrir algumas pistas sobre esse mistério que nos intriga e fascina.

Voltemos ao mundo maravilhoso das perguntas: como tratamos aqueles que nos maltratam? É possível dar a outra face ou devemos cessar a violência que já se instalou e é suportada? Essas questões são profundas e exigem uma reflexão sincera. Será que podemos, honestamente, chamar um relacionamento cheio de conflitos e interesses de uma relação de amor genuíno?

Sabemos que o amor não tem nada a ver com simplesmente "gostar" de alguém. Vai além disso; é uma força que nos move e nos transforma. Contudo, não deveria ser usado como desculpa para justificar sofrimento ou a permanência em uma relação tóxica. Essa confusão conceitual do amor, muitas vezes, leva à ruína de muitos lares, promovendo guerras emocionais e, em casos extremos, antecipando tragédias. A paz nas relações amorosas não é apenas desejável, mas necessária para a harmonia global. Assim como o ditado "amor com amor se paga" sugere reciprocidade, é amando que compreendemos a necessidade do outro de ser amado também. Porém, esse entendimento só é possível quando conseguimos amar a nós mesmos primeiro, pois somente então podemos oferecer amor genuíno.

A guerra, em qualquer de suas formas, só é possível porque o homem vive em constante conflito consigo mesmo. Essa falta de paz interior reflete-se em suas ações, levando-o a maltratar a esposa, ser impaciente com os filhos e, muitas vezes, cercar-se de pessoas com intenções ambíguas, revelando a maldade que pode habitar no coração humano. É um ciclo vicioso que perpetua o sofrimento.

Mas me conta aqui: você já parou para observar suas guerras interiores? Já olhou com decência e coerência para suas próprias falhas, ou ainda culpa o amor por suas dores e desilusões? Ainda se refugia na desculpa dos covardes, de que por amor destruímos e matamos? Essa é uma pergunta crucial, pois o que realmente nos atrai, o que nos mantém e o que nos afasta de alguém são espelhos de nosso próprio estado interior. Quem somos nós nas relações que vivemos? Essa é a verdadeira questão a ser respondida.

Essa conta é mais simples do que as equações de segundo grau, não é mesmo? Fala sério! O amor não promove a guerra, ele se abstém... Não disputa; ele pode causar ciúmes, é verdade! Entretanto, não prende — sempre libertará. O verdadeiro amor é uma força que não busca domínio ou controle. Portanto, não é correto afirmar que o amor promove atitudes insensatas, que só ocorrem quando estamos em total desarmonia, ou seja, em desamor.

Enquanto esse tipo de lenda existir, quem nela crê e a promove não poderá sentir o amor em sua plenitude. O amor não é uma desculpa para a violência, nem uma justificativa para a possessividade. Ele é, antes de tudo, uma força que liberta e transforma. Devemos aprender a reconhecer e valorizar essa essência, sem distorcê-la para justificar nossos próprios erros e falhas. Apenas então poderemos viver o amor em sua forma mais pura e verdadeira.

Por ora, deixemos o sol brilhar e o samsara girar. O ciclo da vida continua, e com ele, nossas oportunidades de crescer e amar de forma mais plena e autêntica. Que possamos, cada um de nós, encontrar a paz interior e estender essa paz aos nossos relacionamentos, contribuindo assim para um mundo mais harmônico e amoroso.