Impressionante como ser traído pode afetar não só a saúde emocional, mas também a física e mental. Resolvi escrever este texto inspirada nos stories do meu nutricionista. Ele estava respondendo a uma caixinha de perguntas, 'como emagrecer 8 quilos em um mês?', uma pergunta recorrente na internet. Muitas pessoas desejam avidamente uma pílula mágica para emagrecer. Mas, vamos ao que ele respondeu.
Obviamente, como é do perfil dele, usou a ironia na resposta, ao dizer que um bom chifre podia ajudar a atingir tal objetivo, tão infame quanto absurdo. Não satisfeito, ele melhorou a receita, esclarecendo que não basta levar o chifre, é absolutamente necessário saber que levou. Tomar conhecimento da traição, na teoria irônica dele, pode mesmo fazer alguém perder peso, como de fato já vimos muitos casos.
Uma traição pode fazer o traído perder muitas coisas, desde peso até autoestima, desejo de amar novamente, alegria e até mesmo a vontade de viver. Mas, minha pergunta absolutamente sincera é: afinal, a traição é mesmo sobre quem foi traído, ou sobre quem traiu? Como entender esse comportamento?
Por que damos tanto poder assim ao outro? Claro que não podemos negar que ser traído não é o esperado, muito menos é prazeroso e satisfatório. Pois, mesmo sem saber o que ela come, onde vive ou como dorme, nós criamos sim a tal expectativa. Sabemos o quão maléfico é ter expectativas em qualquer situação, especialmente em um relacionamento amoroso. Mas, sinceramente, é viável entregar seu coração sem esperar nada do outro?
Esperamos que o outro cumpra o acordo, o combinado. Que muitas vezes nem foi, de fato, verbalizado. Mas para nós, está implícito. É óbvio. Todo mundo sabe que devemos ser monogâmicos. Esperamos que o outro faça as mesmas escolhas que nós. Ditamos as nossas regras ao mundo. Esperamos reciprocidade, no nosso melhor estilo.
Sim, são escolhas, e são escolhas individuais. Ninguém pode escolher por ninguém. Somente por si. Por isso, a traição diz respeito apenas a quem escolheu trair e não a quem foi traído, sem ter opção.
Percebe a diferença? Percebe quanto poder está dando a outrem sobre sua vida? Sei que é uma reflexão profunda e que também, a dor da decepção é enorme. Mas não, esse não é o melhor caminho para emagrecer! Acredite!
Cuidar-se é uma escolha que deve ser diária. Ao abrir os olhos, depois dos devidos agradecimentos por mais uma oportunidade de viver, é preciso traçar seu plano diário de autocuidado, autoamor. Amar ao próximo, como a ti mesmo, essa é a referência! Não é possível amar genuinamente outro ser, se não houver amor transbordando em si e por si!
O amor-próprio é um dos caminhos que pode te levar à compreensão de que você não é o responsável pelas escolhas do outro, somente pelas suas. Escolha você, sempre. Escolha sua saúde integral. Escolha seu equilíbrio mental e emocional.
Não, isso não quer dizer que você vai virar um monge tibetano da noite para o dia. Somos humanos, e os sentimentos de raiva, decepção, dor e angústia são tão saudáveis e vitais como qualquer outro. Porém, você tem uma boa escolha. Perante esses desafios, pergunte-se o que você pode aprender com essa situação, com esse sentimento? O que de tudo isso é seu de verdade? O que foi uma escolha sua, de fato? Lide apenas com o que é seu. Não invada o espaço do outro. Deixe que cada um fique com o que é seu de direito.
Quanto à emagrecer, existe um outro caminho de escolhas mais saudáveis e prazerosas que você pode fazer diariamente, mudando seu estilo de vida! Em última análise, ao lidarmos com as adversidades emocionais, é vital reconhecer que a traição é uma escolha individual do traidor, e não um fardo imposto ao traído. Conferir poder excessivo ao outro sobre nossa felicidade é um equívoco que pode comprometer não apenas nossa autoestima, mas também nossa saúde mental e física. Embora a dor da decepção seja significativa, escolher o amor-próprio diariamente se revela como um caminho fundamental para a compreensão de que não somos responsáveis pelas decisões alheias, mas sim pelas nossas próprias escolhas.
Diante dos desafios, surge a oportunidade de aprender, de avaliar o que é verdadeiramente nosso e de buscar escolhas mais saudáveis que contribuam para a construção de um estilo de vida equilibrado e integral. A jornada para o emagrecimento, assim como para o bem-estar emocional, é pavimentada por escolhas conscientes e amorosas, priorizando sempre o autocuidado e a autenticidade.