A literatura é fundamental no desenvolvimento da criança, sendo a mesma capaz de estimular a imaginação, a criatividade e o senso crítico. Quanto mais cedo a literatura for inserida na vida da criança, mais rápido será o desenvolvimento pelo hábito da leitura.
A leitura é capaz de proporcionar uma conexão entre o ser humano com o mundo que o cerca, despertando a curiosidade e diversos sentimentos que, muitas vezes, estavam escondidos. Recomenda-se que ela deve ser incentivada de forma lúdica, através de imagens, cores, leituras em conjunto, respeitando o tempo e o interesse da criança, não sendo realizada de forma impositiva, mas, sim, de forma prazerosa.
Como ambiente formador, a escola tem um grande papel nessa missão. É necessário que ambos busquem estratégias e métodos de inserção da leitura desde as séries iniciais. Frisa-se, portanto, que trabalhar a leitura não é tarefa exclusiva da escola. É uma tarefa que deve ser realizada em conjunto, uma colaboração entre escola e família. Entretanto, a escola é capaz de proporcionar aos alunos grupos de leitura, bibliotecas com um imenso acervo de livros, meios estes capazes de incentivar a prática da leitura e, assim, o aluno se torna capaz de desenvolver habilidades e competências, além da própria autonomia, tão necessária no seu processo ensino-aprendizagem.
Segundo Zilberman1 é atribuição da escola, inclusive de todas as disciplinas, o papel de ensinar a ler e escrever. Contudo, a responsabilidade do incentivo à leitura, do ensino da literatura e da escrita é do professor de Língua Portuguesa.
Não basta oferecer ou mostrar um livro a alguém com a intenção de formar um leitor. É necessário buscar alternativas em face de algumas questões como educação, linguagem, leitura e sociedade. A literatura infantil, se bem trabalhada, auxilia na formação do caráter e no desenvolvimento da criticidade. Com o passar do tempo, a criança leitora se torna capaz de escolher as obras que mais lhe dá prazer, faz comparações; passa a analisar de forma consistente as situações que vivencia, tanto na escola como em situações da vida cotidiana.
Ler é muito mais que decodificar. É também compreender o que se lê. Decodificar é a capacidade de decifrar os grafemas escritos para compreender o seu significado isolado. O processo de compreensão é mais abrangente. Não basta o leitor decifrar a linguagem e seus elementos fonológicos, lexicais, sintáticos e semânticos. Ele precisa processar e armazenar as informações lidas, realizando, assim, a compreensão do que os códigos expressam.
Conforme apresenta os Parâmetros Curriculares Nacionais2 (2001) a decodificação é apenas uma das diversas etapas de desenvolvimento da leitura. Logo, trabalhar com a diversidade textual, segundo os PCN’s (2001), é fazer com que o indivíduo desenvolva significativamente as etapas de leitura e contribua para a formação de leitores competentes.
Considerando as mudanças benéficas que a leitura proporciona na vida de qualquer um, cabe ao professor instigar o aluno na prática da mesma, levando, assim, o aluno a atribuir gosto pela leitura. O professor deve utilizar estratégias que desenvolvam o raciocínio, a criticidade, a interpretação e, por consequência, a oralidade, não apenas como formas avaliativas, mas como forma de proporcionar ao aluno interação com o texto lido, criando, assim, uma familiaridade com a leitura.
É inegável que vivemos em uma era digital, na qual a atenção das crianças é cada vez mais disputada por aparelhos eletrônicos. Diante disso, é necessário reconhecer a importância da Literatura na formação do ser humano, sendo fundamental o incentivo a criação de tal hábito desde a infância, tendo em vista que é nesse período que muitos padrões de comportamento são formados.
O estímulo à leitura deve ser realizado em casa e na escola, para que se aprenda que ler é algo importante, prazeroso e dinâmico. Portanto, incentivar a formação desse hábito na idade em que todos os hábitos estão se formando é fundamental. Professores que proporcionam pequenas doses diárias de leitura agradável, sem forçar, desenvolverão na criança um hábito que poderá acompanhá-la ao longo de toda a sua vida.
Notas
1 Zilberman, Regina. A Leitura e o Ensino da Literatura. São Paulo: Contexto, 1988.
2 Brasil, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. 3.ed. Brasília: A secretaria, 2001.