Durante a minha infância nos reunimos todos os anos eu, minha mãe, meu pai e minha irmã e, religiosamente, a pergunta direcionada a mim e a minha irmã era a mesma “esse ano vocês querem viajar para a praia ou para a Disney?”, também religiosamente, nossa resposta era a mesma “para a praia!”. E lá íamos nós. Sempre satisfeitas com a escolha que tínhamos certeza: não havia nada melhor!
Nunca gostei de parques de diversão, minha irmã muito menos e, pra nós, a Disney era exatamente isso: montanhas russas insuportáveis, brinquedos que giram, pessoas passando mal e doses de adrenalina que não entendíamos porque alguém iria se sujeitar. Logo, apesar de sermos as maiores fãs dos clássicos e da história da Disney, ir a um parque de diversões temático não estava nem um pouco perto dos nossos ideais. Até o dia em que eu fui.
Antes de me mudar para Paris ganhei de aniversário uma viagem para a Disney, de Paris, com direito a me hospedar em um hotel dentro do parque, viagem que fiz recentemente, quase um ano depois. Um mix de sentimentos veio quando ganhei o presente “será?”.
Aquilo era tão longe de uma realidade pra mim que não entendi que naquele momento era palpável. Então eu fui. E foi de longe a melhor experiência da minha vida. Eu juro. Nunca vivi nada maior. A verdade é que ninguém nunca me contou o que de fato era a Disney.
Entrar naquele universo encantado foi realmente como abrir um portal mágico que nos transportou de verdade à inocência e à alegria da infância, de forma tão intensa que me lembrou o quanto eu sentia falta dessa sensação, sem antes saber que era uma saudade. Minha recente visita à Disney foi realmente transformadora. Logo eu que todos os anos preferia visitar o mesmo mar, ao invés de ver a Branca de Neve na minha frente.
A atmosfera do parque começa a envolver os visitantes antes mesmo de chegarem aos portões de entrada. A energia é palpável no ar, a música ambienta cada centímetro, como se você estivesse em outro planeta e a estrutura dos parques cria uma expectativa crescente, de algo que você nem sabe o que é. E o mais interessante de tudo, era que a teoria é de se passar por um parque infantil, e isso é verdade: não existia nenhum adulto ali. Todos estavam encantadoramente inocentes, felizes e realmente transportados para um mundo onde impossibilidades eram de longe um conceito vago.
E adivinha só? A menina que antes tinha pavor de parques de diversões, descobriu ser aquele o seu paraíso. Os passeios emocionantes proporcionaram uma explosão de adrenalina que fez meu coração bater forte (as vezes forte demais). De montanhas-russas a passeios temáticos, cada atração tinha um toque de magia que só a Disney pode oferecer e, por isso, até os sustos eram alegremente contagiantes. Os emblemáticos fogos de artifício e a projeção no castelo me emocionaram muito, transformando o parque em um espetáculo de luzes e cores que deixariam qualquer criança, independente da idade (como eu), extasiada.
Mas a verdadeira magia estava nas pequenas coisas. Era o cheiro de algodão doce pairando no ar, o som de risadas contagiantes, as pessoas passeando com suas orelhas de Mickey, a decoração em cada centímetro, os funcionários sempre gentis, alegres e disponíveis e até as ruas. Era como se o tempo parasse, e eu me encontrasse novamente no passado, onde a única preocupação era aproveitar o momento presente. E quando a gente vira adulto, a gente esquece disso.
Ao final da viagem, percebi que a Disney não é apenas um lugar, mas um estado de espírito. É um refúgio mágico que nos permite escapar da realidade por um tempo e nos lembrar da beleza da imaginação. Voltar a ser criança na Disney não é apenas sobre aproveitar os passeios e atrações; é sobre redescobrir a alegria, a inocência e a maravilha que muitas vezes perdemos na correria da vida adulta. E nossa, como eu queria que tivessem me dito isso antes. Todo mundo deveria ir à Disney pelo menos uma vez na vida. Mesmo se você não gosta de parque de diversões.
Ao deixar aquele lugar, levei comigo mais do que simples lembranças fotográficas; eu trouxe de volta a criança que reside dentro de mim e respeitei isso. Agora, o único próximo passo possível, é voltar pra lá de novo.