Namíbia é um país africano localizado no sudoeste do continente. Sudoeste Africano foi também a sua designação no passado durante a colonização alemã. Atualmente, tem sido um destino turístico de excelência, atraindo cidadãos de diversos cantos do mundo fascinados pela sua natureza, elementos naturais de tirar o fôlego, assim como pela excepcional cultura do país.
Ao chegar ao Aeroporto Internacional Hosea Kutako, o visitante só percebe a descida do voo, pois, ao espreitar pelas janelas, depara-se apenas com a imensa savana, não sendo possível observar nem o aeroporto nem a pista de aterragem. Quase vem a preocupação de uma possível queda do avião. No entanto, em breve, o voo pousa, e a preocupação dá lugar à admiração pelo belo e modesto aeroporto da capital namibiana.
Ao sair do aeroporto, pode-se ter a real noção da localização em meio à enorme savana, pois, em terra e via automóvel, ainda é necessário percorrer aproximadamente uma hora até o centro da cidade de Windhoek. É tempo suficiente para conversar com o motorista, que pode contar sobre a cidade enquanto se percorre a estrada devidamente asfaltada.
Em segredo, meu motorista contou-me que o isolamento do aeroporto é herança do regime colonial, que assim preferiu para que os nativos, que habitavam mais a zona da atual capital, não soubessem o que se passava por ali: as entradas e saídas de pessoas e animais.
No meio da estrada asfaltada, é possível observar dos dois lados a savana. Aparecem aqui e ali, ao longo da mata, animais que despertam a atenção, sendo os mais comuns os famosos babuínos. No entanto, isto é apenas uma introdução à enorme vida selvagem que o país acolhe: mais de 300 espécies de mamíferos, 500 espécies endêmicas de pássaros e mais de 100 de répteis. Ao longo do percurso, surgem algumas casas isoladas no meio da savana, levantando questões sobre quem vive ali no meio do nada e o medo de ataques de animais. Tudo isso pode ser tema de conversa com o motorista, desde que ele tenha a paciência e gentileza devidamente disponíveis, o que certamente não falta entre as gentes da Namíbia, sempre acolhedoras e simpáticas.
A cidade de Windhoek é também simpática, apresentando ainda herança da influência germânica visível na arquitetura, cultura material e imaterial. É comum ver na cidade pessoas da cultura passeando com seus trajes incomuns, como o tronco somente coberto na parte dos seios e descalças.
Windhoek é uma cidade calma, com ruas harmoniosamente organizadas e sem grandes congestionamentos. Para quem deseja experimentar o ambiente agitado típico das cidades africanas, é necessário deixar a capital e adentrar um pouco mais para o interior.
Não é preciso se preocupar com as estradas, pois estão em boas condições, sempre ladeadas por enormes propriedades de terras, como parques, reservas e fazendas. Ao longo do percurso, é possível avistar rinocerontes, girafas, burros e mais, à medida que se percorre a estrada. De fato, os animais são uma grande atração turística na Namíbia, e curiosamente, este país abriga os famosos Big Five.
Outra grande atração são as pinturas rupestres de Twyfelfontein, um sítio histórico repleto de desenhos milenares esculpidos nas rochas pelos criativos povos San. Desde 2007, o sítio está classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O que é interessante nas mais de 2000 pinturas rupestres de Twyfelfontein não é apenas a riqueza de animais presentes nas pinturas, mas também as práticas e conhecimentos dos povos autores que nelas podem ser lidos e interpretados. Nestas pinturas, é possível ler profundos conhecimentos que esses povos tinham da natureza, biologia, anatomia e até medicina. É possível perceber nessas pinturas um cuidado em apresentar as diferenças entre o interior e exterior dos animais; note-se também conhecimentos sobre a posição de fetos no interior do ventre em diversos momentos; há revelações importantes nessas rochas sobre os rituais que esses povos tinham, principalmente na iniciação dos adolescentes.
Devido a essa riqueza, assim como à excepcional paisagem geológica da Região de Kunene (antigamente Damaraland), vários visitantes percorrem os mais de 100 km após a cidade de Khorixas em busca de conhecer o sítio. Bem próximo a Twyfelfontein está também a interessante floresta petrificada, com árvores fossilizadas datadas de 250 milhões de anos e que cobrem uma área de 20 hectares. Enfim, para quem visita a Namíbia, certamente não faltam pontos de interesse a contemplar.