Durante vários séculos, as bibliotecas físicas suportaram e educaram grandes personalidades da história da humanidade, e muitas delas guardam no seu interior a história do país e demais documentos de carácter importante, conservam ainda grandes memórias que o tempo não apaga.
Algumas sociedades tradicionalistas ainda recorrem às bibliotecas físicas para consulta e leitura de informações que lhes são pertinentes e importantes, mas com o passar do tempo, o surgimento das tecnologias de informação e comunicação que instalaram-se a uma velocidade vertiginosa, não permitiram que as bibliotecas físicas acompanhassem o seu ritmo, deixando transparecer que elas ficaram para a história.
No mundo moderno, a velocidade e facilidade de acesso à informação remotamente fez nascer um novo tipo de leitor, ou usuário das bibliotecas digitais, ou por outra de acervos virtuais, podendo a qualquer distância desde que tenha um smartphone, computador, ou qualquer outro dispositivo que tenha acesso a internet, aceder aos livros, e outras informações de seu interesse reduzindo o gasto de tempo e recursos para ter acesso a uma biblioteca física para consultar, ou ler livros.
Muitos acervos virtuais, ou bibliotecas digitais, colocam à disposição dos leitores vários livros e informações que muitas das vezes não foram censuradas para o consumo público, algo que pode consubstanciar no acesso ao conhecimento sobre matérias fora de questão, ou que possam contribuir para o desvio cultural, sobre tudo leitores com fraca capacidade de espirito crítico e de censura, pois não basta só colocar a disposição várias informações, mas há que olhar para o factor controle e segurança das mesmas, dado o risco à exposição e poder de manipulação e adulteração da informação original por alguns indivíduos mal intencionados.
Apesar de muitas bibliotecas andarem às “moscas”, no quesito segurança há que confiar, pois tem lá especialistas para ajudar a manusear qualquer tipo de informação do interesse do leitor e não há risco nenhum de adulteração ou manipulação da informação. Há de facto também a necessidade das bibliotecas físicas evoluírem do ponto de vista de modernização e apetrechamento para responder os desafios da actualidade. Vivemos em tempos difíceis de vida corrida, do tempo que o bibliotecário leva à procura de um livro nas prateleiras ao “click” de um computador, ou tablet acessa-se um livro em fracções de segundos.
É preciso avançar para a informatização concreta de dados e capacitar os bibliotecários através de formações, para que estes estejam ao mesmo ritmo do desenvolvimento tecnológico para responder os desafios da atualidade, pois, se tal não acontecer, corremos o risco de ter bibliotecas fechadas e sem utilidade por falta de leitores. Os gestores das bibliotecas públicas devem começar a pensar num diferencial para vitalizar as bibliotecas, e trazer o público leitor para si, senão a sua função como bibliotecários cairá em desuso por falta de criatividade e acompanhamento do desenvolvimento.
Os acervos virtuais e bibliotecas digitais em pouco tempo de existência capitalizaram o maior número de leitores, apesar de ostentarem os aspectos aqui mencionados sobre a segurança e qualidade da informação que circula nestes circuitos. O estado e os grandes intelectuais da praça são chamados a dar o seu contributo sobre a questão da vitalidade das bibliotecas físicas, pois corre-se o risco de perder a história da cultura do país se estas caírem no fechamento por falta de leitores, que são eles que dão vida as bibliotecas, há que se pensar em organizar movimentos de competição literária e poesia, para estimular as visitas às bibliotecas de modo a vitalizá-las.
As escolas públicas e privadas tem o seu papel em incutir a doutrina sobre a utilidade de uma biblioteca, e sobre a importância de sua conservação mesmo no contexto do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação que vieram dar lugar aos acervos virtuais e bibliotecas digitais. Não se pode banalizar os pilares da tradição que uma biblioteca carrega, são seculos de vida, memórias e história.