Recentemente, assisti uma série com uma história maravilhosa e uma trilha sonora de tirar o fôlego. Sempre apreciei a boa música e o efeito que a música traz à nossa sociedade, como instrumento de cultura, sensibilização e desenvolvimento.
Em séries, filmes, propagandas etc., as trilhas sonoras são escolhidas e elaboradas por uma equipe especializada em sonoplastia e direção musical. Pois, as trilhas sonoras apresentam o papel de moldar a narrativa, causar emoções e dramatizações ao longo de todo o enredo, seja qual este for. E com essa série não foi diferente.
Sua trilha sonora parece ter sido meticulosamente escolhida por toda uma equipe especializada. Visto que em cada cena conseguimos apreciar boa música e músicas que se conectam completamente à vida das personagens e ao enredo que os envolvia.
Mas, já tive a experiência de assistir filmes, séries e até mesmo anúncios comerciais em que as trilhas sonoras não traziam nenhum impacto, não trazia um senso de continuação do que estavam apresentando e levava um sentimento de desconexão com a história que estava sendo desenvolvida naquele momento. Gerando um desconforto velado ocasionado pela trilha sonora malsucedida.
Como apreciadora de uma boa música, sempre tive uma trilha sonora conectada a minha mente e alma ao longo de todos os momentos marcantes e importantes da minha história. Essas grandes trilhas trouxeram e trazem impacto, desafio, conforto e segurança para todos esses momentos. A música nos leva a experienciar as situações do nosso cotidiano de forma mais vívida e significativa.
Porém, o que acontece é que a trilha sonora da vida nem sempre é a mais feliz e otimista. Nem sempre essa trilha sonora que escolhemos se encaixará e fluirá perfeitamente em todo nosso cotidiano e história. E também ocorrerão vezes em que a nossa playlist de músicas será interrompida por algum anúncio ou notícia, como vemos em alguns serviços de streaming. E o que fazer quando isso acontece? Devemos simplesmente esperar a interrupção passar e ouvir aquele “anúncio conflitante” ou devemos trocar para a pŕoxima música?
Na maioria das vezes, a vida nos apresenta caminhos tortuosos. Cheios de desvios, curvas, ruas sem saída e becos escuros. Nem sempre o mocinho ficará com a mocinha, nem sempre existirá um mocinho ou até mesmo uma mocinha, nem sempre o sonho será realizado, nem sempre a vida estará organizada financeiramente da forma como você gostaria, nem sempre a saúde será plena, nem sempre o cargo dos sonhos estará disponível, e nem sempre a trilha sonora escolhida será a mais adequada para o momento que você está vivendo.
E esse questionamento nos leva a pensar em como lidar com as interrupções dessa trilha sonora, ou seja, como lidar com os percalços que certamente aparecerão em nossa vida.
Como disse, ao longo dos anos vivenciei grandes interrupções na trilha sonora da minha vida, e posso afirmar que não existe uma fórmula mágica para podermos lidar com elas quando aparecem, pois as “interrupções” sempre nos atingem com grande força e frequentemente não nos dão a opção de avançarmos para uma “faixa” mais tranquila.
O que podemos sempre ter em mente é a forma como iremos reagir aos altos e baixos. Quase 100% da resolução do percalço está na forma como reagimos a ele. Podemos focar na situação de forma negativa, focando no fato de que aquela “faixa musical” não é a mais interessante para sua vida naquele momento.
Ou podemos focar na situação de forma positiva, compreendendo que aquela “faixa musical” faz parte da sua trilha sonora, e que sim, em algum momento ela irá se encerrar. E muito em breve, uma outra música tocará trazendo alegria e paz ao coração cansado.
A vida nos pede sabedoria. Pois ela passa, num piscar de olhos como muitos dizem. E esses percalços também passarão. Então, pare de olhar para os lados, para de tentar mudar a sua “trilha sonora”. E quando a “faixa musical” indesejada aparecer, simplesmente “inspire e expire” fisicamente e mentalmente. Não é uma tarefa fácil, mas tudo dependerá da forma como você escolherá lidar com a trilha sonora de sua vida. Seguir ou estagnar, eis a grande questão.