À medida que a respiração acalma e o ritmo diminui, aprendo a ignorar a maldade alheia. Já não respondo a quem não desejo e não me importo com quem não deseja ficar por perto. Talvez isso seja o verdadeiro amor.
Compreendi que quando precisamos fingir interesse ou convencer alguém a permanecer, o amor pode não estar presente ali, talvez nunca esteve.
Percebi que relações que cabem em uma folha A4 são acordos de convivência ou simplesmente acordos jurídicos, e não relações genuínas de amor.
Eu já não quero desperdiçar tempo...
A tolerância escapou de mim. A paciência que outrora tive não mais existe. Recuso-me a ouvir mentiras e não suporto testemunhar desonestidade mascarada de bons hábitos. Desisti. Estou exausta de conversas vazias, cansada do comportamento vulgar e da falta de educação. Nem mesmo os pretensiosos me agradam. Prefiro a solidão a conviver com vampiros emocionais.
Sim, perdi a paciência. E é por isso que evito os extremistas, na verdade, eu repudio aqueles que fingem saber tudo, os que invadem espaços alheios e exibem um tom de arrogância desrespeitosa.
Eu acredito que, com o passar dos anos, é natural nos tornarmos um pouco antissociais, e isso é libertador! Desde que aprendi a apertar o botão de pausa, tenho me sentido bem e vivido de maneira mais calma e pacifica.
A meditação é a senda para o encontro sublime com nossa própria essência. Tudo muda após esse momento; nada passa despercebido e, ao mesmo tempo, tudo se torna passageiro. O lixo humano perde o apelo, e percebemos que algumas almas precisarão renascer muitas vezes para se tornarem verdadeiramente humanas.
Esse encontro indescritível nos faz apreciar a beleza do mundo, nos leva a valorizar sorrisos e conversas agradáveis, e nos afasta da ilusão de que podemos mudar alguém. Ele nos deixa mais amáveis.
A ilusão da mente reside em acreditar que todos compartilhamos a mesma perspectiva, entretanto todos nós sabemos que azeite e água não se misturam.
Aqueles que encontraram paz não buscam e não promovem a guerra, os que conhecem o amor não se apaixonam. Esse encontro com a nossa alma nos torna menos tolerantes com a decadência humana, e nos leva a compreender o universo interior dos outros.
Abandonamos aqueles que invadem a nossa privacidade e gostam de diminuir os outros. Deixamos para trás a necessidade de auxiliar quem não deseja ajuda, não nos importamos com aqueles que evitam a paz compartilhada e, nos fazem perder a nossa.
Não tentamos mais moldar ninguém, tampouco impomos nossa visão na vida alheia. Nós nos afastamos do que nos rouba a energia e nos aproximamos cada vez mais de nós mesmos. Valorizamos a presença do Divino em cada respiração e aceitamos totalmente o caos do universo.
Nós não nos apegamos a discussões fúteis e não forçamos nossa visão de mundo. Encontramos beleza nos sorrisos e gostamos das conversas leves. Tudo aquilo que possa soar como ameaça a essa luz interna perde o interesse. Os eternos debates e as brigas já não nos satisfazem. Sair de uma discussão clamando pela razão é tolice para quem encontrou a paz. Aqueles que verdadeiramente possuem a razão não se envolvem em debates superficiais. Respeitam e se abstêm de conversas vãs. Nós nos distanciamos disso porque aquele que possui a razão não entra em discussões levianas, não perde tempo com brigas e nem tenta mudar a razão de ninguém. Apenas respeita e se abstêm.
O encontro que temos com nossa essência através da meditação nos faz valorizar a vida com todas as suas nuances. Percebemos que gastamos muito tempo debatendo e tentando forçar os outros a compartilharem nossas visões. Quem não se reconhece como ser único tenta moldar o outro. Essa abordagem egoísta é triste. A falta de autenticidade e a necessidade que temos em ter destaque nos afastam do amor genuíno e nos fazem discutir, nos leva a nos impor como detentores da verdade. Tornamo-nos ditadores de regras e condutas, com isso vamos perdendo a alegria de viver. Viver é diferente de conviver...
Conviver se torna um desafio para aqueles que valorizam sua paz interior. Os seres pacíficos são diferentes dos passivos. Indivíduos pacíficos não fingem e demonstram sem nenhum constrangimento que o mal não encontra espaço perto de nós. Quem encontra o caminho da paz interior através da meditação não entra em conversas vazias e abstêm-se de discussões. Aqueles que encontram a paz interior através da meditação não se envolvem em conversas vazias e evitam discussões.
É cansativo, desrespeitoso e invasivo tentar convencer os outros de que estamos certos e eles errados. As pessoas veem o mundo através de suas próprias lentes, não através das nossas. Ora, ora! As pessoas não veem com seus próprios olhos, não percebem com a nossa mente e nem sentem com o nosso corpo. Cada qual tem a sua maneira e amar é respeitar isso, respeitar cada ser independente se ele está certo ou errado por nós. É inútil discutir e tentar convencer os outros de nossa razão. Isso apenas cria um ambiente hostil e é uma manifestação suprema de egocentrismo. Apenas os egocêntricos insistem em debater até que os outros cedam. Se observarmos bem, isso é vaidade, distante da bondade ou da preocupação com o bem-estar alheio.
A pessoa egocêntrica é aquela que usa a privada e não dá descarga, geralmente são chulos, arrogantes, prepotentes e não se importa com o odor e não liga para o que os outros pensarão. Este tipo de gente ou melhor dizendo, este tipo de vampiro só consegue espaço entre nós porque usam mascaras para se aproximarem. Eles se travestem de virtudes que nunca possuíram e só mostram a verdadeira quando possuem a certeza de que conquistaram a nossa confiança.
Galanteadores, mestres da conquista, comportam-se como cavalheiros nas ruas, no ambiente de trabalho e durante o flerte inicial. No entanto, à medida que essa fase inicial se dissipa, as máscaras inevitavelmente se desprendem, revelando verdadeiramente o caráter subjacente. Portanto, optar por não buscar convívio com todos continua sendo a rota mais vantajosa para aqueles que anseiam pela paz interior. Deixemos o Sol brilhar...