O mundo como o conhecemos é uma imensa dualidade: preto e branco, positivo e negativo, luz e escuridão, para cada ação, uma reação, entre outros exemplos. O famoso psicólogo suíço, Carl Jung defendia a ideia de que para se ter equilíbrio era preciso viver em harmonia com duas forças opostas: Yin e Yang, ambas importantes contribuintes para uma mudança significativa na vida.
Esses dois conceitos totalmente contrários representam a parte boa e a parte ruim que cada um de nós guarda consigo em seu interior. Yin simboliza a escuridão, a sombra, a intuição, ou seja, o Corvo e, Yang simboliza a luz, a expansão da consciência, representado pela Pomba Branca.
O ser humano é uma eterna contradição pois escolhe ocultar o medo, a angústia, a tristeza, o seu lado mais sombrio - o corvo e faz questão de estampar suas alegrias, suas conquistas, sua prosperidade – a pomba branca. Acontece que, na nossa dimensão quântica ideal, um tem que existir para que o outro possa se manifestar. Não existe sacrifício sem dor, verdade sem mentira ou prosperidade sem miséria. Os dois devem coexistir em equilíbrio para que efetivamente possamos experimentar a plenitude da vida.
Há uma frase bem antiga que ouvi em algum desses vídeos motivacionais, mas que faz um imenso sentido quando você está passando por uma situação complicada: “O fundo do poço ensina lições que o topo da montanha jamais poderia ensinar.” E isso faz sentido, se paramos para analisar por uma outra ótica: imagine uma pessoa extremamente bem-sucedida, de muito sucesso ou uma atleta ganhadora de milhares de títulos e medalhas; quantas vezes essa pessoa já foi derrotada antes de ocupar um lugar de poder e status na sociedade em que vivemos? Será que foi um mero acaso ou tem alguma coisa a ver com a dualidade Yin e Yang?
A dor (Yin) precisa existir e ser sentida para que saibamos a hora de sair da nossa zona de estagnação. A dor nos faz crescer, nos faz sair de um lugar de derrota e fraqueza e nos faz enxergar além daquilo que podemos ver, mas conseguimos sentir e, por consequência, acreditar (Yang). A dor nos faz encontrar um propósito de vida e, com isso, alcançar a prosperidade, seja ela a realização profissional, o dinheiro acumulado, o prestígio ou simplesmente a missão de dedicar a vida a causas humanitárias.
Não há como estimar a duração de uma dor pois para cada um de nós há um tempo certo nessa terra; há tempo de plantar e tempo de colher, há tempo de orar e tempo de agradecer. De fato, algumas situações podem acelerar o processo como a perda de um emprego que força alguém a empreender ou uma traição que obriga uma pessoa a colocar um ponto final em um relacionamento tóxico ou simplesmente, a última gota, a bendita última gota que faz o balde transbordar e faz você querer mudar de emprego, cidade ou país ou simplesmente, mudar, seja lá o que isso signifique para você.
Em alguns momentos da minha vida, me vi desesperada por estar formada e sem emprego, vivendo na casa dos meus pais, sem nenhum dinheiro na conta e com milhares de faturas do roxinho para pagar. Depois de levar um golpe, perder quase todas as minhas economias, usar o limite do cartão de crédito e, ainda por cima, receber mais de 800 “nãos” para vagas de emprego que me candidatei, eu realmente entendi que a profissão que eu escolhi e tudo aquilo que vivi nos últimos dez não eram para mim, então, bendita foi a última gota que me fez transbordar para sair daquela situação de escassez e me fez ouvir meu inconsciente, o meu desejo mais íntimo, a minha intuição, o meu corvo (Yin) para que eu pudesse me transformar na empresária próspera, milionária, feliz e realizada (Yang) que sou hoje.
Eu, assim como boa parte dos brasileiros e brasileiras que desejam ser bem-sucedidos na vida e não nasceram em berço de ouro, precisei ouvir a minha dor (o corvo) para encontrar a minha paz (a pomba branca). Eu precisei olhar para o meu interior e compreender que, tudo aquilo que eu passei não foi um castigo e sim, um aprendizado, uma oportunidade de me tornar quem eu sempre quis ser – a empresária. Não uma empresária, a empresária, a mulher de negócios, a empreendedora e a criadora, a Camilla que vive da sua arte, aquela que sempre esteve ali, escondida, mas que, por meio da dor, teve a sua oportunidade de florescer. Fracasso é só uma oportunidade de começar de novo (só que dessa vez com mais experiência).