Imagine viver no mundo em que estudantes nunca saem da escola. Pois bem, essa é a realidade de um grupo crescente de jovens e adultos que optaram por nunca parar de estudar.
Este estilo de vida é conhecido como lifelong learning. Com o advento da pandemia de COVID-19, foi possível repensar conceitos, atitudes, consumo e educação, muitos dos adeptos da filosofia do sempre aprender algo novo, adotaram esta medida para diminuir o isolamento social e interagir, mesmo que dentro de suas casas, com pessoas de todo o mundo.
No entanto, o prazer de aprender e construir laços com colegas prolongou o fenômeno que continua crescente mesmo após a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarar o fim da pandemia.
Outro fator que contribuiu para o este estilo de vida foi o alto investimento que institutos formadores e as universidades fizeram em suas plataformas digitais, facilitando o acesso, profissionalizando professores e materiais didáticos para abranger públicos cada vez maiores. Com a universalização do acesso à internet é possível realizar qualquer curso, sobre qualquer assunto em qualquer lugar do mundo.
Por não se tratarem de ambientes físicos, os custos para promover estes cursos são relativamente mais baixos para as empresas, tornando a modalidade mais atrativa para públicos mais populares.
Não obstante, os cursos on-line não são os únicos queridinhos da galera estudiosa, longe disso! E nem apenas de cursos intelectuais! É grande a procura deste público por assuntos como culinária, tarot, autoconhecimento e artes. O objetivo principal para esse estilo de vida é um só: não parar nunca de aprender!
As empresas que pretendem atender esse público seleto que sabe “o que” e “como quer”, devem apostar em tecnologias que possibilitem a participação ativa do indivíduo. Ambientes UX Design, que permitem a utilização de realidades virtuais, por exemplo, estão sendo amplamente desenvolvidos no mundo acadêmico, pois torna o aprendizado prático e significativo.
Já nos cursos presenciais, proporcionar experiências imersivas em que é possível vivenciar os conceitos aprendidos na prática, também é uma característica apreciada pelos estudiosos perpétuos. Se você, caro leitor, pretende adotar este estilo de vida é preciso estar atento para alguns detalhes. Observe:
- Procure por instituições sérias, registradas de acordo com as leis vigentes de sua localidade;
- Observe se este conceito não é uma fuga da realidade disfarçada de hobby . Assim como tudo na vida, precisamos ter equilíbrio;
- Procure por cursos que estejam alinhados a você e não ao que está na moda do momento;
- Cuidado com os chamados “especialistas” que não possuem vínculos com instituições;
- Planeje o tempo disponível para desenvolver o curso. Lembre-se que você precisa considerar o tempo das aulas e das atividades;
- Não compare o seu tempo de aprender com os demais. O aprendizado é individual, cada um tem seu tempo e modo para assimilar o que é novo.
Posto isso, vamos falar da parte boa de manter o cérebro sempre aprendendo. Primeiramente, a ciência moderna já comprova as benesses do ato de manter o cérebro ativo para nossa cognição, mas além disso, outras habilidades são desenvolvidas.
Vejamos:
- Estímulo das memórias de curto (memórias recentes) e longo prazo (memórias mais antigas “arquivadas” em nosso cérebro);
- Formação cada vez mais qualificada, exigida em tempos de concorrência corporativa;
- Aumento do repertório intelectual;
- Desenvolvimento do pensamento crítico, pois quanto mais aprendemos, mais perguntamos e refletimos;
- Multiculturalismo, isto é, conhecer diversos tipos de culturas;
- Retorno financeiro. Estudar ainda é um grande investimento;
- Prevenção de doenças degenerativas do cérebro como o Alzheimer, por exemplo;
- Dominar novas tecnologias;
- Desenvolver a criatividade;
- Fazer amigos.
Ufa! Talvez a lista de benefícios seja longa demais para esse artigo. Como se pode observar, o conceito de Lifelong Learning é realmente incrível! Talvez, o melhor deste estilo de vida seja o autoconhecimento. Saber quem é você, o que te interessa saber, pesquisar, consumir e escolher em um momento de forte influência da mídia e das redes sociais é uma libertação.
Ao escrever este texto, lembrei da minha saudosa professora de língua portuguesa do quarto ano, Betinha. Sempre que a classe reclamava de iniciar um novo aprendizado ela respondia: O aprender não ocupa espaço, crianças!. Taí. Ela tinha razão.