Quando falamos de arte clássica e contemporânea, a Pinacoteca do Estado de São Paulo é um lugar onde existe a união dos dois estilos e o novo espaço chamado Pina Contemporânea, recentemente inaugurada no Parque Jardim da Luz e com entrada gratuita, é perfeito para os amantes de arte.
Tudo se torna possível ao fazer arte, especialmente na era da contemporaneidade, em que a liberdade é ainda maior e a forma de se expressar é sem limites, podendo ir desde a objetividade clássica até a subjetividade máxima. Esculturas, pinturas, objetos, grafites, são diferentes maneiras de manifestar a contemporaneidade em um momento em que tudo é permitido.
As obras de arte transcendem a realidade e dessa maneira imergimos em cada peça proposta. Esse escapismo do mundo real transborda sobre cada um de nós, uma vez que imersos na obra transitamos sobre ela e seu significado. Desafiando também as estruturas da linguagem e atravessando por interesses de múltiplos campos. E então, questionamos, se a função de uma obra de arte é espelhar a realidade, expressar o belo ou é algo que permeia o cotidiano.
Os signos ou significados da obra nos fazem pensar o que aquela pintura ou escultura está querendo dizer, o que o artista quer passar ao realizar o que ele estava sentindo e para cada espectador terá um sentido diferente, pois uma obra de arte possui diversos sentidos e muitas vezes é exatamente isso que o artista deseja expressar. E também devemos pensar que em cada era a arte possui um significado diferente e nos perguntamos como iremos trazer esses mesmos significados para o nosso cotidiano?
Uma vez que os significados das obras podem se tornar respostas para a nossa realidade e podemos aprender com o que deles inferimos. Uma obra crítica ao seu tempo, por exemplo, faz-nos pensar por que passamos por isso e aprender a partir daquilo que se quer expressar. As obras de arte podem possibilitar a discussão sobre a noção de tempo presente e passado, a memória, a individualidade e a coletividade.
No espaço de exposição da Pinacoteca de São Paulo, podemos observar três exemplos citados a seguir sobre algumas amostras que estão presentes tanto temporariamente quanto permanente que interagem com o contemporâneo e o clássico, como, por exemplo, a exposição temporária de Chico Silva, um artista brasileiro, que retrata em suas obras mais recentes animais de maneira monstruosa, com características de dragões muitas vezes.
As cores utilizadas pelo artista ao mesmo tempo que possuem essa temática trazem uma alegria e chamam a atenção do espectador. E também a Galeria Roger Wright, que traz a contemporaneidade interligada com o vanguardismo brasileiro, famoso movimento de combate a determinado conceito da época, com obras célebres do período. E na Pina Contemporânea, uma amostra trazida pela artista sul coreana, Haegue Yang, traz elementos do cotidiano mesclados com o universo da arte. As esculturas são feitas com persianas industriais, que ficam pendentes ao teto, com um sentido de movimento, e essas mesmas combinam com outras esculturas que estão no chão do espaço.
O que podemos aprender sobre as obras de arte é que, em um mundo tumultuado em que vivemos atualmente, repleto de estímulos a cada momento, as obras funcionam como um certo escapismo o qual devemos nos dar a liberdade para fugirmos desses estímulos e respirarmos um pouco, ou seja, a arte é considerada o nosso respiro para a vida, uma vez que não temos tempo de parar. Uma vez ao ano pelo menos, todos devem tirar um momento para ir a alguma exposição, museus ou algo do segmento artístico e assim, dessa maneira, encontrar o seu eixo e continuar.