Rafael Bomfim
Colabora no Meer desde setembro de 2024
Rafael Bomfim

Desde criança, sempre fui muito "tagarela". Aos 9 anos, lembro de estar na casa da minha avó quando, em vez de colocar um desenho, ela sintonizou no "Balanço Geral", um programa de notícias matinal da Record Bahia. Foi a primeira vez que me deparei com o jornalismo em sua essência. A presença marcante de um comunicador como Raimundo Varela, com seus famosos "cartão verde" e "cartão vermelho", nunca é esquecida. Foi naquele momento que percebi o poder da comunicação: ela pode capturar até mesmo a atenção de uma criança e transformá-la em um espectador fiel de um programa jornalístico.

Meses depois, aos 10 anos, respondi a uma pergunta clássica da escola – "Quem é o seu ídolo?" – com uma cartolina repleta de fotos de William Bonner e um texto dedicado ao apresentador. Me lembro da reação surpresa dos meus colegas e da minha professora de português ao explicar a trajetória do jornalista e a importância do seu icônico "boa noite!" para os milhões de brasileiros que sintonizavam no Jornal Nacional às 20h30 da noite.

No Ensino Médio, dei meus primeiros passos concretos no mundo da comunicação. No primeiro ano, comecei a entrevistar Deputados Estaduais e Federais do meu estado, explorando questões que impactavam diretamente minha cidade. Foi a primeira vez que experimentei, na prática, o impacto da comunicação política e seu potencial para transformar realidades. Esse momento reacendeu minha paixão pela área.

No segundo ano do Ensino Médio, a pandemia nos confinou em casa, mas isso não diminuiu minha curiosidade pelo mundo. Entre aulas online e o home office, criei uma conta no Twitter (hoje X) para compartilhar minhas descobertas musicais, com foco nos anos 60 até os 2000. Beatles, Whitney Houston e Dolly Parton se tornaram trilha sonora desse período, e as reações aos meus tweets, ora aclamados, ora criticados (afinal, isso é Twitter, não é?), também me levaram a descobrir outra paixão: os esportes americanos, em especial o NBA e a NFL.

Ao concluir o Ensino Médio, ainda não tinha clareza sobre qual caminho profissional seguir. A pandemia dificultou minha entrada no mercado de trabalho, então optei por um curso técnico em Administração – uma escolha comum para quem ainda está explorando possibilidades. Para minha surpresa, o curso me proporcionou uma visão estratégica do funcionamento das empresas, o que despertou meu interesse pelo ambiente empresarial.

Refletindo sobre o futuro da comunicação e sua constante evolução, decidi ingressar na graduação em Marketing. Com a ascensão da comunicação digital, percebi no Marketing a oportunidade de unir minha paixão por comunicação com a ética e a verdade que sempre admirei no jornalismo tradicional - reconhecer a importância de ter profissionais éticos numa área tão poderosa quanto o marketing foi essencial para mim entender que era a decisão certa a ser feita.

O marketing, vai além de promover marcas e criar uma demanda e um público consumidor, ele também é uma ferramenta que cria estratégias para informar (ou desinformar) e moldar a opinião popular. Essa visão permitiu que eu ampliasse meus horizontes ao longo do curso.

Durante a graduação, comecei a me aprofundar em temas como comunicação e marketing político, ciências sociais, cultura pop e redes sociais, analisando como esses campos se conectam e moldam percepções sociais e culturais.

A produção científica tem sido uma extensão natural desse interesse, permitindo-me explorar esses tópicos com profundidade e contribuir tanto para o debate acadêmico quanto para a simplificação e disseminação desses resultados para o público geral. Todo pesquisador sabe que o conhecimento deve transcender as bolhas acadêmicas e alcançar a sociedade como um todo.

Ao longo da minha trajetória, pretendo continuar desenvolvendo estratégias que tornem o mundo digital um lugar mais ético e saudável, unindo a precisão analítica que adquiri na Administração com a criatividade e o poder transformador da comunicação. Acredito profundamente que "comunicação é a arte de ser entendido", e nos próximos anos, meu objetivo é ser compreendido ao falar sobre temas complexos e relevantes.

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