Já disse em outros artigos na própria Revista Meer, que Direita e Esquerda no Brasil fazem as pessoas serem reducionistas quanto à realidade. Mas, independente disso, há pessoas que se posicionam dessa forma. Havendo concordância ou não com essa nomenclatura da minha parte, deve haver respeito a todo tipo de posicionamento.

Por isso vamos fazer uma análise aprofundada, ligada ao que chamamos de Direita no Brasil, entender e estabelecer um diagnóstico e um prognóstico claros. Para isso temos de voltar ao surgimento de tudo. Esse campo político nasceu em 2016 com impeachmeant da senhora presidente Dilma Vana Rousseff. Havia um desgaste de toda a agenda da esquerda brasileira na época e um questionamento sério ligado ao sistema político e os casos e casinhos de corrupção daquela época.

Nesse contexto apareceu a figura de um Juiz bem punitivista, Sr. Sérgio Moro, e sua operação com de nome "Lava Jato", de que investigou e condenou grandes nomes da cena política brasileira. Criaram-se, assim, movimentos de apoio e oposição à operação.

Os primeiros foram o "Movimento Brasil Livre", "Vem Pra Rua" e "Revoltados Online", de que deram pautas importantes de reforma do estado e combate a corrupção na época. Eles deram cara e tom para as manifestações de então. Logo depois veio o Partido Novo com uma filosofia política nova para dar o tom disso dentro do parlamento com seu ar de tecnicidade.

Logo mais tarde, passa existir muito a (nova) Direita, o Bolsonarismo e movimentos ligados a figura do ex-presidente Bolsonaro. O qual acopla toda a movimentação em torno da figura dele mesmo e, a partir disso, as pessoas que foram às ruas na época da Lava Jato com ideia de cobrar um país melhor. Passam a cultuar um pseudo-messias. Nisso tudo acaba se perdendo.

Começou o governo Bolsonaro com problemas estruturais gravíssimos, alas radicais não se entendendo e uma disputa de poder frenética entre Militares e Olavistas. Houve erros graves na pandemia, que foram a principal causa da derrota nas urnas contra o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Dentre esses erros - divulgar remédios sem eficácia, ir atrás de uma tentativa de golpe canhestra, de que hoje cobra o seu preço - o mais grave foi a não aplicação de absolutamente nada do que foi prometido em campanha, traindo os eleitores de Centro Direita.

Ficou perceptível para Bolsonaro, Partido Novo e muitos outros entes que sobram até hoje desse campo político, que a população não é ligada a ideias, princípios e propósito. Foi muito fácil fazer o deslocamento para uma idolatria de algum pseudo salvador, que oferta um mundo ideal muito distante. Bastou que ele viesse instrumentalizado com rancores da sua vida pessoal e da parte mais inconsciente da mente do eleitorado brasileiro, o que levou ao desmonte das bandeiras ligadas ao combate à corrupção, redução do estado, moralização da politica e melhor administração do dinheiro público. Nisso, o que sobra hoje dessa Direita é uma pura farsa. O eleitorado se vê obrigado a escolher o menos pior e fazer a cobrança a esse político. No Partido Novo, tem alguns menos ruins, mas há pessoas alinhadas com um Bolsonarismo decadente. O resto virou algo sem qualquer sentido.

Vou começar pelo MBL, que virou um movimento sem bandeiras, sem princípios e sem teses. Abandonou todo um caminho calcado nesses três pilares, para montar um projeto de poder pelo poder. Foi muito mal conduzido por Renan Ferreira Santos, Ricardo Almeida e Arthur Moledo do Val, que seriam as principais cabeças ligadas ao abandono de pautas caras. Como é o caso do não uso do Fundão Eleitoral e Partidário. Passando a virar um movimento mais politiqueiro e voltado a interesses bem particulares de cada membro.

Atuando com as mesmas estratégias nefastas, que levaram o Bolsonarismo para a sua atual decadência, boa parte dos parlamentares do Partido Novo se escoraram também no Bolsonarismo e abandonaram bandeiras. É o caso do Sr. Marcel Van Hatten e etc. Sobram alguns casos, de que são mais independentes. Mas, no geral, também caminham para uma linha mais politiqueira. Só é politiqueiro numa lógica de linha auxiliar.

Nisso resta um eleitor anti petista, de que em sua grande maioria banca tudo sem questionamento. Algo que é muito grave, porque você passa a apoiar os erros, como se acertos fossem. Nessa situação, o político passa a ter primazia sobre o voto. Faz o que bem entende com o eleitorado. Essa situação era vista mais no campo petista. Hoje, isso também virou máxima do outro lado.

Esse tipo de situação que acontece no campo anti petista. Tem levado muitas pessoas a descrença da política e a busca por caminhos mais individuais para se defender dos problemas ou emigrar para exterior na tentativa de buscar uma vida melhor.

Portanto, infelizmente, a política brasileira caminha para um estado de absoluta deterioração e onde vamos ter de cobrar quem for eleito. Independente da pessoa estar guiada por esse maniqueísmo anacrônico com nome de Esquerda e Direita. Deverá focar em eleger os menos ruins. Já que ambos não conseguem entregar alternativas consistentes. Procurar entender os problemas do seu país. Ouvir todo tipo de visão sobre esses problemas. Para tomar uma decisão cada vez mais assertiva. Por que o estado da situação hoje passa pela população mudar o jeito de votar e exercer a cidadania.