Já agora as Relações Econômicas Internacionais com a Diplomacia Moderna, transformam a realidade internacional, amistosa pacífica e outrora duradoura, numa nova — mas nem tanto assim, numa nova disciplina a ser elaborada pelos novos atores coadjuvantes da arena política mundial.
Tratada, negociada e conversada em outros idiomas, somente as nuances estudadas na prática dos profissionais econômicos darão abrangência a entender objetivamente os rumos do novo mundo que, baseado também em fatores históricos, molda os avanços do progresso humano de vanguarda. No passado o Brasil teve um diplomata económico¹ 1 que, desafortunadamente, em meio à sua implantação dos seus processos de carreira, não resistiu aos revezes naturais da vida. Teve-a juntamente com a carreira interrompida naturalmente, porém, sem deixar herdeiros profissionais, nem despertou os interesses naturais das instituições para tal continuidade quiçá, pelas prioridades da época.
Talvez, recentemente já tenha a diplomacia brasileira ensaiado algo nas suas representações de topo no Banco dos BRICS e, na Organização Mundial do Comércio. Também não herdou o gene de Aldeia Global criada pelo fundador Portugal, que porém, atua hoje como o líder mundial nas Nações Unidas. Desta sim, uma herança de neutralidade consciente e comedida, responsável por algum equilíbrio ambidestro!
Os retrocessos inventivos de práticas recorrentes ao longo das décadas de construção e destruição política, e às vezes bélica, levam e trazem as mesmas ideias e atores, amarrados em desconhecimento intelectual, que privam do progresso e desenvolvimento saudável, exemplar. Por saudável, leia-se também a boa competição e concorrência regulada pela mão do Estado, a exemplo de seus pares modernos. Retrocessos tributários, fantasiados de modernidade para as novas gerações, são filmes revistos por antigos “players”²2 e observadores. Mais, do mesmo.
As novas monoculturas agrícolas, favorecidas por subsídios de mercado de todo tipo, inclusive as disfarçadas na matemática financeira inventiva, não permitem andar pra frente, mas, de lado. Repete ou copia, as mesmas proteções que crítica em seus antagonistas globais. Autofagia interdependente e transversal que publicitada com uma nova constituição de 1988 das eleições diretas, levou a nova experiência, ao retrocesso de uma repetida proteção e reserva de mercado, antiquada. Como dito uma vez recentemente num banco estrangeiro qualquer, que também participa do mercado doméstico brasileiro, não estimulam nem investem nos melhores. Combatem o progresso e desapoiam experts, desmotivando o sucesso.
O próprio antigo Ministro dos Esportes, o Rei Pelé, um embaixador inconteste na Diplomacia do Futebol, tinha às vezes adversários “morais” em vários segmentos da sociedade. O fundador da Embraer³3 já justificou assim a falta de prêmio Nobel no Brasil, segundo a própria tal família, como é facilmente encontrado em rasa pesquisa na internet. E os adversários de outrora, daquele famoso Plano Real? Alguns, até mesmo dentro do próprio plano, quando das suas especiais ações de maxidesvalorizações cambiais. Riquezas foram feitas, enquanto cargas estavam no mar, embarcadas sob outra cotação. Ou ainda mais recentemente, maxis valorizações — obviamente aprendidas naquela mesma época, em que um BACEN atuante, ou não, permitiu extinguir mercados de exportadores das mesmas commodities hoje idolatradas.
Assim, estas novas gerações vão alçando incautos aos postos de comando, para como eles, reaprenderem o que já se sabe e então, numa roda-viva sem fim, refazerem as corridas dos ratos. Nivelando-se todos por baixo intelecto, que vergonhoso não se regozija com os sábios antecedentes. Acusam-no de velho, o conselho. Outra vez, vemos “o futuro repetir o passado” ⁴4, desvalorizando exportações que, depois de todo o mundo comprovar o contrário, agora a China provou novamente, com a sua recente reorientação econômica, não faz muito tempo. Desagregar valor, disfarçando de ciência económica na verdade, é apenas engenharia financeira. Exportam os mesmos subsídios que condenam em outras paragens, porém é só. Não agregam nada ou, muito pouco. Não se vendem, mas são apenas comprados por cotações internacionais.
O novo século XXI trouxe novas matérias e disciplinas à baila que, as guerras econômicas infiltradas nas guerras cambiais, comerciais e de financeirização, serão discutidas no âmbito da arbitragem política e comercial. Traders Diplomatas, economicamente preparados e junto aos seus times e equipes nacionais, desde representantes políticos, funcionários públicos e empresariado privado com seus colaboradores, poderão combater no novo tabuleiro geopolítico do mundo moderno, num jogo econômico sustentável. Não é para todos, mesmo que queiram.
Versados em ciências diversas e altamente qualificados, 65 Estados que possuam deficiência básica em diversos setores, não conseguirão competir no mesmo nível e ficarão fadados a coadjuvantes cada vez menos relevantes, carregando suas populações para a prisão da imobilidade, direta e indireta. Vítimas de si mesmos, não terão tempo hábil para refazer um tempo que não volta. Como dizem nos ditados populares, tempo é dinheiro, mas, os ouvidos moucos, não escutaram.
Notas
1 Octávio Augusto Dias Carneiro.
2 Jogadores.
3 Brigadeiro Ozires Silva.
4 Refrão musical clássico.