Fala-se muito sobre direita, esquerda e centro na hora de fazer discussões político-ideológicas, mas esse paradigma ainda para em pé numa modernidade a cada dia mais fulgás ou essa forma de pensar está perdendo sentido e fazia mais sentido se posicionar assim no pré-Cortina de Ferro e nos tempos da Guerra Fria.
No mundo, esse paradigma até é fácil de visualizar. Dá para visualizar as divisões pelos discursos, ações políticas e atitudes dos agentes políticos. Mesmo que haja problemas sérios na definição. Um deles é a ideia de tendencionar para fanatismo. Onde não há a possibilidade de uma nuance. Ou seja, não há possibilidade de nenhuma moderação. A situação das mídias sociais abriu as portas para pessoas mais equivocadas dessas definições. No caso do centro, há a ideia de não restrição de discordância e polarização. A sociedade polarizada. Se tem falha dessa definição no mundo.
No Brasil, essa lógica é impraticável. Por tudo tende a ideia de "centrão" (Bloco ligado a troca de cargos, dinheiro e vantagens em troca da manutenção dos postos eleitorais ou nomeados). O Bolsonarismo deu apoio a diversos candidatos, de que não tem vínculo com ideias de "direita". Um grande exemplo é o candidato Eduardo Pimentel de Curitiba. Onde o deputado Nikolas deu apoio a ele. Mas, é um candidato do famigerado "centrão". Uma vez que ele têm pessoas com ligação direta ao Partido Trabalhadores e o Partido Comunista do Brasil. O qual seriam partidos a esquerda.
Temos o candidato Guilherme Boulos na cidade de SP. Desdizendo tudo que ele disse ao longo de sua carreira. Assumindo posições que seriam próprios da Direita Política no Brasil. Em muitos casos, se vê apoio de membros PL (Partido do Ex-Presidente Jair Bolsonaro) e do PT (Partido do Atual Presidente Luís Inácio Lula da Silva) em um mesmo candidato. Foi o caso da cidade de Nova Russas. Onde o Ministro da Educação e Ex- Governador do Ceará deu apoio a um candidato em que também tinha apoio do Jair Bolsonaro. Sendo assim. Não tem como essa dualidade se manter de pé num país com muita dose pragmatismo em suas alianças e na atuação políticas dos seus agentes.
Pelo que nós estamos vendo. O desgaste desse paradigma ultrapassado é maior no Brasil, do que é no mundo. Vale a pena apontar que o fato dele ter uma tendência ao autoritarismo. Uma vez que se trata de uma categoria semântica muito reducionista e simplista da realidade. Induzindo a uma ideia maniqueísta de bem e mal, algo que é profundamente equivocado.
Numa democracia, os diferentes têm de somar suas posições divergentes para construir uma boa sociedade e ambos só têm posições diferentes entre si. Mas, querem o bem social em sua grande maioria. Cria-se também a ideia de que um tem de eliminar o outro. Algo que é antidemocrático em essência. Uma vez que para eliminar o lado contrário. Eu teria de estruturar um regime autoritário, algo que a história comprovou a quantidade maior de disfuncionalidades desse tipo de sistema.
Faz mais sentido nos dias atuais. Se definir pelo diagrama de Nolan (Esquerda e Direita – Linha social e autoritário e libertário – linha econômica) ou definir por nome de ideologias a depender do grau de conhecimento do interlocutor. Pois, você fornece uma visão mais clara, do que você defende. Principalmente, se tratando de países confusos com lideranças e eleitores muito pouco afeitos a ideias e ideologias.
Esquerda e direita tiveram muita força pré-muro de Berlim. Onde essas classificações tinham mais clareza. Onde se via mais claro a ideia, de quem é vinculado ao capital ou era socialista. Quanto a definição centrista ou extremo centro, vejo ela como uma posição falaciosa, uma vez que ela busca a convergência de valores muito equidistantes entre si.
Fazendo com que rejeite uma ideia natural de oposição entre as pessoas, algo que é simplesmente humano, portanto, é uma posição que foge de algo natural e que muitas vezes busca meio termos absurdos ou nada eficientes e eficazes nas questões sociais, econômicas e políticas.
Portanto, essa classificação de *esquerda, direita,centro" é completamente falha e não representa mais muita coisa num mundo tão muito mutável. Sendo necessário se definir de ideologicamente de maneira mais precisa e pouco simplista como foi proposto nesse artigo e a depender do grau de conhecimento do seu interlocutor. Mas, se alguma pessoa quiser se posicionar dessa forma, temos de respeitar. Claro não deixando de expor o seu lado sobre determina terminologia político-ideológica.