Nunca se discutiu tanto sobre Inteligência Artificial e Indústria 4.0 como nos dias atuais. A cada dia, esse assunto toma as mesas do mundo corporativo, uma vez que essas novas tecnologias terão um impacto social, econômico e político muito forte, levando a indústria a sair do patamar 3.0 para o patamar 4.0, onde todo o maquinário passará a interagir com mais autonomia e com pouco controle humano.
Nisso, se faz muito importante investir na educação e direcioná-la para lidar com essas novas demandas e desafios do mundo moderno complexo, que virão com as novas tecnologias em desenvolvimento. Como exemplo dessas mudanças, temos de citar a IBM. Houve um desenvolvimento da parte dela do IBM Continuous Engineering com IBM Watson, IoT Platform e o IBM Connector Service para articular as tecnologias anteriores numa sistemática só. Essa solução pode contribuir para a interação de máquinas, independente do espaço geográfico, algo que facilitaria muito na otimização de tempo e daria muita eficiência empresarial, ajudando a elevar o faturamento das empresas.
A existência do Big Data ajuda muito a direcionar produtos e serviços para o consumidor de forma mais precisa, indo muito no caminho da aprendizagem de máquina, facilitando a vida das empresas na questão de focar no produto e serviço certo para quem tem um certo perfil. Mas o Brasil está andando muito lentamente com isso, em virtude das fragilidades ligadas à educação. Mesmo que existam as Escolas Técnicas (ETECs e Institutos Federais) e o SENAI, é este último que mais tem se preocupado com a necessidade de desenvolvimento desse lado. Há a execução por parte deles do Programa Piloto Indústria Avançada, onde foram constatados avanços significativos com uso da computação em nuvem, IoT (Internet das Coisas) e sensoriamento, que são ferramentas de baixíssimo custo. As maiores beneficiadas desse programa foram as microempresas. A conclusão foi de que, quanto mais se aprende esse novo modo de produção, mais fácil fica para as empresas ganharem eficiência.
O desenvolvimento ligado à Indústria 4.0 no Brasil envolve desafios que vão desde a implantação dos equipamentos até as adaptações dos layouts das fábricas. O cruzamento de informações irá evitar a necessidade de tomar decisões a todo momento, uma vez que o maquinário e a planta da fábrica vão funcionar de forma autônoma. Poucas empresas no Brasil estão preparadas para essas mudanças, sendo necessário algum apoio governamental e das confederações da indústria para fomentar essa nova revolução industrial digital e de alta tecnologia.
Estudos do próprio SENAI afirmam que o Brasil aumentaria 22% a sua capacidade produtiva, independente do porte da empresa, nos segmentos de móveis, alimentos e bebidas, metalmecânica, vestuário e calçados. Muitos acreditam de forma errônea que as ferramentas de Indústria 4.0 são muito caras, mas isso vai depender da implantação e do tipo de ferramenta. Empresas que não conseguirem adentrar nessa nova era muito provavelmente caminharão para sua extinção. Muitos estudos no Brasil falam do acréscimo em produtividade com a entrada do país nessa nova era industrial. A Accenture afirma a possibilidade de ganho de 39 bilhões de dólares (o equivalente a 290 bilhões de reais) até 2030, caso a Internet das Coisas (uma ferramenta específica ligada à Indústria 4.0) seja bem implantada. Havendo implantação de todo o conjunto de ferramentas de forma efetiva ligado à Indústria 4.0, poderá haver ganho de 210 bilhões de dólares (o equivalente a 1 trilhão de reais).
Portanto, o mundo está mudando muito no âmbito tecnológico e essas tecnologias vão mudar as sociedades mundiais no âmbito socioeconômico. Só que o Brasil está num estágio inicial dessas tecnologias, sendo necessário um esforço muito forte da Confederação das Indústrias, FIESP, do próprio mercado brasileiro e dos futuros e atuais líderes políticos do Brasil.