Acompanhando as redes sociais elencadas nos directs pelos segmentos comédia, saúde, política, economia e esportes, vejo com surpresa as crianças e jovens que se propõem a ter foco, lucidez, bons argumentos e hombridade advinda dos familiares.

Surpresa?

O correto deve ser o contrário: há muita ignorância, ruídos, difamações próprios de quem não teve educação em casa e ensinamentos nas escolas.

Há dois anos, venho acompanhando uma figurinha chamada Totói, o Antônio, filho do jogador de futebol Everton Ribeiro, ex-Flamengo, hoje referência no "Baêêaaa, minha p...". A criança é um trunfo de fofura. Quando o pai jogava no Flamengo, Totói encantava na torcida. Era difícil se manter atento assistindo ao jogo no gramado do Maracanã sem se distrair com as travessuras desse menino, imitando o Gabigol, a deferência do Pedro curvando-se como súdito ao marcar gol (ao rei de mais de 60 mil torcedores do Flamengo), e cantar com a torcida a música pilar da torcida Rubro-Negra:

Em Dezembro de 81

Em dezembro de 81
Botou os ingleses na roda
3 a 0 no Liverpool
Ficou marcado na história

E no Rio não tem outro igual
Só o Flamengo é campeão mundial
E agora seu povo
Pede o mundo de novo

E aí Totói pula, tira o pirulito da boca e canta tentando acompanhar a torcida. Imagine! Lá no Catar, durante a Copa do Mundo passada, Totói abordou uma das orientadoras da logística do metrô, pegou pelo monte de pano da mulher e pediu que ela se abaixasse com o megafone: levantou a mãozinha direita próxima ao ouvido para ter retorno sonoro e com a mão esquerda cantarolava "Mengo, Mengo! ...". Claro, a catarense ou catariana (as duas formas estão corretas) caiu na risada e seus olhos brilharam, mostrando que aquelas pessoas, mesmo com vestes "esquisitas", têm sentimentos, amor.

E Totói ao lado do pai num post no Instagram, já deitado e se acabando de sono, pegando o celular para buscar a música, e a mãe Marília Nery carinhosamente dizendo que ele não conseguiria dormir ouvindo aquela música, mas Totói exigia ouvir "... dezembu di 81".... Demais! Criança linda a toda prova...

Do "fofurômetro" estourado sobre Totói, pulo para Pedro Couto, jovem de 15 a 17 anos, que vem numa ascensão de boa a ótima no segmento triathlon. Pedro compartilha sua alegria nas redes sociais e apresenta as condições para chegar a ser superatleta, ou iron man; participa da competição no percurso de vários quilômetros em três modalidades desse esporte: natação, bicicleta e corrida. Compete já entre os adultos e ficou em 13º lugar na contagem geral, 2º em sua categoria na competição Indaiatuba Sprint, ocorrida em 28/1 deste ano (Natação, 750m; Bicicleta, 20km; Corrida, 5km), evento do calendário no interior de São Paulo. O comentário do Pedro no Instagram, após receber o troféu, também feliz por ter conseguido patrocínio de uma grande marca, é o de um atleta que se supera em cada competição. Descreve com muita simplicidade e conhecimento do esporte que escolheu por categoria onde evolui, onde perdeu tempo e em que precisa melhorar. Haja consciência, treinamento e fôlego – fantástico!

É um prazer ouvir o garoto Pedro Couto elencando esses pontos: onde falhou, onde teve superações durante a corrida, atraso na natação, administração entre os competidores diretos, postura dentro da competição para garantir o que estabeleceu como meta, guardando na memória onde falhou, melhorou e como pode melhorar ainda mais. Me faz lembrar as corridas de F1 e as trocas de pneus e abastecimento nos pit stops das escuderias – o tempo nesse quesito durante a corrida pulou de 15, 20 segundos para inacreditáveis 3, 4 segundos. Treinamento, percepção, foco!

Nos dá certeza de que os jovens e as crianças não perderam suas essências, belas, perfeição aos olhos divinos. A criação de Deus está presente e o bom costume arraigado nessas crianças, cada uma em sua idade, são exemplos para muitas outras que se empolgam nos TikToks da vida, inflamadas por dancinhas sem sentido com o abalizamento no erotismo desnecessário.

É a falta de tino e do tato consolidada na globalização.