Moçambique é um país localizado na África Austral e alcançou a sua independência em 25 junho de 1975, com uma população de cerca de trinta milhões de habitantes maioritariamente jovem, segundo o último censo populacional realizado em 2017. Um país rico em recursos naturais; uma costa com portos estrategicamente bem posicionados; e vastas extensões de terra para a prática da agricultura. Neste momento, o país padece de uma enfermidade crónica chamada corrupção que se instalou nas instituições do estado e sociedade em geral.
Esta doença causou um grande retrocesso no que concerne ao desenvolvimento do país, este retrocesso compara-se aos 500 anos do jugo colonial. A corrupção está a níveis alarmantes que até para obter uma simples documentação sempre há que passar por esquema de corrupção envolvendo seja funcionários públicos ou privados. Os hospitais, escolas, entre outros, e com maior enfoque na polícia de protecção civil; trânsito e alfândegas, consideram-se os pontos mais críticos em que impera a corrupção ao olhar impávido das lideranças governamentais que nada fazem para reverter o cenário para um quadro melhor.
Este país tinha tudo para dar certo em termos de desenvolvimento sustentável quando comparado aos outros países que ficaram independentes posteriormente a Moçambique, em que os seus níveis de desenvolvimento conseguiram apagar o passado colonial e trilhar um futuro melhor. O que coloca esta pérola do índico na cauda do subdesenvolvimento é o comportamento das lideranças que conduziram o país após a morte do saudoso Presidente Samora Machel, que não conseguiram alinhar as retas do desenvolvimento com a disposição dos recursos que o país detém naturalmente, que poderiam ter-lhe dado um rumo melhor.
Há que destacar que o falecido presidente Samora Machel, deixou à disposição vários projectos ambiciosos que uma liderança com mente aberta poderia ter continuado, e o país estaria desenvolvido, e não estaria aqui a falar-se de corrupção institucional, algo que Samora Machel, não tolerava e punia severamente qualquer tentativa ou prática de corrupção de forma pública e exemplar.
Hoje Moçambique e suas lideranças estão controlados pela corrupção, que deixou o país nas ruinas e marcas da passagem colonial ainda são visíveis no rosto país, pois, nada mudou ou desenvolveu no pós-colonial, senão a própria corrupção aliada a ganância desmedida. Os ocidentais perceberam a fragilidade que as lideranças Moçambicanas apresentam no contexto da corrupção e aproveitam-se disso para fazer negociatas e conseguirem o que querem ao preço do retrocesso do país. É triste e de lamentar ver um país com tantos recursos naturais à disposição, e novas descobertas de recursos aparecendo causando e aguçando cada vez mais as intenções da corrupção, e mais apetite aos ocidentais que vêm nisso vantagens comerciais que não se revê nos impostos que o país devia cobrar para nutrir o almejado desenvolvimento.
Suplica-se para quem tenha uma solução mágica, que não venha de dentro do país, que possa ajudar este país a sair da época pré-câmbrica para o desenvolvimento igualitário ou equipado aos países vizinhos do continente africano. De salientar que todas as iniciativas, sejam elas de lei ou de qualquer outro tipo, fracassaram no combate a esse flagelo que desgraçou o país. Pede-se ao mundo, sobre tudo aos países de democracia secular, que nos emprestem os seus passos do passado que usaram para combater este flagelo.
As condições de saúde e de humanidade são crónicas neste país, a esperança de vida tornou-se numa incerteza. Os hospitais transformaram-se em autênticas “morgues” devido a falta de medicamentos e médicos para atender, a proliferação de clínicas privadas em detrimento dos hospitais públicos deixa claro que só viverá quem tiver condição financeira, e ir a um hospital público tornou-se perigoso. A corrupção destruiu os sonhos do povo, e só nos resta mesmo uma mão invisível e exterior.