O crime dos raptos surpreendeu a sociedade Moçambicana pela velocidade e violência com que ele se instalou e enraizou-se no dia a dia da comunidade. Os sequestros em Moçambique tornaram-se no negócio da actualidade que movimenta altas divisas, este negócio concentra-se mais no rapto de empresários nacionais e estrangeiros nos seus locais de serviço; em casa; ou via pública, a luz do dia; com recursos como a violência e uso de armas de fogo, e são levados e colocados em cativeiros em casas abandonadas, enquanto fazem contacto com as famílias para pedir resgate em moeda estrangeira, o Dólar, ou na moeda nacional, o Metical.
De inicio, para a sociedade, os raptos eram perpetrados por indivíduos desconhecidos, à medida que esta prática se instalava na sociedade ao olhar impávido das autoridades, quando menos se esperava, uma nova tónica surgiu, afinal os raptos eram encabeçados por alguns da polícia em conexão com alguns indivíduos bem posicionados nos bancos comerciais que facultavam a informação bancária dos sequestrados para facilitar os pedidos de resgate, o tempo foi desmascarando os reais envolvidos nesta indústria do crime organizado que envolve algumas individualidades da praça, foi difícil acreditar, mas era a pura verdade, os raptos enriqueceram os indivíduos envolvidos e seus comparsas.
As autoridades ficaram de braços atados pois, é difícil controlar o fluxo dos agentes envolvidos nestes crimes de rapto. As reclamações vêm de todos os sectores da vida pública sobre a condenação dos crimes de rapto, desde o endurecimento das penas punitivas e a prontidão das autoridades para acabar com esta pratica a fim de restituir a ordem publica, pois, alguns empresários estão deixando o país com medo de serem raptados.
Há que destacar a necessidade e o papel do legislador endurecer mais as penas para o crime de sequestro de modo a punir de formar exemplar e pública os mandantes e os envolvidos neste crime, para que a ordem publica se instale e o ambiente de negócios volte ao seu ritmo. Visto que, de contrário, o país continuará a perder grandes investimentos estrangeiros por conta da incapacidade de conter ou de acabar com o crime de sequestro.
Uma solução prévia com a diplomacia acreditada no país, vislumbra-se uma oportunidade de buscar-se uma parceria com autoridades de inteligência de outros países para a troca de experiencia e formação na área do combate e prevenção dos sequestros. Não basta digladiarem-se com os recursos que tem se não existe uma especialização para este tipo de crime, já é tempo de buscar uma solução além-fronteira e isso não pode bastar-se ao orgulho, pois, reconhecer a falta de perícia é uma forma demonstrada do interesse em resolver este problema.
O país tem muitos agentes da policia que são formados, ano pós ano, e os seus salários e as condições de trabalho não espelham o seu esforço, daí que muitas das vezes acabam sendo aliciados para o crime de sequestro entre outros; há também uma necessidade de purificação das fileiras da polícia, a fim de identificar os agentes corruptos que favorecem a prática e execução do crime de sequestro.
Desde os facilitadores da informação bancária dos sequestrados; aos sequestradores; donos dos cativeiros; os familiares do sequestrado que pagam o valor do resgate, os receptores do valor do resgate; e por fim a soltura do sequestrado. A polícia não conseguiu até então montar uma operação de inteligência, capaz de dar um sinal de esperança ao empresariado local sobre a sua segurança, de lá para cá tudo termina com detenções de “bode expiatório” e os reais mandantes continuam a fazer do crime de sequestro a sua máquina de enriquecimento, e enquanto a policia brinca de “gato e rato”, o desespero dos empresários aumenta perante a inoperância das autoridades policiais em combater este crime.