Já aconteceu de você chegar ao limite? Seu corpo, sua mente e todos os seus pensamentos dizendo que não dá mais para permanecer na situação em que está? Uma rotina que antes fazia sentido, desenhada para te levar a algum lugar, agora te sufoca, te faz repensar: Eu quero viver assim? O que eu quero? Como descobrir o que quero? Quais são as coisas que realmente me trazem felicidade e realização? Ah! Preciso te alertar, quando você se embrenha por esse caminho de questionamentos, a quantidade de dúvidas se multiplica, mas isso não é ruim, não me lembro de ter ouvido qualquer pessoa dizer que autoconhecimento e uma boa reflexão tenham ferido alguém. Se está nesse ponto, aproveite, essa é a brecha da vida para mudar. Afinal, sentir-se perdido pode ser o melhor que já lhe aconteceu!
Veja como um convite para repensar a vida, as escolhas, as renúncias. Quem é você sem a sua profissão, seu relacionamento, seu sobrenome? Talvez você trave, é normal, e não consiga chegar a nenhuma resposta quanto a isso de imediato. Também pode ser que perceba que até agora tudo o que fazia era o desejo de outro alguém, pai, mãe, avós. Ou entrou em um looping de rotina, que a ideia de questionar se essa era a vida que realmente desejava, sequer tinha lhe corrido os pensamentos.
Mas então, você desperta, e percebe que não quer mais viver sem prazer, e aí chegam mais perguntas: O que fazer? Sair do trabalho, terminar o namoro, cortar o cabelo, adotar um gato, correr meia maratona (não sei se os 40 km de uma maratona, logo de início, é uma boa ideia), aprender sobre vinhos, tornar-se vegetariano? Não tem como te dar uma resposta, só você conseguirá encontrá-la. Aproveite esse momento de lucidez e, com essa consciência, permita-se sentir-se perdido. Use todo esse desejo de mudança para recalcular a rota, desça dois degraus, volte algumas casas, faça o que tiver que ser feito, mas não se deixe afundar. Não se permita viver uma vida em que terá mais arrependimentos do que celebrações para recordar no último dia que estiver por aqui, como ensina o provérbio africano: "Eu espero que quando a morte chegar, ela te encontre vivo". Veja esse momento como seu ponto zero, não olhe para como estava vivendo e sinta pena por não ter acordado antes, o que importa é que acordou e o que fará daqui pra frente.
'Temos duas vidas, e a segunda só começa quando percebemos que só temos uma'... Confúcio tinha toda razão quando disse isso. Essa percepção, de que só temos uma vida, deve nos impulsionar, encorajar, provocar a buscarmos uma forma de viver que nos proporcione prazer, vontade de acordar. Claro que dias difíceis acontecerão, até porque se não tivessem, não seria a vida, mas os dias bons, no final, precisam superar os ruins. Então, se você se sentir perdido, acolha esse sentimento como um presente disfarçado.
Eu sei, trouxe aqui mais questionamentos do que respostas. Peço desculpas se buscava por uma receita, um passo a passo, mas quando falamos da vida, não há como responder pelo outro. O que melhor posso fazer é te levar a pensar. Ao permitir-se perder, pode encontrar a resposta para o que tanto te aflige.
Se tudo o que eu leu até aqui valeu de algo para ti, minha maior dica é, antes de iniciar essa jornada de autodescobrimento, pergunte para si: Estou disposto a sair da minha zona de conforto para buscar uma vida mais satisfatória? Este é um ótimo pontapé inicial, afinal, ter a clareza de que não quer continuar vivendo como está é uma coisa, fazer algo para sair dela é outra!