Bem poderia ser esse o título da próxima aventura do herói Indiana Jones. Quem sabe? Não. Com certeza, não iremos assistir a outro episódio dessa magnífica franquia. O que assistimos foi a celebração da arte desse ícone do cinema ao receber a Palma de Ouro Honorária, na recente edição do Festival de Cinema Internacional de Cannes.
Harrison desfilou seu charme e carisma em Cannes, no lançamento mundial da nova aventura do nosso herói favorito: “Indiana Jones e a relíquia do Destino”, que chega às telas este mês. E isto por si já é mais um feito heroico desse ator aos 80 anos de idade. Ele que vem personificando a aventura no cinema, nos últimos 45 anos.
Harrison Ford construiu o imaginário de uma geração. Han Solo, Indiana Jones, Rick Deckard, Jack Ryan, foram alguns de seus personagens mais marcantes. Não podemos pensar em clássicos do cinema como Star Wars, Indiana Jones e Blade Runner sem pensar nos personagens de Harrison Ford. As maiores bilheterias das décadas de 70, 80 e 90, a era de ouro dos blockbusters têm a sua marca.
Seus trabalhos “menores” também tornaram seus filmes cultuados. Quem não se lembra dele em American Graffiti de George Lucas, ou em Apocalipse Now e A Conversação, de Francis Ford Coppola.
Não só de aventura Indy construiu sua carreira. Thrillers, dramas, comédias, westerns, quase todos os gêneros cinematográficos foram marcados com algum personagem interpretado por Harrison Ford. Além dos grandes filmes de ação de Hollywood, e da parceria com realizadores geniais como Steven Spielberg e George Lucas, ele buscou trabalhar com diversos realizadores americanos, europeus e australianos em produções que fugiam à escala dos projetos de Hollywood.
Contudo, ele nunca fugiu do modelo do herói forte, charmoso, ao mesmo tempo vulnerável, de carne e osso. Um herói que poderia ser qualquer um de nós. O homem comum em situações incomuns.
Em 1986 Harrison Ford recebeu sua única nomeação para o Óscar de melhor ator, no papel do detetive John Book de A Testemunha, do realizador Peter Weir. Dois anos mais tarde ele encarnou o médico Dr. Walker no frenético thriller do realizador polonês Roman Polanski chamado “Frantic”. Nos anos 90 e 2000 ele consolidou sua carreira em diversos papéis em filmes de sucesso. Ele foi professor, médico, advogado, agente secreto, presidente da república, um ator versátil, porém com uma presença de cena marcante.
Pelos seus papéis no cinema, seu carisma, sua voz, seu jeito de expor a fragilidade de seus personagens sem perder a sua força, o Harrison Ford poderia ser comparado unicamente com o Humphrey Bogart, o Rick de Casablanca. Não é por acaso que eles tenham dividido o personagem Linus, nas duas versões de uma das melhores comédias românticas do cinema: Sabrina. Bogart na versão de 1954 de Billy Wilder e Ford na versão de 1995 de Sidney Pollack.
Há algum tempo que o cinema do lado de cá do Atlântico rendeu-se ao charme e talento desse ator gigante. Este ano, mais prestigiado festival internacional de cinema do mundo, o Festival de Cannes, na sua 76ª edição, homenageou Harrison Ford com a “Palm D´or d´honneur”, a Palma de Ouro Honorária, pelo conjunto de sua obra e inestimável serviço prestado à arte do Cinema.
Após a exibição de seu mais recente filme na pele do arqueólogo Indiana Jones, Harrison Ford foi ovacionado por um teatro lotado numa noite de gala. Foi uma homenagem mais do que merecida para um dos atores mais importantes do cinema no final do século XX. Sem dúvida alguma, Harrison Ford contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento e expansão da sétima arte, para levar o público às salas de cinema e transformar o cinema que vinha sistematicamente perdendo audiência para a televisão.
Seus filmes ajudaram a fazer uma revolução no cinema, nas histórias e na forma de as contar. Harrison Ford tem um papel de destaque na história do cinema e da cultura ocidental como um dos maiores atores e criadores desse admirável primeiro século do cinema.
Assista ao trailer do filme aqui: