A sociedade nos impõe inúmeras regras e condutas que devemos tomar, ao ponto em que chega um momento que não sabemos ao certo, qual é nosso real desejo, afinal? Estou realmente exercendo esse papel, essa função porque eu quero ou porque existe uma demanda em que eu fui cobrado para tal? E então, agora vou falar um pouco mais sobre essa auto cobrança excessiva, que em muitos momentos e aspectos nos adoece, ao ponto de gerar gatilhos para a ansiedade. Essa cobrança, em muitos casos, vem acompanhada com o sentimento de ‘inadequação’, mas como isso?
Vamos lá, sabe aquela sensação de: Eu não vou conseguir dar conta do recado? O que no momento não paramos para pensar e refletir é que não, não precisamos dar conta do recado e muito menos querer que isso aconteça sempre, essa auto cobrança excessiva vai gerando muita ansiedade em nós, por isso a importânci de termos uma forma possível de equilíbrio, assim como em tudo na vida, concordam? Quando colocamos um peso e energia muito superior nas nossas expectativas externas apenas, isso faz com que nos tornemos reféns de terceiros, ou seja, acabamos por depender mais dos outros do que de nós mesmos.
Como então encontrar esse tão procurado equilíbrio? Lembra no início onde foi abordada a questão de qual seria nosso real desejo? Pois bem, é de extrema importância termos consciência sobre o que é nossa demanda o que é demanda do outro. O processo terapêutico pode ajudar e nos orientar nesse momento à refletirmos e nos questionarmos: quais dessas exigências são minhas, quais são do outro? Quais dessas são viáveis de serem atendidas por mim? Quais são irreais, inalcançáveis, e até mesmo estou me colocando como autosabotadora? Importância de construirmos metas reais, em que seja mais difícil dessa procrastinação também acontecer. As cobranças excessivas podem ser geradores de frustrações, no momento em que vira uma competição com o outro, por exemplo, quando começamos a pensar: Para ir além desse outro preciso ser melhor que ele, aprender mais, e então ir se cobrando cada vez mais e consequentemente nesse momento a frustração aparece de forma exacerbada, pois nesse momento, nada, nunca, será o “tal” suficiente.
Podemos perceber também que muitas vezes essa auto cobrança pode ser estimulada bem cedo, seja na família e/ou na escola, quando os seus membros familiares e educadores comparam e reforçam as dificuldades da criança. Existem também aquelas crianças que internalizam que o amor está inteiramente associado à perfeição, nesse caso constroem a ideia de que só serão amadas se forem perfeitas, sem falhas. Imaginemos o peso que essas crianças carregarão ao longo de suas vidas, não é mesmo? Neste caso é preciso que haja uma desconstrução dessas ideias equivocadas e o processo psicológico é um ótimo espaço onde isso pode acontecer.
Como diz a psicanalista Ana Suy: “Além de ser impossível agradar a todos, é absolutamente desnecessário.”
Agora um minuto para analisarmos: Qual tem sido meu nível de auto exigência? Vamos pensar um pouco além, também? E as cobranças em que aceito receber do outro, como isso tem chegado até mim? Deixo vocês com seus pensamentos, Hoje ficamos por aqui. Até a próxima!