O mundo está cada vez mais acelerado, em ritmo frenético. O tempo tornou-se um bem precioso e a rotina diária uma verdadeira maratona. Como resultado, o estresse, aliado das doenças, está vigente na vida da maioria das pessoas.

Automedicar-se para suprir carências emocionais é uma prática que muitas pessoas adotam, acreditando que podem aliviar rapidamente sentimentos de tristeza, ansiedade ou estresse. No entanto, essa abordagem é, na verdade, um paliativo que pode mascarar os sintomas sem tratar a causa subjacente. Ao se automedicar, especialmente com medicamentos que afetam o humor, há o risco de desenvolver dependência, agravar os problemas emocionais e até mesmo prejudicar a saúde física.

Essas práticas podem impedir a pessoa de buscar ajuda adequada, como terapia ou aconselhamento, que são formas mais eficazes de lidar com questões emocionais. O uso de medicamentos deve ser sempre supervisionado por um profissional de saúde, que pode identificar o tratamento mais adequado para cada situação.

O Conselho Feredal de Farmácia divulgou uma pesquisa recente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), que revela um cenário alarmante: no Brasil, 86% dos entrevistados admitiram tomar medicamentos sem orientação de um médico. Esse hábito preocupante, que afeta, segundo a pesquisa, principalmente mulheres, pessoas economicamente ativas e com maior nível de instrução, pode acarretar sérias consequências para a saúde.

Outra pesquisa, realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, constatou que a automedicação é um hábito comum. Foram identificados, também, os medicamentos mais utilizados. É surpreendente o alto índice de utilização de antibióticos (42%), somente superado pelo porcentual declarado para analgésicos e antitérmicos (50%). Em terceiro lugar ficaram os relaxantes musculares (24%).

O alto custo dos planos de saúde, das consultas médicas e dos exames, contribui para agravar o problema. Medicamentos sem a devida prescrição médica podem causar efeitos colaterais indesejados, que variam de leves a graves, e até potencialmente fatais. Sem a orientação de um profissional de saúde, é difícil prever ou gerenciar essas reações.

Outro fator alarmante é a falta de conhecimento na administração de combinações de diferentes medicamentos, que normalmente resultam na perda da eficácia dos remédios, aumentando o risco de efeitos colaterais perigosos.

O uso freqüente de antibióticos, sem a devida indicação médica, contribui para o aumento da resistência bacteriana, tornando as infecções mais difíceis de tratar. Ao se automedicar, o indivíduo pode mascarar sintomas de uma condição mais grave, retardando o diagnóstico correto e o tratamento adequado.

Alguns medicamentos, especialmente analgésicos opioides e tranquilizantes, possuem potencial para causar dependência e abuso, levando a sérios problemas de saúde mental e física. Sem orientação profissional, a dosagem dos medicamentos pode ser inadequada, aumentando o risco de toxicidade.

Acreditamos que ninguém gosta de jogar dinheiro no lixo e a automedicação, invariavelmente, resulta na compra desnecessária de medicamentos, aumentando relativamente os custos para a sua família. Para mitigar esses riscos, é essencial promover a conscientização sobre os perigos da automedicação e incentivar a busca por orientação médica para o uso correto de medicamentos. Políticas de saúde pública e a regulamentação rigorosa da venda de medicamentos também são medidas importantes para controlar e reduzir essa prática perigosa.

Por fim, devemos ter a consciência de que a automedicação é um grave problema mundial, afetando a vida de todos. Essa prática pode levar a sérios riscos à saúde, como reações adversas, agravamento de doenças e até mesmo a morte. É essencial que a população compreenda a importância de buscar orientação médica adequada antes de tomar qualquer medicamento, garantindo assim um tratamento seguro e eficaz. Somente com educação e conscientização poderemos reduzir os impactos negativos da automedicação e promover um cuidado mais responsável e saudável.